29/08/2013

São leais entre si.

Meu país é escroto, acho que pelas graças de Deus e do Diabo. Só pode ser.
Nasci num país escroto. Fui criado num país escroto e vivo num país escroto. Me casei num país escroto e tive filhos e netas num país escroto. E tudo indica que morrerei por aqui como um escroto. 
#putaqueopariu de país escroto é esse em que eu nasci. 
Tem de tudo, mas de mentirinha. 
Tem hino nacional que é uma mentira. Parece ser escrito em sânscrito, ninguém entende nada e se canta com a mão no peito. 
Tem senado e câmara de mentira. Tem presidenta apática, justiça apática, eleição enfática num sistema que parece sofrer de doença psico-somática. 
Tem também escola de samba pro carnaval, traficantes de arsenal, de fumo e pó de cocaína. Tem muita vagina, corrupção, seleção e nada de faxina. 
Tem bandeira e tem palmeira, onde diziam, cantava o sabiá. 
Os brasileiros gostam de se iludir. Usam entorpecentes, alucinógenos e afins. Muitos preferem o álcool. Uns ainda, nada, simplesmente deixam assim. 
Somos hipócritas. Não houve revolução. O banqueiro não deixou. Nem a TV.
#putaqueopariu de país escroto é esse em que eu nasci.
Parece texto de Saramandaia: 
“Devido ao fato de o parlamentar cumprir pena de privação de liberdade em regime fechado, considero-o afastado do exercício de seu mandato" 
"Convoco o suplente para exercer o mandato em caráter de substituição durante o tempo em que permanecer o impedimento do titular”
Assim proclamou o presidente da câmara dos deputados federais, Henrique Eduardo Alves sobre a não cassação do mandato do deputado, Natan Donadon. 
Não houve votos suficientes.
O deputado preso, logo logo estará soltinho da Silva. 

28/08/2013

EMBU

Fiz esse filmezinho domingo passado após uma rápida visita à feira de artesanatos em Embu das Artes, estância turística próxima de São Paulo, uns 30 quilômetros, mais ou menos. 

Fazia 38 anos anos da última vez que havia estado por lá - 1975. Mudou muito.
 
A ideia que eu tinha de Embu era outra, bem diferente do que vi no domingo passado. A cidade cresceu para além de seu centro histórico. Muitas indústrias, comércio escancarado e violência urbana na fartura - é o que dizem, tal e qual uma cidade média-grande do interior e o local que era uma espécie de ponto de encontro de hippies do "faça amor, não faça a guerra" se tornou uma feira de exposições de artesanatos como outras que existem por todo canto. Um local para a classe média deitar e rolar, curtindo seu dia de folga bem comportadinha, desfilando e gastando seu dinheirinho com pimbocas metidas a besta. 
Vi algumas coisas legais em Embu das Artes. Tem sim artistas expondo no melhor estilo original, alguns talentosos resignados, mas uma boa parte está bem "moderninha", muito comum.  
No fundo achei a visita legal, pois é sempre bom ver coisas que não saíram de prensas metálicas. Eu é que me surpreendi, pois imaginava que ela pudesse estar guardadinha, preservada do futuro.
Assista, se tiver um tempinho, claro.


Abraços.

24/08/2013

Aos amigos: dois motivos.

