31/12/2011

Os filhos

Um filho, o mais velho, em Brotas, interior de São Paulo, com a esposa e família dela. Uma filha, a mais urbana dos quatro, preferiu ficar em São Paulo, com o marido, filhas e amigos. A outra, aqui em Piracaia, passaremos juntos a virada de ano com parentes e amigos e o mais novo, em São Thomé das Letras, interior de Minas, com um primo e amigos.
Os filhos crescem, antes todos juntos à nós e agora cada um levando sua vida. Que legal isso, mas dá uma dorzinha de barriga. Um medinho de leve não sei do que. 
Vem a saudade de quando eram pequenos, quando natais e finais de ano passávamos todos juntos, sob nossa guarda. Mas, ao mesmo tempo, uma alegria grande por saber que estão livres, que cresceram e que cada um está fazendo o que preferiu fazer. Ao menos por enquanto.

Espero que levem suas vidas com liberdade e façam aquilo que planejaram para suas vidas.
Uma passagem de ano boa para eles, para nós e para todos. Que a virada do ano signifique uma parada para o respiro, para depois seguir em frente, com coragem.

Se beber, não dirija e se for dirigir, não beba. E se fizer as duas coisas, cuidado. Cuidado com você e com os outros que optaram por uma das duas primeiras alternativas.

Até 2012!






30/12/2011

Planos para 2012

Todo final de ano é a mesma coisa, a gente faz uma listinha das coisas que pretendemos fazer no ano seguinte.
Incrível como pensamos nisso a cada final de ano, não é? Quem não faz a sua? Se não as escreve num diário (hoje, acho que nem existam mais) ou num computador em um arquivo mantido com senha de 8 dígitos, ao menos, pensa neles. Uma, duas ou três coisas no mínimo são relacionadas.
Elas vão desde parar de fumar até conquistar a pessoa amada, passando, eventualmente, por uma troca de emprego. 
Eu tenho a minha desde garoto. Originalmente tinha cerca de cinquenta e seis ítens e a fiz quando devia ter uns 12 ou 13  anos, mais ou menos, e entre eles o de ficar rico, muito rico foi citado no primeiro ítem. 
Para um moleque pobre é natural que essa pretensão encabece sua relação.
Algumas vezes perdia a folha com a relação. Minha mãe, com sua eterna mania de limpeza, vira e mexe dava uma faxina geral em casa e minhas coisas acabavam indo para o lixo. Eu não podia nem reclamar, afinal, era um segredo. Ficava puto da vida, mas me mantinha na minha. Acho que foi nessa época que aprendi a me controlar. Como alguém quando ganha no jogo do bicho e não recebe, não podendo reclamar com o bicheiro e nem com o Papa. 
Sorte a minha, pois tinha tudo de cabeça, as principais metas pelo menos, e quando lembrava de outras, ia correndo para um caderno escolar de mentira, misturando às matérias, os meus planos. Assim me protegia dos inoportunos vendavais de limpeza. 

Fui dando conta que, na verdade, não chegava a um número tão alto. Fui riscando ao longo da vida, algumas menos importantes (menas, como diria algumas pessoas). A gente muda com tempo.
De cinquenta e seis originais, hoje não passa de dez. Está certo que muitas foram realizadas, mas essas dez ainda persistiram ou foram surgindo. 
Considerando que aos quase 58 de idade, se não tivesse realizado boa parte delas eu seria um grande frustrado. Acho que não sou. Frustrações todos carregam na vida, mas não me deprimo com as minhas, afinal desde cedo percebi que antes de sentir qualquer tipo de depressão, deveria avaliar melhor quantos patetas estavam ao meu lado. Saio fora deles. Esses sim poderiam me frustrar. Busquei a vida toda estar ao lado dos mais corajosas, determinados, pessoas com sonhos que os idiotas julgam idiotices. Os idiotas são deprimidos por natureza. Ser não é Estar. Estar, ficamos às vezes, mas tendo uma relação secreta de objetivos, o baixo astral passa rápido. É só lembrar dela e seguir em frente.
Me referi aqui ao ser deprimido. Somente os patetas são.

