28/07/2012

O lugar

Seria um lugar onde as pessoas não precisassem usar a voz para falar. Nem com mímicas, nem com dedos em riste empunhar. Nem tão pouco, com gritos, uivos e nem ironias elas se manifestariam. Bastaria, nesse lugar, somente o olhar. Daqueles de sombrancelhas arqueadas, das que revelam surpresas agradáveis e alegres. Olhar que faz o músculo da face arquear um sorriso lindo que se põe a brilhar. Nunca as de forma franzidas, carrancudas e consequentemente nefastas. Essas jamais se veriam nesse lugar.
A palavra. Estas seriam escritas e bem escritas como alternativas à voz e colocadas em todo tipo de papel ou acetato. Do higiênico ou daqueles que embrulham o pão que nos sacia. Não importa onde estaria a palavra escrita, bastaria ela existir. Poderiam se encontrar todas elas até mesmo numa tela de computador - letrinha por letrinha, uma após a outra, matematicamente organizadinhas, formando palavras escritas na justa forma, dando ao leitor o acalante sentido no teor.
A fome e o suor, nesse lugar não existiriam nem para o pior. Elas, as letrinhas, ao serem de mal dizer escritas se desmanchariam e se perderiam no espaço, como se fossem em vento forte, pura fumaça sem cor.
Nesse lugar, além do olhar fraterno e das letrinhas justa postas, poderia-se encontrar também a pausada ordem das notas sobrepostas num pentagrama, que por elas seriam ouvidas, quando bem interpretadas num instrumento de madeira ou de metal. Olhando-se essas notas, confundiriam-se com pequenos pássaros negros repousando sobre fios em dias calmos. Estariam num desenho sem fim e todas orientadas por uma singela clave de Sol ou até mesmo por uma de Fá. 

A música arrefece e dá luz à alma. Ela nos acalma e nos excita ao mesmo tempo. Que dom tem seu talento de nos prender por um momento. Talvez seja ela a melhor forma de apego entre todos os seres de todos os mundos e de todos os universos. Devia existir mesmo antes do nada existir.



Devia existir no lugar antes do Big Bang. Mesmo antes do tempo. Mesmo antes do qualquer espaço. No princípio.

22/07/2012

Hereditário

Bacana isso. Parece que a poesia concreta escrita abaixo é de Arnaldo Antunes. Titãs tocam e cantam com arranjos que somente eles poderiam compor. Muito dez.
Cada pessoa que nasce, cada pessoa que que morre todos os dias, vem e vão daqui deixando umas regrinhas pra gente cumprir. Eu também faço isso, você também faz isso. Nós todos fazemos isso. Todos? Todos. Não, alguns não fazem de modo algum. Ou fazem? Ou não fazem? Contra tudo o que for hereditário. Dá?

A cada parto
A cada luto
A cada perda
A cada lucro
O sol que dura, só um dia
A cada dia, o sol diário
Contra o que for hereditário.
Contra o que for hereditário.

Em cada mira
Em cada muro
Em cada festa
Em cada furo
O sol que nasce, a cada dia
A cada aniversário
Contra o que for hereditário
Contra o que for hereditário
Contra o que for hereditário.