Sede da TV Cultura no início dos anos 70
Na época, ainda funcionário da TV Cultura, lamentei quando soube que o Sr. Marcos Mendonça iria assumir a presidência da Fundação Padre Anchieta - Centro Paulista de Rádio e Televisão. Empresa pública de direito privado, como diz seu estatuto e que controla as Tvs Cultura, Rá-Tim-Bum e Canal Multi-Cultura, um convênio de produção e exibição do canal digital Univesp TV, duas emissoras de rádio - Cultura FM e Cultura Brasil AM e mais o portal CMAIS na internet. 
Soube disso entre os meses de março, abril e maio deste ano. O fato se consumou após uma eleição que se deu em meados de maio, a posse foi numa sexta feira, 14 de junho, selada em reunião do Conselho Curador na segunda feira seguinte, 17. 
O grupo de gestores da administração que se encerrava, quase que por completo e mais alguns outros colaboradores de importância estratégica na direção, foram demitidos no dia 21 de junho, na sexta feira. Entre eles, eu, este humilde blogueiro nas horas vagas. 
Lamentei desde o início quando soube que haveriam mudanças, não por elas em si e tampouco pelo fato de que muito provavelmente eu não iria continuar na empresa. Imaginava desde o início que seriamos todos ou quase todos substituídos, mas lamentei por não me agradar a perspectiva de trabalhar com pessoas com as quais jamais me alinharia, como profissional eu gostava do que estávamos fazendo.
Sou de televisão há quase 40 anos e sei bem como essas coisas funcionam e aprendi ao longo desses anos que não devemos nos prender emocionalmente a esta ou aquela instituição. Devemos sim respeitá-las e dedicarmos todo nosso talento até quando e quanto pudermos. 
A emoção a que me referi acima é a barata, a egoísta, a mesquinha. Deixo isso para os poucos acomodados e preguiçosos como alguns que tive o desprazer de conhece-los e que eu percebia, insistiam em se agarrar ao chão da Fundação com unhas de pavor e rancor. A mim, nitidamente por reconhecerem-se incompetentes para outras emissoras de TV e Rádio. Deve ser difícil viver assim. 
Lamentei na verdade por outros dois motivos que exponho resumidamente abaixo. 
O primeiro motivo foi pelo significado num contexto amplo, da não continuidade do Sr. João Sayad na presidência da Fundação. Ele é um homem simples, muito prático e de talento sábio, que me fez compreender que ainda existem pessoas em cargos públicos que têm respeito no trato com o dinheiro do contribuinte - acreditem, é verdade, e agindo sob essa perspectiva impôs um saneamento nas contas da empresa bastante severas, retomou a ordem e deu objetivo para a televisão. 
Claro que isso promoveu desconforto e ira em muitos, aos que vinham se aproveitavam da bagunça anterior,  que se escondiam sistematicamente do trabalho. Meteram o pau no João e em nós que estávamos alinhados a ele. 
Na sua gestão foram corrigidas entre outras coisas, situações no mínimo escabrosas, como por exemplo a regularização funcional dos mais de mil funcionários que há anos reclamavam da desordem e das promessas nunca cumpridas, condição que estavam sendo submetidos por anos e mais anos. Os erros foram herdados de gestões anteriores. Só isso. 
Foi perfeito na promoção do corte sumário de inúmeros cargos "de cabides", caríssimos e sem sentido; contratos que geravam despesas absurdas, com focos distantes do propósito da Fundação. Do corajoso investimento que fez em infra estrutura técnica e de serviços, alguns ele não teve tempo de conclui-los. Tudo dentro das normas e com licitações honestas e absolutamente transparentes. Impondo a retomada na produção de programas ocupando de forma racional os oito estúdios, as equipes de externas e de produção, Unidades Móveis e o grande parque técnico digital de alta definição. Impôs à programação que fosse de conteúdo condizente ao perfil da tradição da TV Cultura, porém modernizada, mais atual e com competência para concorrer e com isso trazendo o crescimento da audiência, a sua meta prioritária. Foi feliz quanto à meta, os números provaram isso.
A aposta era para que ao menos seu sucessor, mantivesse a mesma linha de administração para que assim, em pouco tempo, teríamos de volta uma televisão pública paulista do mais alto nível, como foi num passado distante. Uma boa TV para quem a assistisse, no caso o grande público, o verdadeiro patrão e boa para quem trabalhasse nela. Essa era a proposta final. Bem clara assim. 
O segundo motivo pelo qual me preocupei foram as informações que me chegavam dos quatro cantos do mundo a respeito de quem ocuparia o cargo. O histórico que ouvia dos funcionários, dos mais antigos em especial, os que vivenciaram a dureza de trabalhar em uma empresa que não oferecia perspectiva alguma. 
Segundo esses, em sua primeira passagem, MM, assim chamado por alguns, foi um péssimo administrador, pois "até papel higiênico faltava nos banheiros". Falou-se “à miúdo” que, supostamente ele estaria envolvido com desvios de dinheiro, que os contratos com a TV Assembléia/SP, TV Câmara/SP e TV Justiça de Brasília possibilitavam alterações de números gerando um caixa-dois que lhe rendia boas somas e claramente diziam que ele era mais preocupado com questões políticas do que com o próprio destino da TV. 
“A Cultura era uma espécie de plataforma para os interesses políticos dele (MM), dos que o apadrinhavam e de quem fazia parte de sua equipe e que agora, de volta ao comando da TV, ainda mais com as eleições estaduais batendo às portas, a coisa iria pegar mesmo” 
Essa foi a imagem que me foi passada do “homem”. Não tive oportunidade de conhece-lo melhor para constatar a procedência da fama, embora, pelas primeiras atitudes depois da posse sinalizavam bem nessa direção. Tivemos um único e breve encontro pelos corredores da TV, logo após ao discurso que fez aos funcionários no final da tarde do dia em que assumiu o cargo, quando a ele fui apresentado meio que de sopetão. O encontro não foi maior que 15 segundos. 
Com essas impressões negativas, somadas ao que constatei quando cheguei na Fundação, realmente complicadíssimas, que talvez em outra oportunidade relato com maiores detalhes e a decepção de ver nosso trabalho com chances de ir para o buraco, acreditei que dali pra frente os tempos seriam outros, portanto, estava na hora de cair fora. Se não por eles, por mim mesmo, pois não me rendo aos de tramóias. Nem a pau.
Outro emprego? Sim. É relativamente fácil para quem não tem medo de enfrentar novas tarefas e ainda goza de muita saúde e um bom prestígio no mercado. Me mantenho equilibrado, lúcido e a vida nesse item segue muito bem, não posso reclamar. 
O duro é saber da possibilidade de tramóias e arquiteturas políticas sujas numa empresa pública que vinha se modernizando nesses três últimos anos, mais agora, na condição de contribuinte, sabendo de tudo e sem ter o que fazer, me sinto impotente.
Dá-lhe Brasil, dá-lhe jeitinho brasileiro do ganha-fácil. É difícil de engolir, mas aqui é assim ou está assim ainda. 
Torço pelos bons amigos da Fundação, gente da maior competência e dedicação. Tem vários por lá e tive a honra de conhece-los e sei que estes se dariam bem, aliás, muito bem em qualquer outra emissora. E sabem que podem contar comigo se precisarem. 
Torço também pelos incompetentes que lá se arrastam como lesmas embriagadas, poucos, mas atentos e traiçoeiros. Eles são dignos de atenção e não de repúdio. Espero que enxerguem os seus medos, que se desvinculem deles, que sejam livres e mais felizes, mas sem provocar pesos mortos ao erário público, por favor.
ooooooooooooooooooooo