Voltando à lista. Atualizei a minha e nessa risquei o de ser muito rico. Rico talvez, mas também defini melhor o que é pra mim ser rico. Diferente do Tio Patinhas que tem um cofre gigantesco de moedas de ouro e mergulha nelas de tempo em tempo, a riqueza pretendida agora é um pouco diferente - já não passo fome  e algumas moedas, preciso te-las, pois meus planos são um pouco ambiciosos e exigem algum custo, mas muitas moedas, realmente não as quero. Os banqueiros não vivem, acho que são eternos deprimidos.

Objetivamente aqui estão  as pretensões para 2012. Não citei o óbvio - estar com minha esposa e família amada, o mundo sem guerras, sem fome, sem sofrimento e sem maus tratos. O Brasil melhor, coisas assim. Tudo isso a gente quer mesmo. E não estão na ordem de prioridades, todas são importantes individualmente. Com exceção do quinto ítem, esse não abro mão, nunca.
Por que as divulguei no Blog? Não sei, sou assim, gosto de falar e quando sozinho, escrever. E também, pouquíssimas pessoas irão se interessar à leitura delas. Mais os curiosos ou amigos mais chegados.
Bem, vão elas:

1 - Me manter no tipo de trabalho atual por mais dois anos;
(de saco cheio, mas ainda preciso - de preferência na mesma empresa ou mesmo em outra, elas todas são muito parecidas, não faz tanta diferença)

2 - Parar de fumar e dar mais atenção à minha saúde;
(consegui em 2011 ficar três meses sem fumar, voltei por patifaria e muita ansiedade)

3 - Concluir o livro que iniciei no final de 2010 e iniciar outro;
(ficção baseada em fatos reais - escrevo sem muita rotina - faltou disciplina e maior velocidade o outro, um amigo sugeriu minha história dentro da TV - ponto de vista de um funcionário humilde que cresceu dentro de uma emissora de TV que também cresceu - considerar isso)

4 - Esboçar os dois projetos para série de documentários que pretendo realizar no futuro, prevejo para 2015; 
(um sobre a formação das cidades do interior de São Paulo, as grandes cidades e outro sobre a formação dos países da América do Sul - exige pesquisas, visitas, tempo e dinheiro - tanto pelo interior do estado quando pelos países vizinhos)

5 - Acompanhar de perto o Dudu, meu filho mais novo;
(ele não está numa boa fase, garoto ainda, precisa do pai por perto, vou fazer isso com dedicação, mesmo com prejuízo dos demais ítens)

6 - Ficar mais atento com as finanças;
(sempre fui desligado nesse assunto, preciso me organizar, fechar a mão um pouco)

7 - Ler pelo menos 12 livros e assistir o maior número de filmes e documentários possíveis;
(um livro por mês em média, técnicos, astronomia, filosofia e sobre vinhos)

8 - Comprar uma moto - Harley Davison de preferência;
(tirar a tal da carta, finalmente)

9 - Desfazer os maus entendidos deixados do ano anterior;
(acelerado, sempre fui mal nisso - é bom para a paz de espírito de todos, dos amigos e minha mesma)

10 - Me manter longe de idiotas;
(não posso me deprimir com eles e dar atenção somente aos otimistas, positivos e realizadores)


Risquei a do astronauta, além de achá-la muito difícil, tive que priorizar somente dez para 2012. Fica prá depois.

Vamos em frente.










28/12/2011

Coordenadas

Se tem um assunto que me atrai, confesso que é sobre extras terrestres. A possibilidade de contatos imediatos com vida de outros planetas, além de curioso, me excita.
Desde criança o tema nunca ficou um dia sequer longe dos meus pensamentos.

Na TV assistia séries do gênero desde pequeno, claro, tudo em preto e branco e com direito ao Bom Bril preso à antena para dar melhor sintonia e ela ficava bem em cima da Invictus de 21 polegadas que tinha dois botões grandes à frente - um de liga e desliga com ajuste de volume e o outro do seletor, grande e barulhento quando se mudava de canal. 
Em cima da TV também ficava o regulador de voltagem, naquela época a tensão variava muito e precisávamos ficar atentos no ponteiro do voltímetro para este não passar de uma marca vermelha. Para mim, aquilo tudo era um painel magnífico de uma nave espacial.
Estou falando de 1960, 61, 62 por ai - estava com seis, sete, oito anos de idade. Sempre com uma espada de plástico amarela presa à cintura e um revólver de madeira feito por mim mesmo, que dispunha de um raio laser ultra mortal, para caso de algum Inca Venusiano aparecer de repente. Me sentia mais seguro assim. Derreteria o cérebro do filho da puta, protegendo a mim e o meu irmão menor.