21/07/2012

O primeiro cigarro a gente nunca esquece

Amarildo despertou e logo saiu da cama quentinha naquela manhã fria de sábado. Abriu a janela do quarto e contemplou o céu que se mostrava limpo, sem nenhuma nuvem manchando o azul de brigadeiro e os raios de sol que despontavam pelo horizonte, de um âmbar acentuado banhavam o quintal de sua casa fazendo com que as sombras das árvores formassem desenhos bonitos pelo chão, num contraste negro interessante e muito bonito. Sentiu frio pelo corpo, a temperatura não passava dos 15 ou 16 graus, um dia típico de inverno em São Paulo. 
O rádio relógio no criado mudo à esquerda da cama marcava sete horas e seis minutos. Pensou que poderia aproveitar a folga e voltar para os cobertores desalinhados e quentinhos que nitidamente o convidavam para dormir um pouco mais, assim descansando o corpo e a mente, pois a semana tinha sido bastante difícil para ele. Mas não era o seu jeito de ser, desde menino adquiriu o hábito de se colocar em pé logo cedo para aproveitar melhor o dia. Amarildo sempre foi um insensato ansioso.
Em menos de dez minutos já estava sentado à mesa da cozinha tomando o café da manhã, vestido como se fosse um dia normal de trabalho. Um pãozinho com manteiga, uma ou duas bolachinhas doces e uma boa xícara de café com leite o satisfaziam. 
Ao seu lado, sobre a mesa o laptop aberto, ligado num site de notícias. Outro hábito antigo de Amarildo desde à época dos jornais impressos - ler as manchetes uma a uma e se algo lhe despertasse maior atenção, seguia a nota resmungando alguma coisa dentro de si.
O primeiro cigarro do dia sempre lhe foi o mais prazeroso. Na verdade era o único em que prestava referência no insólito vício do tabagismo. Os outros tantos ao longo do dia seguiam sem a mesma atenção, eram chamados quase que automaticamente em clara rendição à fraqueza, uma espécie de compensação a alta ansiedade. 
Seguindo o ritual, ergueu-se, saiu da mesa com o desjejum cumprido, buscou o maço e o isqueiro que ficava como de costume sobre o móvel da cozinha e seguiu para o quintal onde acendeu sua maior fonte de prazer das manhãs - o cigarro.
Voltou a contemplar o azul do céu, o âmbar dos raios de sol e os desenhos das sombras densas pelo quintal. Ouviu os pássaros cantando entre as árvores, respirou o ar puro da manhã e pensou - que dia lindo.
Notou na mão direita umas manchas claras avermelhadas e entre as unhas, um vestígio de vermelho um pouco mais escuro. De súbido lembrou-se da noite anterior. 
Toda a cena lhe veio rapidamente à cabeça que o estado de calma absoluta foi-se como num raio. Lembrou que havia assassinado com dois tiros na cabeça na noite anterior, um vizinho que durante duas horas tentou convencer-lhe a votar num candidato à prefeitura da cidade nas próximas eleições, alegando este ser um candidato honesto.
Deu mais duas tragadas intensas, apagou a bituca num vaso de flores que estava próximo, buscou num armário nos fundos do quintal, uma lata de tinta preta e um pincel e seguiu com o material para a frente de sua casa.
Na fachada escreveu em letras garrafais: 

Não me peçam votos, por favor. Gosto de fumar o meu primeiro cigarro do dia em paz.

16/07/2012

Hospício

Me desculpem o desabafo, mas está difícil viver neste país de merda, mentiroso e sem dignidade. Somos um bando de trouxas, aceitamos tudo e ainda fazemos piadas de nós mesmos. Brincar com as próprias mazelas é até que legal, o bom humor deve estar por cima sempre. Mas extrapolamos na passividade há séculos, somos ofendidos a cada segundo e não reagimos.

Motivo da minha insatisfação definitiva: lendo a matéria do Estadão - copiei o link abaixo para quem quiser conferir, senti vontade de rasgar todos os meus documentos, pisando, pra não dizer outra coisa, na parte que diz sobre a naturalidade - brasileiro.  De me recusar a pagar impostos, pelo menos aqueles que poderia me safar e mais ainda, impingir a mim mesmo um exílio, um auto exílio, mesmo que não saia imediatamente dessas terras de belezas naturais sem igual que contrasta com um povo de natureza estúpida também sem igual (me incluo, pois sou nativo da terra). Gente digna a um internato a perder de vista num hospício para casos irrecuperáveis. Nada faz sentido por aqui. Reforço o que digo - nada faz sentido no Brasil. É absolutamente nojento ser brasileiro.

O próximo que vier com papo patriótico para o meu lado mandarei para o mesmo destino daqueles que por opção cedem o que a natureza ofereceu para despejo de seus dejetos orgânicos. 
De agora em diante não sou mais brasileiro, serei somente um terráqueo sem pátria amada. Aos poucos me livrarei disso tudo.

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/demóstenes-volta-ao-mp-e-poderá-ganhar-rdollar-200-mi

14/07/2012

Diálogo com os pés


Um amigo me inspirou.


__ E ai?
__ E ai o que?
__ De boa hoje , então?
__ Pois é, cansado. Semana difícil. Estou tentanto relaxar um pouco, posso?
__ Pode, claro. Jogo duro né?
__ Duro demais amigos. Tá cada vez mais difícil, mas estou indo e sempre pra onde vocês me levam.
__ Legal, cara. Você é osso duro de roer heim!