Do site www.inteligemcia.com.br 

A gestão Rá-Tim-Bum da TV Cultura


O modelo de gestão adotado pelo atual presidente da Fundação Padre Anchieta, controladora da TV Cultura, Sr. Marcos Mendonça, é de corar calouro do curso de administração de empresas.  Estimulado, não se sabe por que ou por quem, a contar as mazelas financeiras da empresa, a estampa e o discurso do Sr. Mendonça se tornaram freqüentes na imprensa paulista.
Nos últimos anos, sob a gestão do Sr. João Sayad, a TV Cultura ocupou lugar de destaque no cenário mono tônico da programação da TV nacional. Orientada por recuperar o prestígio da emissora, que outrora foi vida inteligente no dial televisivo, a administração do Sr. Sayad resgatou a respeitabilidade da emissora pública que voltou à pauta das conversas graças à qualidade dos conteúdos exibidos.
O modelo de financiamento da TV Cultura é de conhecimento de todos e a eventual carência de recursos para manter sua estrutura capaz de competir com a concorrência privada também. Ou seja, a dotação de verba do estado de São Paulo é, mais que uma necessidade, uma obrigação e o idealizado superávit é uma situação anacrônica no espectro das iniciativas públicas.
Não reclamamos dos serviços de saúde pública por causa dos recursos que estes consomem. Reclamamos dos serviços quando esses não nos atendem e se conhecemos os gastos podemos considerá-los incompatíveis com os investimentos feitos. A mesma lógica se aplica à TV Cultura. Não reclamamos do serviço de informação, entretenimento e cultura oferecidos pela emissora, portanto seus custos e rombos ao Estado são prerrogativa exclusiva da gestão.
Ao socializar a informação sobre os problemas financeiros enfrentados pela TV Cultura o atual presidente procura justificar, de maneira pseudo democrática, suas medidas de cunho exclusivamente político, desprovidas de critérios técnicos e que colocam a emissora novamente no limbo.
Semanalmente tomamos conhecimento de uma nova demissão, voluntária ou não, de profissionais de excelente qualidade protagonistas da recuperação da TV Cultura perante aos olhos dos contribuintes paulistas. Esses, em suma, são os únicos prejudicados pela destruição voluntariosa adotada pela gestão do Sr. Mendonça, mais preocupado em alardear balanços do que fazer televisão.
Dessa maneira a TV Cultura saiu da pauta dos segundos cadernos e entrou na pauta de política, único ambiente em que figurinhas carimbadas como a do atual presidente conseguem sobreviver por estarem mais afeitos às fofocas, às intrigas e aos conchavos do que com a construção de um modelo de financiamento público criativo capaz de suprir a sociedade de um bem tão precioso quanto a informação. 