Desse tempo para cá, o assunto me levou à leitura de centenas e centenas de livros. Eram os Deuses Astronautas de Eric von Daniken, foi um dos primeiros. Acho quem em 1970. O li várias vezes sempre como se fosse a primeira, fascinado. A argumentação de que seres inteligentes no passado, influenciaram civilizações, me provocavam euforia. As provas apresentadas no livro, em minha cabeça eram inquestionáveis. 
Assim como O Triângulo das Bermudas local que fica logo abaixo da América do Norte e próximo à Central, onde aviões, pequenas e grandes embarcações, simplesmente, desapareceram sem muitas explicações. O relato do Voo 19 foi um deles. Nada me deixava mais curioso.

Li vários artigos com depoimentos de pessoas que garatiam  a abdução ou de testemunhos vivos de contatos com naves de formas e cores das mais diversas. Luzes que se alternavam entre, amarelas, vermelhas e azuis.


Registros de pilotos de aviões comerciais ou mesmo militares, sonoros e escritos, falando sobre avistamentos de objetos não identificados. 

"…luz forte à esquerda se aproxima… Torre,algum sinal no radar de terra? 
…segue aeronave a este bordo… não tem forma definida e muda de cor a todo instante… 
…desapareceu sentido norte… 
…voo 3429 gostaria de relatar um avistamento? 
silêncio na comunicação… 
Não… nada a relatar… seguimos para o pouso… "

Filmes então, nossa, nem sei quantos. E com direito a várias reprises. Contatos imediatos do Terceiro Grau de Steven Spelberg por exemplo, assisti umas cinquenta vezes - sem exagero. ET, Sinais e outros tantos que daria uma relação gigante. Clássicos para os nerds como eu.

Na adolecência imaginava que entre nós vivessem extras terrestres. Os dividia em duas classes - os do bem e os do mal. Os bons, claro, vieram e ficaram em missão de auxílio, para nos ensinar. Diante de sua sabedoria preferiam misturar-se ao povo sem chamar atenção de ninguém.
Entre eles, esportistas famosos, químicos, matemáticos, físicos, astronautas, empreendedores e artistas.

Os do mal vieram para nos aniquilar, sem raios laser para não deixar pistas. Os relacionei na ocasião - alguns políticos, (pela inocência da idade, só os de direita), generais, religiosos afoitos e também certos artistas. 
Na minha relação constava o nome de uma professora de biologia do colegial, prefiro não citar seu nome, pois acho que ela ainda vive por aqui, como mutante, hoje pode estar na pele de alguma pessoa do convívio. Bom não arriscar.


Ontem recebi uma mensagem no FaceBook onde um amigo postou três coordenadas, as  quais, dizia ele, tratarem-se de pontos de pousos para ET`s. Não sei como e de onde ele tirou essa informação.
Como sempre, curioso, prendi a atenção e pelo Google Earth fui  ao encalço. As localizei, os três pontos - ficam no território americano, dois no deserto de Nevada e um ao norte do estado do Arizona.
A visita me provocou a antiga fascinação e imediatamente me remeteu a um túnel do tempo. Além do fato em si, a memória  levou-me aos esquecidos. Pessoas, objetos, situações. Todos guardados no canto do cérebro. Até minha arma laser eu resgatei.

Deixo aqui as coordenadas para quem se sentir curioso com o tema. Vão encontrar marcas e são bem interessantes - para quem curte o assunto pelo menos. 
Claro, vale uma fezinha na sequência - o prêmio do final de ano parece que é de R$ 170 milhões. Vai que… 

37 33 47.27N 116 51 06.58W
33 44 46.74N 112 38 02.99W
37 39 58.44N 116 01 33.02W

Blog é legal por isso, a gente escreve o que quer e quando tem tempo. Pra quem quiser ler e compreender da sua maneira. Sem policiamentos. Possivelmente algum ET do bem está envolvido na criação dessa plataforma de comunicação.