Sorrio discretamente, mas me mantenho olhando para eles com com semblante distante. Ouço alguma notícia que vem do rádio ligado num volume um pouco mais alto do que acho que deveria estar. O boteco onde estou neste momento está vazio. Um ou outro entra e toma um café que é servido pelo atendente de poucas palavras gentis. 

__ Por que disseram que sou osso duro de roer?
__ Oras, você sabe bem do que estamos falando. Te levamos pra cada lugar e você sempre encara numa boa. Ou é burro ou muito teimoso. Uma das duas.
__ Que nada, manés. Sou irriquieto mesmo. Acredito nas ideias e gosto de fazer o que os outros consideram o que não possa ser feito.
__ Na boa, sabemos, mas achamos isso uma puta teimosia. Desde quando éramos crianças você sempre foi assim. 
__ Vocês precisam falar é com o coração. Ele sim está se enchendo dos vai e vem e  das inúmeras emoções  aceleradas. Tá que não aguenta mais. Os pulmões são fortes, detono eles com cigarros a todo momento e até agora não reclamaram. Os demais companheiros estão bem, indo bem. Uns melhor outros nem tanto, mas firmes ainda. (sorrio). A coluna reclama de vez em quando junto com os músculos das costas, mas com um remedinho e algum exercício se recuperam rapidamente.
__ Cara você precisa se acalmar, relaxar de verdade, ser menos acelerado.
__ Pô, mas vocês são quem me aceleram.
__ Nós o cacete. Fala com seu cérebro. Ele é o filho da puta que nos fode o tempo todo. Pede tudo muito rapido, tudo tem de ser agora… puta cara chato.
__ Não é bem assim. Ele é pau mandado na verdade. As mãos já reclamaram da mesma coisa.
__ Como assim?
__ É que vocês estão ai embaixo e não enxergam e nem sempre escutam o que falamos aqui em cima.
__ Como assim?

Falo baixinho.

__ Tem um cara invisível dentro de nós.

Os pés se calam, olham entre si. Escuto eles dizendo baixinho para si próprios… pirou...

__ Não fique com cara de bestas. Explico. Tem um negócio que chamam de alma, de temperamento, de gênio… sei lá, ele tem de tantos nomes. Esse cara é o mandão.
__ Putz! Tem mais gente ai então?
__ Claro que tem e pior ele também é pau mandado, parece que é um tal de Deus que é o bambambam de tudo. Manda geral.
__ Tá tudo dominado, então?
__ Não. Ele manda muito, sabe de tudo e parece que ele fez tudo e todos que a gente conhece, e deixa esse cara invisível dentro da gente pra fazer o que bem entender.
__ Caceta, como assim? Manda ou não manda.
__ Manda. Manda tanto que deixa os invisíveis dentro das pessoas com um tal de livre arbítrio.
__ Que porra é essa?

Com sorriso nos lábios eu respondo:

__ Por isso vocês têm chulés, frieiras e vivem batendo no pé da cama. Olha o vocabulário, ranhetas.

Paro um pouco e retomo.

__  Explico. Os invisíveis ficam escondidos no cérebro de cada pessoa, cada um deles se esconde em cada corpo e podem fazer o que bem entenderem com o cérebro, local exato onde se hospeda.
__ Maluco isso heim cara!
__ Pois é. Mas dizem que é assim. Alguns são muito legais, acho que a maioria são. Previnem-s de atropelos e pensam em si prioritariamente, mas também não fazem nada que prejudiquem outros, ao menos de forma deliberada. Tem aqueles que são totalmente dedicados aos outros, esses são raros. Mas tem também alguns perigosos e outros muito perigosos. Os que se camuflam passando-se por bonzinhos, legais, mas escondem interesses dos mais perversos. Se travestem de pessoas do bem, se aproximam com sorrisos e palavras amáveis, te oferecem ou sugerem oportunidades que sabem, jamais oferecerão e na primeira oportunidade enfiam uma faca de lâmina afiada nas suas costas e fogem. E pior, espalham para outros, que estão fugindo de você e que você é um perigo, um falso. Na verdade eles se vêem assim e não se aceitam. Usam do livre arbítrio à sua moda.
__ Sério?
 Sério. E tem também os declarados, já vem com a faca na mão. Mas estes são menos piores. Ao menos mostram-se escancarados nos dando alguma oportunidade de defesa.
__ Pô, deve ser foda ai em cima, heim.
__ É sim parceiros, difícil, não foda - melhorem o vocabulário. Por isso converso com vocês de tempo em tempo. Acho que me ajudam a relaxar.
__ Cara e ai, o que se faz pra se livrar disso tudo?
__ Encara-se, velhos. Não tem outro jeito. O bambambam que falei nos fez assim, um diferente do outro e o que se sair melhor ganha um prêmio.
__ Prêmio, que prêmio?
__ Ganha a paz de espírito.
__ E quem não ganha?
__ Continua fugindo e xingando os outros.
__ E nós pra onde vamos, pra paz ou pra fuga?