21/08/2013

Felizes para sempre em outro lugar.

Clodoaldo nunca pensou que aos sessenta e cinco anos pudesse se envolver com uma mulher, se é que se pode dizer de Clarice, com dezoito, fosse uma na plenitude. Perto dele, ela passaria por uma neta ou bisneta, comentavam os próximos e os estranhos. Antes fosse, seu coração depois de duas safenas não pulsaria tão desordenado. 

Ele, aposentado de alto cargo pelo Banco do Brasil, com uma  poupança gorda na Caixa Econômica Federal, inúmeros imóveis alugados, uma fazenda com plantação de tomates em Goiás lhe garantiam uma boa renda. 

Ela estudante de primeiro semestre em Jornalismo na PUC, prometia futuro brilhante, como dizia a tia. Gostava de chicletes, hamburguer, salto alto e celular com capinha da bandeira da Grã Bretanha, mas era bonita, sensível e muito estudiosa. 

Tampouco haveria explicação pelo encantamento dela por ele. Os dois se apaixonaram e se envolveram até as últimas consequências. Nem família, nem vida pregressa de ambos inibiu o desejo da união. Se sentiam em unha e carne até o pescoço. 

Para se conhecerem quis o destino ou o que o seja, colocá-los num pronto-socorro municipal, depois de arremessados por um ônibus que trafegava desgovernado em rua de baixa velocidade. 

A mesma fatalidade impediu que se machucassem a ponto de internação compulsória. No mesmo dia, na mesma tarde tiveram alta. Incrivelmente um único pedaço de esparadrapo cobria o leve ferimento na testa de cada um deles, ambos do mesmo lado, o esquerdo. 

Da rua para o pronto-socorro e do PS para uma lanchonete próxima. Em poucas horas se tornaram amigos e em dias, amantes perdidamente apaixonados. 

Para desgosto de muitos, Clodoaldo e Clarice se casaram seis meses depois e foram felizes para sempre. Até o dia, dois anos após a união, quando nela o médico diagnosticou um câncer. Um desses sem cura, provavelmente desenvolvido pela ansiedade dos últimos tempos. Não mais que três meses de vida ele deu a ela e nem todo o dinheiro do marido apaixonado pôde reverter a situação. Clarice morreu no tempo previsto e um ano depois, Clodoaldo foi encontrado sem vida em seu apartamento. Foi-se por tristeza e solidão. 

Dizem alguns que eles seguiram felizes para sempre em outro lugar. Um lugar bem longe daqui. Um paraíso onde não há preconceitos de qualquer natureza, só união.

20/08/2013

Avô babão.

Avô babão é assim mesmo, registra o feito da neta querida e mostra pra todo mundo como se fosse a coisa mais maravilhosa da história da humanidade. Pra ele é mesmo.


Muito mais que ser pai, ser avô deixa a gente em estado de graça. É bom demais.

17/08/2013

Você tem visitado seus sonhos ultimamente?