Abraços e bom 2012 à todos e que ele anteceda 2013 numa boa.



27/12/2011

Entre Festas

Natal e Primeiro de Ano caindo no domingo e as vésperas deles no sábado, deixam prá mim a sensação de finais de semana comuns. Nem parecem os Natais e Finais de Ano que temos na memória. Na minha, pelo menos, não.
Essas datas especiais têm jeitões de quintas, terças, segundas, sextas e até de quartas feiras.
Sábado, véspera e domingo o dia propriamente dito parecem sábados e domingos normais. A semana rolando e o final dela com as comemorações - um pouco estranho, não é a mesma coisa.

Tá bom, não devemos esquecer o verdadeiro sentido do Natal e da importância da virada do ano, independente do dia que caia. Procuro me envolver com esses pensamentos, aliás, é difícil evitá-los, nos lembram a cada segundo. Aparecem filósofos de tudo quanto é canto com frases de efeitos, embora, todos bem intencionados. É até natural, faz parte do clima de final de ano. Entendo-os por isso, pois faço a mesma coisa.
Mas, a gente acaba mesmo é se envolvendo com o clima da euforia - a festa pela festa, com as tradicionais trocas de presentes, com os abraços, com a bagunça. As comidas diferentes que nos entopem, com a música típica, gente falando alto, ligeiramente embriagadas. Tudo vale nas festas de final de ano. Boas Festas! dizemos.
Portanto, elas tem de estar num feriado prolongado se não, a graça é outra. 
Final de semana é final de semana. Falo por mim, que de um ano e pouco para cá, andam disponíveis ou quase isso, entendo melhor agora o que é um fim de semana. Depois de décadas trabalhando aos sábados e  domingos - foram raros os que pulei, somente hoje em dia estou saboreando o tradicional descanso dominical com direito ao sábado de brinde. Pensamento típico de um burguês gordo com meleca na cabeça. Me cobro, eu sei. Só falta o barrigão cheio de cerveja e churrasco - quem sabe ela virá, espero que não.

Ontem segunda feira, mesmo de folga, sentia o clima de segundona nas costas. Aquelas segundas feiras chatas, bem preguiçosas que nos levam aos compromissos inadiáveis - nem todas são assim. Fui até pagar uma conta no banco - horrível isso, mas me superei e encarei uma boa fila, com disciplina de um bom pagador. Que folga mais besta esta, pensei comigo.
Em Piracaia o dia amanheceu com pouco brilho. O céu acinzentado de uma manhã abafada prenunciando chuvas. Lá pelas três da tarde ela veio, sem dó e as ruas, antes movimentadas, ficaram quase vazias. Não foi uma chuva forte, típica de verão, foi sim, aquelas parecidas com as de finais de outono - as que nos molham sem percebermos e deixam nossos pés gelados.  
Uma ou outra pessoa seguia pelas calçadas protegendo-se da garoa impertinente. Os carros lameados deixavam trilhas de barro pelo asfalto. O som dos pneus molhados sobre o piche das avenidas estreitas davam a nítida impressão de uma tarde de inverno melancólico, esfriou. Se puxarmos pela memória, sabemos como são e nem preciso aqui perder meu tempo descrevendo o tal do clima. Enfim, um dia sem sal e sem açucar, este, pós Natal.  
A chuvinha chata se foi e a noite pareceu chegar melhor. E chegou. A ponto de eu dormir cedo - onze horas, muito cedo prá mim, quase, com as galinhas, como dizem os caipiras. Eu sou um.

Acordei hoje lembrando do Natal que já se foi e, que ainda estamos entre as festas de final de ano, pois a Virada vem aí.
Mesmo elas caindo em finais de semanas, continuam festas. Meio diferentes, mas não deixam de ser festas e são prá comemorarmos - o Natal com sua importância e o Ano Novo pela renovação.