Paro e penso.

__ Vamos até a lotérica, o invisível me disse que posso ganhar hoje uns trocados legais.
__ O que vai fazer com os trocados se ganhar?
__ Nada. Vou pra Piracaia. Parece que tem menos fujões por lá.
__ Lá tem bambambam?
__ Tem.
__ Legal, boa ideia, levamos você, então. Esquerdo, quando chegarmos na lotérica eu entro primeiro, você espera e entra em seguida. Vamos dar uma força para o invisível lá de cima.

12/07/2012

Campeão

Deu Palmeiras. Mais um pra coleção.


É gostoso ver o time da gente ser campeão. Fazia algum tempo que não via o meu. A última vez foi em 2008 quando levou o Campeonato Paulista, agora pela segunda vez e de forma invicta abocanhou a Copa do Brasil.
O time surpreendeu até mesmo o mais otimista torcedor. Jogou honrando sua história, foi valente, maduro e determinado. Não sei se desfalcado, pois não anda tão bem lá das pernas e confunde quem é titular e quem é reserva. Mas o brio falou mais alto e isso encantou a torcida fiel. A fiel torcida, a outra, não sei não se gostou. Eles que comemorem o troféu deles e nós saboreamos o nosso. E tudo acaba bem nos desportos. De resto, a vida continua.

Parabéns Palmeiras. Fico feliz.

11/07/2012

Bombas

Coritiba e Palmeiras - daqui a pouco ao vivo em jogo decisivo pela Copa do Brasil. O Palmeiras pode até perder de um a zero. E se fizer um gol no campo do adversário, este precisará fazer quatro em cima do verdão paulistano. Lembro que o adversário é forte e está jogando em casa e o Palmeiras não está lá essas coisas.
Daqui de casa ouço muito rojões, provavelmente lançados por alguns torcedores esmeraldinos mais dados a comemorações barulhentas. Pessoalmente acho meio primitivo, mas gosto não se discute, cada uma faz e comemora o que bem entender. 
Se medirmos esses estouros diretamente às comemorações "caramuristas" da semana passada, promovida por parte da grande torcida corinthiana, essa, nesse momento, perde de longe. Muito de longe.
É possível que parte dos rojões de hoje restaram (ficaram guardados?) de quarta feira passada, onde seriam estourados numa comemoração eventual de uma vitória do Boca. A secagem foi gigante, mas pelo jeito não deu certo. Frustrados, os que gostam de bombas e gastaram seu dinheiro com elas, resignaram-se aos estouros desta quarta.
Mas também tem os caramuristas naturais, os que para tudo é motivo de explosão. Existem os homens bombas e os que destroem prédios e vidas com avião.
Pessoalmente não gosto de bombas. Nem eu e nem minha cadela Lucy. A coitadinha fica toda apavorada e por mais que eu fale pra não se assustar ela não me entende, chora o tempo todo. Bombeiros de plantão, parem com as bombas, porra.

08/07/2012

Led Zeppelin and Foo Fighters

Led Zeppelin lá nos 70 era ácido puro. A banda tinha um rock agressivo, todo alucinado, nada comportado. Psicodélico, como se dizia. Pra quem não viveu por lá poderá estranhar e chupe o dedo  engulindo o … ai se eu te pego. Poderá também pensar quanto era pobre o estilo dos garotos, mas acreditem era a revolução dentro de uma revolução universal. O mundo era diferente.
Foo Fighters hoje encarna o que há de melhor no rock nesse comportado e simétrico mundo musical e artístico contemporâneo. Parece que os caras saíram daqueles anos lilases, viajaram pelo tempo e aportaram pra tocar agora, nesses 2000 iniciais todo cheio de cores pastéis.   
Um mixer das duas bandas completou a dose. Taylor Hawkins que é baterista do Foo Fighters canta, Dave Groh que é o cantor e guitarrista vai para a batera. No palco, com eles, nada mais nada menos que Jimmy Page e John Paul Jones, do Led Zeppelin, agora distintos senhores de cabelos grisalhos, mas que com os instrumentos na mão viram garotos alucinados do final dos sessenta e início dos setenta. 
Tem um vídeo de Jimmy Page ainda garoto tocando na TV em Londres. Vale para ver como o tempo passa pra todo mundo.