Pois é, a gente esquece às vezes e deixamos os sonhos pra depois. Nos sentimos idiotas e sem noção escondendo eles dos outros. São tantas coisas que tomam o tempo da gente pelo dia que o mais gostoso acaba ficando de lado. Sonhar, imaginar, voar na maionese faz bem para o coração, tenho certeza disso. 

A gente sempre se dá bem quando provocamos sonhos. Mas sem percebermos os deixamos de lado para chamá-los somente quando vamos para a cama e logo dormimos. Aí fica sem graça, a gente sonha qualquer coisa, sem contar que pinta uns pesadelos de vez em quando, daqueles que fazem a gente tremer de medo.
Dormindo não temos controle algum de nada e normalmente os sonhos são meio confusos, boa parte deles são sem pé e sem cabeça.

Trabalhe sonhando
Sonhar gostoso mesmo é sonhar acordado, bem acordado, tipo meio dia e meia, debaixo de uma baita sol, com os pés no chão, ou debaixo de uma chuvarada, pra confundir bem a cabeça. Misturando a realidade do preto e branco com as cores coloridas da imaginação. Bom demais assim, lembram os segundos antes do orgasmo. 
Até mesmo com gente ao lado seu lado, falando pra caramba, te enchendo o saco, pedindo isso e aquilo, podemos sonhar. 

Mesmo com o mundo externo interferindo, quando a gente quer sonhar, eles chegam e vêm com tudo, assumem o comando e até sob nossa vigilância acabam nos deixando molinhos molinhos, com semblante de sorriso enigmático e olhar distante, pisando nas nuvens de algodão doce.

Acordados a gente sonha o que bem entender. Só coisa boa.


Caminhe sonhando
Não precisamos de substância alguma para sonharmos, basta querer e ter coragem. Sem medo, sem frescuras, sem limites. Sonhar bem sonhado a alma sai do corpo como num sopro e voa livre como uma pena no ar. Seguram nossos corpos pelas mãos, não nos deixando cair. Guiam nossos passos até o final do dia. 

A alma fica serena quando experimenta o prazer da plenitude. 

É só dar asas aos sonhos que o mundo se transforma num paraíso, seja lá o que você estiver fazendo, sonhe.

Bons sonhos, onde você estiver, nunca deixe de visitá-los, seu espírito agradecerá.

11/08/2013

Pai é para sempre.

Pai é para sempre. Para comemorar um dia especial resolveram que teríamos um dia dedicado aos pais. Evidente que interesses outros estavam por de trás disso, mas que é legal dia dos pais, é sim e fim de papo.

Sou pai também e somente depois de ter sido é que me dei conta do quanto é complicado ser um de verdade e o quanto de peso um cidadão dessa categoria carrega pelas costas ao longo da vida. Não é fácil, quem é sabe bem do que estou falando. 

A gente não goza do mesmo prestígio das mães, as queridinhas. Somos homens e homem não chora, pois assim nos ensinaram. Tratamos as coisas com o coração dolorido, mas com cara sempre de macho.
Fala-se muito da mãe, do quanto ela é especial, da importância que ela tem em nossa vida. Inquestionável isso. Claro, mãe é mãe, coisa de carne e de sangue. Mas ser pai também é muito interessante. Sempre achei que ser pai é coisa mais ligada ao espírito ao invisível. 
Não sei se estou exagerando, me perdoem as mães, caso assim elas compreenderem.

Criei, palavrinha esquisita essa, meus quatro filhos dando o maior duro e procurei, muito mais do que palavras somente, dar exemplos. Na verdade usando elas em meio às ações práticas, os famosos exemplos. Nem sempre acertei. Mas essa sempre foi minha maior preocupação.

Em cada gesto meu, em cada ação minha, em cada decisão importante que tomei nesses últimos 35 anos, dos meus quase sessenta, eles tiveram uma ponta do meu foco. Consciente ou inconsciente fiz tudo em função deles e não me arrependo. Me arrependo somente daquilo que deixei de fazer por bobeira.

Não posso mais apertar as mãos do meu pai e nem sentir o seu abraço. Ele não está mais fisicamente perto de mim. Mas sinto sua presença constante. Nos momentos de aflição me lembro dele e pergunto como ele reagiria naquela tal circunstância. Encontro sempre uma saída. No mínimo a boa e velha paciência com o tempo, coisa bem dele.