Aos que esperam o fim do mundo para dezembro de 2012, anunciado pelos Maias há cinco mil anos e hoje, assunto explorado pelo cinema, programas de TV e literatura de impacto, penso não passar de uma grande bobagem - o mundo se acaba somente para os que pulam fora dele. O legal é ficar e convidar todos para curtirmos juntos mais outras tantas festas. Mesmo que elas caiam em sábados, domingos e que sejam seguidas por segundas feiras preguiçosas, tipo, sem sal e sem açucar.

Hoje, terça feira. O dia amanheceu melhor. Aliás, muito melhor. A renovação está chegando.

Em paz. 





26/12/2011

Uma velha senhora - chique, moderna e atrevida.

Cento e vinte anos.

A avenida Paulista comemora este ano seu centésimo, vigésimo aniversário. Quanta história ela deve ter, quanta história ela tem.

Site - UOL 
Do alto do espigão, a cidade ela dividiu e se postou em linha reta em duas vistas da metrópole que se formava. 
Era eu criança lá pelo início dos sessenta e não a conhecia pessoalmente, somente ouvia falar dela à boca cheia e a cada conto eu ficava mais excitado e curioso prá conhece-la. Se referiam a ela como o ponto mais chique de São Paulo. Da exuberância, dos Barões do Café como ouvia na escola. Queria conhecer os palacetes que disputaram as pranchetas dos arquitetos e engenheiros num gosto diverso.Na minha cabeça todos os reis do mundo tinham castelos nesse lugar.



Site UOL - Antigo Palacete
A Paulista manteve-se charmosa e atualizada ao longo dos anos. Totalmente high tech é ansiosa como todo paulistano não consegue deixar de ser. Ela reflete bem o modo de ser de quem nasceu ou escolheu aqui para viver. 
Correndo contra o tempo o paulistano nato ou de opção acha que está sempre atrasado.


Site UOL
Grandiosa, a avenida que tem o metro quadrado mais caro do Brasil, entendeu que deveria ser o centro financeiro de seu país e se deu bem. Assim como os edifícios altíssimos são construídos pelo mundo como mostra do poder, a Paulista demoliu seus antigos palacetes cheios de cupins e os substituíu por arranha-céus mais modernos - de vidro e aço, nem tão altos, mas, contemporâneos e prontos para o que der e vier. Dá uma espécie de orgulho para quem a visita. Um pouco mais para quem tem alguma história com ela.
Site UOL
Deixo aqui o  meu registro, torcendo para que Piracaia a veja de longe - só como contemplação, mas que se mantenha firme no seu propósito interiorano.


Site UOL
Parabéns, Paulista!

24/12/2011

Essa vai pra você.

Onde quer que você esteja, seja lá o que estiver fazendo ou se estiver pensando em mim ou não, espero de verdade que esteja bem. Bem de alma e bem de corpo. Bem e de bem com a vida. 
Espero de verdade que esteja caminhando em direção ao encontro de seus sonhos. Que esteja feliz, curtindo aquilo que goste e que seja coisa boa.

Nessa época do ano a gente fica um pouco mais sensível e nos damos conta que existe vida inteligente além daquela que vivemos no dia a dia.
Vida inteligente além daquela que nos oprime e frusta às vezes. Além daquela que provoca momentos de alegria e de tempos em tempos se intercalam com mágoas e tristezas profundas. Essas a gente esquece, mesmo doloridos, seguimos nos renovando.

A renovação que adotamos comumente é buscada através dos calendários e esses, como sabemos, foram criados a partir dos astrônomos medievais que na medida em que descobriam a lógica celestial criavam calendários e esses foram instituídos por reis ao longo da história. E todos sob forte influência da religião. 
Nos percebemos pequenos quando olhamos para o céu. Há lapsos de consciência diante do cosmos. 
Mas a renovação pode ser levada à frente por cada um de nós a qualquer momento, a qualquer tempo, independente de qualquer calendário. Depende só da gente.
Fácil de escrever, fácil de falar. O difícil é colocar ela em prática. Sair da teoria, do blá blá blá e fazê-la de fato. Nao é?  É, é sim. Pensamos bem a respeito.