Valeu!

07/07/2012

O general e o papel higiênico

Fim de semana prolongado para os paulistas, brasileiros e estrangeiros que por aqui vivem ou estão de passagem. Pois é, nesta segunda feira, nove de julho o estado tem seu feriado exclusivo. São Paulo comemora os 80 anos de uma revolução que tinha como objetivo a derrubada do governo provisório de Getúlio Vargas que desde 1930 havia se apossado da presidência federal, na marra e com armas em punho, impedindo a posse do que seria o futuro governador do estado, na época se dizia presidente, Julio Prestes e destituindo a presidência da república de Washington Luis, encerrando o que chamaram de República Velha e da política do café-com-leite onde mineiros e paulistas alternavam-se no poder.
O golpe acabou com a autonomia dos estados e o comandante disso tudo foi Getúlio Vargas, um baixinho dado a arrogância e à centralização. Seria ele diferente dos que antes governavam o país na época?
Por todos os brasileiros Getúlio foi idolatrado. Por entre tantas medidas populistas, marcou sua passagem quando estabeleceu anos depois, já em 1940, as leis para as relações de trabalho entre patrões e empregados, colocando o Estado como interventor, fiscalizador e acionista dessa relação, consagrando assim a CLT - Consolidação das Leis do Trabalho (ou do trabalhador), fortemente inspirada no fascismo italiano de Mussolini, uma versão macarrônica do lunático, Adolph Hitler e que até hoje a consolidação que regula o modelo mais do que antiquado para a relação de trabalho no Brasil.
Louvamos os rebeldes paulistas sim e ter orgulho deles é nobre, mas também consideramos que havia interesses escusos da classe que dominava o país antes do golpe. Sempre há.
Os 87 dias de combates entre 9 de julho a 04 de outubro daquele ano, deixou um número oficial de 934 mortos, porém,  mais de dois mil, segundo estimativas não oficiais.
A rendição se deu e a revolução ficou como o último grande conflito armado na história do Brasil.

Ao grande legado de Getúlio e ao que representa a intervenção maquiavélica do Estado, principalmente em países do terceiro mundo, em nossas vidas, transcrevo ao leitor um artigo interessante que li na revista Aventuras da História, da editora Abril na de edição de julho de 2012. Muito curiosa e pertinente.
Como fazíamos sem... papel higiênico. 
Antes dele, as pessoas se viravam, literalmente, com o que estivesse à mão.
 O item primordial dos banheiros já foi luxo para poucos. Inventado na China em 1391, o papel higiênico vinha em folhas e era produzido para uso exclusivo da nobreza.Na Europa, enquanto pessoas comuns recorriam à neve e à lã de carneiro, os nobres usavam toalinhas higiêncas, que de tão caras, eram consideradas símbolo de poder. Na antiguidade, os gregos usavam uma vara com uma esponja na ponta (que depois de embebida em água e sal era usada novamente). Nos tempos de colônia, os brasileiros faziam usos da palha de milho - de preferência, as verdes, mais macias. Os menos afortunados se viravam como podiam. Na maioria das vezes, com o que estivesse à mão. Folhas de grama, pedaços de madeira, sabugo de milho, areia, peles de animais, cascas de frutas, jornal (tal qual a famosa paródia natalina) e até as mãos - costume esse ainda existe em alguns lugares da Índia. "Por isso os indianos usam a mão direita pra comer e cumprimentar as pessoas. A mão esquerda era usada para se limpar", afirma a professora de história da USP, Tereza Pereira Queiroz. O papel higiênco só começou a se popularizar em 1857, quando o americano Josephy Gayetty passou a vender pacotes de 500 folhas por 50 centavos de dólar - com marca d'água do criador e perfume de Aloe vera. Direcionada a pessoas com hemorroidas, a invenção foi um fracasso comercial. Só dez anos mais tarde, os fabricantes descobriam que era possível vende-lo mais barato e que o perfume era dispensável. No final do século 19 o papel higiênico passou a ser fabricado em escala industrial, apesar de ainda não ser grande coisa. Até a década de 1950, era possível encontrar pacotes nos Estados Unidos com a inscrição "Papéis Horthern. Os únicos sem lascas".Os rolos? Eles facilitaram o uso, mas não se sabe qual foi a empresa precursora dessa grande ideia.
Ilustração Kleber Salles
Bom feriado.