Minha admiração ele conquistou até o infinito, ao ponto de não importar tanto se ele está fisicamente por aqui, por ali ou em qualquer outro lugar. Para mim ele estará em todos os lugares onde eu estiver, portanto, dentro de mim.
Abraços, meu camarada. Sou seu filho para sempre e você será meu pai para sempre.

10/08/2013

Frases soltas, sem e com sentido.

Esse negócio de frase é meio relativo. Ainda mais aquelas postadas pelas redes sociais. Vira e mexe lemos algumas atribuídas a pessoas ilustres que até elas mesmas se surpreendem quando veem seus nomes associados. Meio que está na moda, dá um quê de intelectual pensador ao autor.

Muitas delas, sozinhas ou acrescidas de fotos, nem sempre condizem ao contexto em que o autor se pronunciou. Dão outra conotação, magicamente. Algumas são genéricas, outras, também magicamente, cabem em qualquer situação.

Encontrei no site da Revista Bula algumas frases bem legais e decidi deixá-las por aqui. A fonte é boa.


www.revistabula.com

Seguindo a ideia de um ensaio com frases de personalidades históricas, publicado pelo jornal inglês “The Observer”,  reuni neste post 50 frases célebres de escritores de díspares perfis, nacionalidades e épocas — de Shakespeare a Guimarães Rosa. Diferentemente da lista publicada pelo “The Observer”, não selecionei apenas frases ditas textualmente, mas também aquelas fictícias, que foram emprestadas às personagens e obras por intermédio de seus criadores, como os casos de “O horror! O horror!”, últimas palavras do capitão Kurtz antes de morrer, do livro “O Coração das Trevas”, de Joseph Conrad; ou “Todas as famílias felizes se parecem; cada família infeliz é infeliz à sua maneira”, trecho inicial de “Anna Kariênina”, de Tolstói. Além de frases fictícias, há também frases retiradas de entrevistas, textos ensaísticos e biografias, como a célebre “Luz, mais luz” que teria sido as últimas palavras do poeta alemão Johann Wolfgang Goethe. Abaixo, em ordem de alfabética, as 50 frases escolhidas, sem repetir autores.
“Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos.”Anaïs Nin 
“A moral é a debilidade do cérebro.”Arthur Rimbaud 
“O que realmente deixa um homem lisonjeado é o fato de você o considerar digno de adulação.”Bernard Shaw 
“Há livros escritos para evitar espaços vazios na estante.”Carlos Drummond de Andrade 
“Respirar é uma doença!”Charles Bukowski 
“Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga.”Denis Diderot 
“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.”Eça de Queiróz 
“Felicidade em pessoas inteligentes é a coisa mais rara que conheço.”Ernest Hemingway 
“Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer.”Fernando Pessoa 
“A mentira é o único privilégio do homem sobre todos os outros animais.”Fiódor Dostoiévski 
“Ninguém pode ser sábio de estômago vazio.”George Eliot 
“Em tempos de embustes universais, dizer a verdade se torna um ato revolucionário.”George Orwell 
“Algo deve mudar para que tudo continue como está.”Giuseppe Tomasi di Lampedusa 
“Tenha cuidado com a tristeza. É um vício.”Gustave Flaubert 
“Não há mentira pior do que uma verdade mal compreendida por aqueles que a ouvem.”Henry James 
“É permissível a cada um de nós morrer pela sua fé, mas não matar por ela.”Hermann Hesse 
“É pecado pensar mal dos outros, mas raramente é engano.”H. L. Mencken 
“É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música.”Honoré de Balzac 
“Os criacionistas fazem com que uma teoria pareça uma coisa que se inventou depois de beber a noite inteira.”Isaac Asimov 
“A verdadeira função do homem é viver, não existir.”Jack London 
“A única exigência que faço aos meus leitores é que devem dedicar as suas vidas à leitura das minhas obras.”James Joyce 
“Quem é que quer flores depois de morto?”J. D. Salinger 
“A democracia é um erro estatístico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis.”Jorge Luis Borges 
“Viver é negócio muito perigoso.”João Guimarães Rosa 
“Luz, mais luz.”Johann Wolfgang von Goethe 
“O horror! O horror!”Joseph Conrad 
“Um pouco de desprezo economiza bastante ódio.”Jules Renard 
“Ser valente é muito mais fácil do que ser homem.”Julio Cortázar 
“O ciúme é um latido que atrai cães.”Karl Kraus 
“Humanista é uma pessoa com grande interesse pelos seres humanos. Meu cachorro é humanista.”Kurt Vonnegut 
“Todas as famílias felizes se parecem; cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”Liev Tolstói 
“A solidão é a mãe da sabedoria.”Laurence Sterne 
“Estar sozinho é treinarmo-nos para a morte.”Louis-Ferdinand Céline 
“Assim é, se lhe parece”.Luigi Pirandello 
“Para os peixinhos do aquário, quem troca a água é Deus.”Mario Quintana 
“Aquele que lê maus livros não leva vantagem sobre aquele que não lê livro nenhum.”Mark Twain 
“Não há regra sem exceção.”Miguel de Cervantes 
“Toda mulher gosta de apanhar.”Nelson Rodrigues 
“Quanto mais sublimes forem as verdades mais prudência exige o seu uso; senão, de um dia para o outro, transformam-se em lugares comuns e as pessoas nunca mais acreditam nelas.”Nikolai Gógol 
“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”Oscar Wilde 
“Qual é a tarefa mais difícil do mundo? Pensar.”Ralph Waldo Emerson 
“A política talvez seja a única profissão para a qual não se julga necessária uma preparação.”Robert Louis Stevenson 
“Quando uma pessoa sofre um delírio, se chama loucura. Quando muitas pessoas sofrem um delírio, isso se chama religião.”Robert M. Pirsig 
“Não há nenhum pensamento importante que a burrice não saiba usar, ela é móvel para todos os lados e pode vestir todos os trajes da verdade.”Robert Musil 
“Respirei fundo e escutei o velho e orgulhoso som do meu coração. Eu sou, eu sou, eu sou.”Sylvia Plath 
“Nada inspira mais coragem ao medroso do que o medo alheio.”Umberto Eco 
“Nossa existência não é mais que um curto circuito de luz entre duas eternidades de escuridão.”Vladimir Nabókov 
“A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano.”Victor Hugo 
“Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas.”Voltaire 
“A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria, sem sentido algum.”William Shakespeare
Deixo aqui uma minha. Preste atenção na profundidade: 
"A rapa-dura é dura porque não é mole. Pois se fosse mole seria rapa-mole"

