01/03/2014

Máquina dos Sonhos

Ando propenso a acreditar mais na eficiência das máquinas do que na dos homens. 

Pensei em cientistas do bem inventando uma traquitana que identificasse com um simples toque do polegar o candidato a político que fosse realmente honesto. 
Um do tipo que não mudaria de opinião e nem de postura logo após eleito. Daquele que não nos trouxesse surpresas com composições absurdas, pagamentos de campanhas ou coisas assim.

Doce sonho, mas vale insistir.

Seria uma maquineta simples, pequena, robusta, de fibra de carbono, sem cor, para que pudesse ser levada de um lado para outro sem grandes dificuldades e quando acionada, ao identificar um candidato honesto, ela soaria um alarme tão alto, mas tão alto que bem lembraria um apito de fábrica das antigas. 
Piscaria uma luz verde e tocaria pra todo mundo ouvir: 

Aleluia... Aleluia... Alelulia... Aleluia... Aleeeluuuiaaa!!! 

Papeis laminados prateados cairiam do céu, uma chuva de confete e serpentina para todos os lados e o mundo aplaudiria feliz.

De contra partida se o candidato fosse do tipo ordinário, seria eletrocutado com uma carga de 13 mil volts que o torraria até as vísceras e seus restos mortais carbonizados seriam lançados na fornalha da metalúrgica mais próxima para que o que restasse daquele corpo gordo feito sapo velho se transformasse numa chapa de aço para ser utilizada pelas montadoras de São Bernardo do Campo e ainda de sobra o sujeito não teria direito à missa de sétimo dia.

A máquina seria uma verdadeira revolução. Mudaria a história da humanidade, mais ainda da humanidade brasileira e possivelmente ela seria a salvação e a perpetuação da espécie no planeta. Nem precisaríamos mais de horários políticos gratuitos e nem da Hora do Brasil.

O duro é imaginar onde ela seria guardada entre uma eleição e outra.

Em Brasília, sai um e entra outro, são sempre 19 horas.