06/07/2012

Palestra

Depois de 12 anos vejo o meu time numa final de um campeonato nacional. Venceu a primeira de duas partidas previstas. De dois a zero no Coritiba, time forte que veio decidido a fazer pelo menos um gol no campo do adversário. Se deu mal, levou dois, um de pênalti e outro de falta com resvalo.
O time não está lá essas coisas, um pouco sem brilho, mas o que importa nesse momento é mesmo o resultado. Vamos torcer agora pela vitória defintiva lá em Curitiba. Pelo empate, ao menos, no segundo jogo.


Valeu Palestra!

05/07/2012

Libertados

Deu Corinthians e deu de forma brilhante. É o novo campeão da Libertadores e fez por merecer. A pecha que do clube tinha de nunca ter conquistado o título do sul americano, foi-se. Como foi-se também a pressão dos não corinthianos declarados sobre a nação que dizem ter 30 milhões de seguidores. Esconderam-se em suas frustrações. Fieis os corinthianos são e qualquer pastor daria tudo para te-los em seus templos. 
O grito saiu de dentro da alma e da garganta de cada um deles como um desabafo. Desabafo à pressão que sofreram, principalmente nesses últimos dias. Que inflamou ânimos, abriu discussões abstratas e veiculação de piadas de toda natureza. 
Depois que o juiz apitou o céu em São Paulo clareou. A noite pareceu dia e daqueles ensolarados. Se fechássemos os olhos o som de bombardeiros também lembrava filmes de guerra. O saldo disso tudo veremos hoje.
Cada um desopila os rancores e frustrações escondidas à sua moda. Para isso serve torcer, se travestindo de fanático casual, por alguma coisa que na verdade não é sua.

Nos sites de relacionamentos se vê algumas delas.


Pessoal, nada pessoal para pessoalizar. Para os não corinthianos, pensem bem, até que foi legal ver o time argentino sair de campo derrotado, não foi?  E a nós, os não corinthianos de e sem carteirinha, nos resta esperar o dia passar.
Hoje tem palestra em Barueri. O time até que está bom e pode ganhar.

E a vida continua. Buááááááááááááá!!!!!!!!!!

04/07/2012

Clima de final de Copa do Mundo

O clima é de final de Copa do Mundo.
Fiz uma pequena cirurgia hoje cedo e o resto do dia passei de molho em casa. Seria para descansar, mas. Amanhã volto ao trabalho. O que me restou durante boa parte da tarde foi acompanhar pelos sites o noticiário. Li tanta coisa, mas o que me chamou a atenção foram as manchetes, a grande maioria falando da final da Libertadores. Corinthians e Boca Juniors se encontram logo mais no Pacaembu para o jogo decisivo. Até minha vizinha de 94 anos sabe disso e a velha corinthiana está vibrando uma hora dessas.
Não encontrei nenhum jornalista que apostasse na derrota do time brasileiro, pelo contrário, acreditam e muito no resultado positivo do Corinthians. Mostram-se grandes entendedores do assunto, parece que são mesmo. Conhecem bem histórias de jogos de anos atrás, resultados antigos, dados curiosos, mas, resguardando-se na máxima jornalística de que a imparcialidade é fundamental na profissão, alertam com veemência a dificuldade que será vencer o time argentino. …é preciso ter muito cuidado com o Boca… a tática argentina é de deixar o adversário nervoso… e por ai vai. Pareciam que os artigos saíram da mesma redação, sob a batura editorial de um único editor que, naturalmente é um brasileiro desde criancinha. (mesmo que ele seja um argentino).
Foi difícil não me envolver com o assunto. Juro que tentei, mas não deu. E daí. Fui fundo e fui lendo com atenção. Afinal estava de molho mesmo.
Neste momento, quase sete da noite, estou pendendo a colocar a bandeira do Brasil na porta de casa, assim como fazemos a cada quatro anos em Copas do Mundo. A gente acaba se envolvendo mesmo. 
Mas, evidente que não chegarei a tanto. Me matam por aqui, afinal só tem palmeirense em casa.
A Globo na maior cara de pau anuncia que o Corinthians é o Brasil. Tudo se explica pela audiência. É do negócio. Mas nós, os terráqueos é quem devemos ficar atentos.
O que teremos hoje é uma decisão de um torneiro de futebol, uma boa e gostosa partida de futebol para assistirmos. Uma prática esportiva somente e deveríamos encara-la assim. A imprensa inflama e o cidadão espremido no sufoco diário encontra o ponto de convergência e explode.
Bobagem. Se o Corinthians ganhar, vibrem quem torce para esse time. Se o Boca ganhar, bom para os torcedores argentinos. 
Quem perder, por favor, não destrua o patrimônio público. Não mate e nem espanque seus opositores. Isso é coisa feia, a mamãe de vocês não iria gostar. (do pai, não se sabe a reação, pois nem a mãe do agressor o conhece).
Vale mesmo a festa para quem ganhar e a sabedoria para quem perder. Lembrando que tem muito mais pela frente pra se curtir. Vamos nessa, de boa! Sem bandeiras, sem pátrias e sem ideologias. Só relaxo.