02/08/2013

Contando Carneirinhos.

Os carneiros são meio parecidos com a gente, vão e voltam buscando comida o tempo todo. Andam em grupos pois são solidários na necessidade do alimento.








Sempre dentro dos limites, pois alguém sempre estabelece quais são os limites.

01/08/2013

Agosto ao gosto do freguês.

Com gosto dizem que agosto é o mês do desgosto. Que gosto de desgosto têm os que dizem que agosto é de desgosto. Isso ao gosto, acredito que agosto possa ter gosto.
Que gosto teria agosto se pensarmos no agosto de trinta e um dias com gosto? Com gosto eu digo que agosto pode ter gosto. 

Dizem que agosto é o mês do azar. Azar é de quem pensar que em agosto não possa se azarar. Azarar combinado é bom. O azarado combinado gosta do gosto do azar. O azarão azara e o azarado é azarado ou azarada. O azarado ou a azarada que não gostou de ser azarado, pode dizer que teve azar. E se for em agosto culpará o agosto.

Há quem negue pronunciar essa palavra - a z a r. Diz esse que dá azar. É de matar pensar no azar com medo do azar. O azar vem sempre depois, nunca antes. Portanto, não se azare antes que o azar tente te azarar.
Mais ainda em agosto que é o mês do desgosto, pronunciar azar, pode dar azar.

Quem pensa no agosto como agosto de desgosto, começa mal o agosto e pode não estar bem no final e ficar sem chance de ver setembro chegar. Afinal, agosto pode ser bom, caso no azar você não pensar. 

Em qualquer mês do ano, muito além das nuvens, está o sol e depois dele ainda, o universo. Ele é todo nosso, inclusive neste mês.


Agosto ao gosto do freguês.