O natal cristão representa muito mais que uma data comemorativa, onde parte da humanidade comemora o nascimento de Jesus Cristo, seguindo sua fé, seus valores e sua tradição. Esta data, diante do infinito do universo, pode não ter a menor importância. 
Me explico: por brincadeira imaginamos por algum instante, existir entre as formigas a crença em uma entidade a qual elas respeitassem e temessem, assim como nós diante das nossas fés, o que esta entidade representaria para nós seres humanos?
São tão pequenas que nem mesmo sua entidade maior seria percebida pela tão magnitude de nossa sabedoria.

Da mesma forma, na hipótese da existência de vida inteligente em algum ponto distante do universo - alguns afirmam de pés juntos essa existência, o que o natal cristão significaria para ela?
Muito mais que idolatria ou fé que aparenta ser cega e que dá aos descrentes a impressão de um quê de estupidez e alienação aos que as têm. 
Devemos aproveitar a data para, ao menos, saborearmos do ensaio de espiritualidade, essa que se espalha entre os cristãos.
Gosto de absorver o ambiente de fé do final de dezembro, dos dias próximos ao 25. A emoção esparramada, concretizada, anunciada pelas mídias, pelo comércio que se aproveita dela. Dos cumprimentos quase chorosos, exagerados às vezes, pelos símbolos estrategicamente elaborados, sem pé nem cabeça para os que são de países tropicais. Neve nos trópicos é um delírio. Mesmo assim é encantador, como num filme em que derramamos lágrimas de emoção. Talvez a maior encenação criada pela raça predominante do planeta.

Contudo, vale o significado. Ao significante, vale a  lembrança do porque estarmos vivos. Vivos com decência, dignidade e esperança. Vivos, não para sobrevivermos e sim vivermos a vida que nos foi dada.

A renovação pode ser dada até mesmo nesta data. Deus permite. Valeu Jesus, sou seu fã de verdade. Sei que você não tolera as religiões e nem o estado e chora pelo desprezo à fé, sentimento ainda inexplicado. Também por isso te admiro.

Olhe com sua eterna luz de bondade pelas formigas, pelos extras-terrestres distantes do universo e por nós, humildes terráqueos que brigam o tempo todo e somente nesta data lembram de você.
Um abraço, meu caro. Fique com Deus.








15/12/2011

Meio puto, vale um Pink Floyd.


Dinheiro, fuja.
Arrume um bom emprego com um salário melhor. Você ficará ok.
Dinheiro é um gás.
Agarre essa grana na mão e faça um estoque.
Carro novo, caviar, sonhos acordados de quatro estrelas.
Acho que comprarei um time de futebol para mim.
Dinheiro, volte.
Eu estou bem, cara, mantenha suas mãos fora do meu monte.
Dinheiro é um sucesso.
Mas não me venha com essa grande bobagem.
Estou no grupo de primeira classe e alta fidelidade.
E acho que preciso de um jatinho.
Dinheiro é um crime.
Divida-o de modo justo, mas não pegue um pedaço da minha torta.
Dinheiro, assim eles dizem:
É a raiz de todo o mal que hoje existe.
Mas de você pedir um aumento não é surpresa que eles não estejam dando nenhum.
Dando nenhum. Dando nenhum.
Nenhum.
Dando Nenhum. Nenhum.

Vale para acalmar.

11/12/2011

Aos amigos

Aos amigos, desejo um bom dia. Mas, desejo com entusiasmo e com esperança para que o seu dia seja verdadeiramente bom. Alegre e realizador. 
Ao lado dos familiares, dos colegas de trabalho, da escola, da rua de baixo, da rua de cima. Ao lado dos vizinhos da praça ou do bairro. Ao lado dos amigos que preservamos desde a infância, da adolecência, do primeiro emprego. Dos amigos que pouco ou não mais conversamos, mas que, do nada, nos lembramos, parecendo que estão em voz baixa, bem ao pé do ouvido nos chamando. 


O bom dia não pode ser o de praxe, o dito como forma de cumprimento. Aos amigos, o desejo tem de ser com sentido, com força e determinação, para que os seus dias sejam realmente de felicidade, aquela felicidade que não damos conta no momento em que a vivemos. Aquela felicidade que somente percebemos anos depois, ao longo do tempo. As que na hora são sorrisos, brincadeiras ou mesmo discussões, mas, que de forma estranha, passado o estresse, se recompôs sem mesmo pedidos de desculpas. A alma falou por si só, não precisou de desculpas.