Contra quem?

Hoje. Bom jogo de futebol - Corinthians e Boca Juniores disputam o título aqui em São Paulo e não poderia ser em outro lugar se não no Pacaembu. Grande final, pena meu time não estar nessa. Espero um bom jogo.
Entro no embalo dos que torcem contra. Mas contra quem?
Melhor nem sair de casa.


ALGUMA COISA DO QUE ROLA PELA IMPRENSA HOJE 

Técnico do Boca ironiza queima de fogos em hotel: "Das outras vezes fomos bem"
Do UOL, em São Paulo
O hotel onde está hospedado a delegação do Boca Juniors em São Paulo foi alvo de estouros de rojões na madrugada desta quarta-feira. O técnico do clube argentino, porém, lembrou que não é a primeira vez que isso ocorreu nesta edição da Copa Libertadores e ironizou.
Blindagem falha e Corinthians vai para final com atletas pré-vendidos e ameaça de desmanche
Último treino do Corinthians antes da final ocorre com rojões e torcedores fora do CT
Site argentino disseca vida de Emerson Sheik e se impressiona com 'ficha suja' do atacante
Maior brigão do futebol argentino, Riquelme peita Maradona, imprensa e até fãs do Boca
“É normal que aconteça isso. Quando estouraram (rojões) das outras vezes, nós fomos bem”, afirmou Julio Falcioni, segundo o jornal Olé.
O treinador se referiu aos confrontos contra Fluminense e Universidad do Chile, equipes derrotadas pelo Boca na Libertadores-2012. Tanto no Rio de Janeiro quanto em Santiago, torcedores rivais tentaram atrapalhar o sono dos argentinos queimando fogos de artifício durante a madrugada.
De acordo com o Olé, as bombas foram estouradas por volta das 4h40 na porta do hotel Hilton, no Morumbi, onde a delegação está hospedada. O local, que fica a pouco mais de dez quilômetros do Pacaembu, foi escolhido pelo Boca justamente por motivos de segurança."

"Pelé voltou a dizer que torcerá pelo Corinthians na final contra o Boca Juniorse diz que gostaria de dar volta olímpica com o Corinthians, mas é dispensado." UOL


Sabem quais são as duas palavras mais faladas, ouvidas, lidas e escritas no mundo esportivo em todo o planeta nas últimas 72 horas?
"Espanha e Corinthians!E hoje no Pacaembu devemos ter a maior alegria que um torcedor de futebol de clube já teve e sentiu no mundo em todos os tempos. Basta dar Corinthians!Só que a recíproca é verdadeira, mas nada de se inverter as letras do patrocinador “IVECO”o que daria “OVICE”!Dando Boca haverá a maior tristeza já registrada na história do futebol.Mais do que aquela de 1950 quando tínhamos quase menos brasileiros do que corintianos atualmente.E na festa ou no velório de hoje “Pelé Santander FC” foi vetado.Afinal, ele é o referencial maior de tanta decepção corintiana através dos tempos."Espanha porque virou a Seleção Brasileira de antigamente e Corinthians porque é o nome mais bonito dos times de futebol do mundo e que está prestes a conseguir sua maior conquista. 
Milton Neves

O duro é esperar a novela acabar. Só depois dela mesmo. Isso não é justo com a torcida (de um ou de outro).

