Quam mirabilis, habemus novum pontificem!
Novidade para os católicos nesta terça feira, 13. A fumaça branca que saiu da chaminé da Capela Sistina confirmou a decisão dos cardeais - Habbemus novum Pontificen. Os sinos dobraram sinalizando festa pelo mundo que teme a Deus. Seja bem vindo, Francisco I, arrisque algo novo, seja diferente e faça os seguidores se surpreenderem. Se não, daqui seiscentos anos, outro Bento irá entregar os pontos.
Um tabu de quase seis séculos foi rompido: dois Papas vivos. Um na condição de emérito, aposentado, entregue à oração, o outro, mais jovem e humorado, apresentou-se como Francisco I - ex Cardeal, Jorge Mario Bergoglio.
O emérito, Bento XVI entregou o bastão e ganhou o direito de conhecer seu sucessor. Coerência germânica? É possível, mas mandou bem numa saída estratégica, uma "saída pela direita", como diria o velho Leão da Montanha, o personagem do antigo desenho animado. Bento se encheu, tentou ajeitar o inajeitável, curvou-se ao ambiente essencialmente preconceito. As religiões são historicamente preconceituosas, é o não pelo não e o sim pelo sim e quem não quiser assim que se exploda nos confins.
O céu da religião não é o mesmo céu do telescópio Hubble. O Deus do milagre da fé nada lembra o Deus do universo paralelo. O da fé curte os quem o teme, e vira-se aos quem os destemem. O chicote provavelmente foi inspirado pelo da fé. O segundo, o da ciência, enxerga os dois lados.
As coisas não vão bem no Vaticano, como não vai bem o número de católicos pelo mundo. A igreja do sumo pontífice perde fiéis ano a ano. Os resistentes não são tão crentes quanto crentes foram seus pais. O crescimento neo-pentecostal é significativo. Islâmicos e judeus não se entenderam, anulam-se e se compõe ao resto do mundo e este, confuso, muda a passos firmes das bandas largas. Mesmo com isto o Vaticano se mantém inflexível, não abre mão de nada. O fundamentalismo é radical e está na contra mão da razão.
Fico com o equilíbrio da tentativa da compreensão. Pois o medo chama a fé, a fé impõe obediência que por sua vez chama a fé que torna a impor a obediência, e assim vai.
Sem religião economiza-se pedágios, livra-se de medievalices e não teme-se demônios, muito menos deuses.
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Imagem Google |
Sejam felizes os não devotados em templos. Devotos somente da consciência para o coletivo e da compreensão da espiritualidade sem hierarquias.
Habbemus Papam! Comemorem devotos, seja ele paraguaio, angolano ou tibetano. Vai dar na mesma, mesmo!
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