03/07/2012

Ornitorrincos

Fui ao wikipédia buscar informações sobre o exótico, ornitorrinco, pois lembrei-me de sua existência quando lia notícias sobre campanha eleitoral. Não sei o por quê, mas a associação entre os candidatos e esta espécie três-em-um, foi imediata.
Muito provavelmente estarei cometendo uma tremenda injustiça com esse animal de característica tão estranha, o ORNITORRINCO, embora ele seja muito conhecido na Tasmânia e na Austrália aqui no Brasil pouco se fala dele, fala-se mais de políticos.
Acho que eles se travestiram em espécie humana aqui em nossas terras e circulam livremente entre nós. Nos palanques, na TV, no rádio e em todo lugar.
Indefinível ele tem o corpo de mamífero, mas bota ovos. Mama pelos poros. É semiaquático e possui um enorme bico como de um pato à frente da cara, que lhe toma boa parte da cabeça. Seria um um castor, um peixe e um pato ao mesmo tempo e ainda com garras de um leão feroz? De hábitos noturnos, saem à caça na calada da noite.
Me certifiquei da semelhança quando o texto disse "…cerca de 82% do seus genes são compartilhados com outras espécies já sequenciadas, como o cachorro, a ratazana e o homem"
Incrível a semelhança.



Quem se interessar, recomendo o acesso ao site.


"O ornitorrinco (nome científico: Ornithorhynchus anatinus, do grego: ornitho, ave + rhynchus, bico; e do latim: anati, pato + inus, semelhante a: "com bico de ave, semelhante a pato") é um mamífero semiaquático natural da Austrália e Tasmânia. É o único representante vivo da família Ornithorhynchidae, e a única (a) espécie do gênero Ornithorhynchus (b). Juntamente com asequidnas, formam o grupo dos monotremados, os únicos mamíferos ovíparos existentes. A espécie é monotípica.
O ornitorrinco possui hábito crepuscular e/ou noturno. Carnívoro, alimenta-se de insetosvermes e crustáceos de água doce. Possui diversas adaptações para a vida em rios e lagoas, entre elas as membranas interdigitais, mais proeminentes nas patas dianteiras. É um animal ovíparo, cuja fêmea põe cerca de dois ovos, que incuba por aproximadamente dez dias num ninho especialmente construído. Os monotremados recém-eclodidos apresentam um dente similar ao das aves (um carúnculo), utilizado na abertura da casca; os adultos não possuem dentes. A fêmea não possui mamas, e o leite é diretamente lambido dos poros e sulcos abdominais. E os machos possuem esporões venenosos nas patas, que são utilizados principalmente para defesa territorial e contra predadores. Possui uma cauda similar a de um castor.
As características atípicas do ornitorrinco fizeram com que o primeiro espécime empalhado levado para a Inglaterra fosse classificado pela comunidade científica como um embuste. Hoje, ele é um ícone nacional da Austrália, aparecendo como mascote em competições e eventos e em uma das faces da moeda de vinte centavos do dólar australiano. É uma espécie pouco ameaçada de extinção. Recentes pesquisas estão sequenciando o genoma do ornitorrinco e pesquisadores já descobriram vários genes que são compartilhados tanto com répteis como com as aves. Mas cerca de 82% do seus genes são compartilhados com outras espécies de mamíferos já sequenciadas, como o cachorro, a ratazana e o homem"
Bom dia!

01/07/2012

Horóscopo

Domingo, 01 de julho de 2012
Jogo duro, caramba! Ainda fico lendo essas coisas, me torram mais a paciência. Ainda bem que hoje é domingo e o prenúncio é que será mais leve e está sendo. Mas vamos em frente que atrás vem gente.
O duro é ter nascido com com defeito de fabricação, teimoso que nem a peste. Ou vai ou vai até quando eu quiser, mas só até quando eu quiser.

Nada de novo nesse sentido. 


Capricórnio (22 dez. a 20 jan.)

Para você a tormenta astral continua, mas hoje mais leve, ou pelo menos em segundo plano. Lampejos espirituais e inspirações devem ser seguidas - entradas e partidas, caminhos novos. Sem medo de ousar, capricorniano!


Nada de novo nesse sentido. Um ou dois pontos somente.