O desejo de bom dia precisa ser verdadeiro. De verdade verdadeira. Aquela que vem do coração, de dentro da alma como se diz e que só a gente sabe quando é dita com verdade.
Sabe aquela que a gente esconde dos outros e até da gente mesmo? Aquela que dá um pouquinho de vergonha (não sei se é isso), mas que por qualquer razão, então, disfarçamos dos outros e escondemos um pouco de nós mesmos? É essa que me refiro. A que os olhos não escondem, por mais que queiramos.


Gostaria de saber a origem das palavras. Imagino que exista alguma relação entre duas - amigo e verdade.
Como imagino também uma forte relação dessas com a palavra eternoElas não deveriam ficar debaixo das sete chaves e nem dentro do coração, elas deveriam ficar expostas. Bem expostas.
Sempre gostei do sentido dessas três palavras, mas sei que preciso aprender mais sobre elas. Como relacioná-las na prática. Parece que a cada dia fica mais difícil. Não consigo entender a fragilidade como elas se rompem. Sei também que poucos conseguem mantê-las unidas. Devemos aprender mais sobre isso. Eu estou tentando de verdade, embora alguns pensem que não.
Amizade verdadeira é eterna. A frase mesmo parecendo de pára-choque de caminhão, guarda um significado maior. Tem de ser e espero que seja mesmo. Aqui escrevendo, ameacei um sorriso nos lábios só de pensar.


Amigos - do gênero masculino e aqui aplicado no plural. Cabe também o sentido ao gênero feminino e, claro, o mesmo, no singular. A língua portuguesa é demais machista, por isso explico e deixo a pergunta - Por que Deus e não Deusa?
A saudade dos amigos às vezes bate forte. Do nada ela vem ao ouvido como num sopro sorrateiro. Nos arrepiando, fazendo os olhos cerrarem acelerando a pulsação e umidecendo as mãos.  
Saudade é uma palavra que não gosto, nunca gostei. Se tivesse cor não passaria de um cinza bem tosco, se tivesse aroma iria se comparar ao de enxofre e se tivesse gosto seria próximo ao de uma sopa de ervilha que não suporto.
Quando escrevo costumo substituí-la por um bom dia! Quando a sinto mais intensamente, escondo. Escrevo e ela se vai.


Bom dia!














  

























10/12/2011

Escravos do Alto Padrão

Está mais do que na hora de fazermos uma faxina em nossas cabeças terceiro-mundistas. É tempo de revermos valores como consumidores. De A a Z relacionarmos as prioridades. Qualidade de vida deve ser a meta.

Nos tornamos, sob forte influência americana, não segue aqui o menosprezo ao modo de vida gringa, mas parece clara nossa corrida por um padrão que, a cada dia, se potencializa, transformando nossas vidas numa dependência avassaladora. Nos escravizamos dentro das classes sociais as quais pertencemos.
Os europeus, mesmo considerando a atual crise econômica, possuem a fórmula que reflete em prática essa teoria e porque não dizer também, em ética.
O artigo abaixo foi publicado pela revista Época em 30 de outubro último. É de uma brasileira de classe média alta, Adriana Setti, que vive há dez anos em Barcelona. Ela relata a experiência pessoal de forma claríssima e deixa a mensagem bastante significativa para nós.
Vale a leitura.


Adriana Setti
No ano passado, meus pais (profissionais ultra-bem-sucedidos que decidiram reduzir o ritmo em tempo de aproveitar a vida com alegria e saúde) tomaram uma decisão surpreendente para um casal – muito enxuto, diga-se – de mais de 60 anos: alugaram o apartamento em um bairro nobre de São Paulo a um parente, enfiaram algumas peças de roupa na mala e embarcaram para Barcelona, onde meu irmão e eu moramos, para uma espécie de ano sabático.
Aqui na capital catalã, os dois alugaram um apartamento agradabilíssimo no bairro modernista do Eixample (mas com um terço do tamanho e um vigésimo do conforto do de São Paulo), com direito a limpeza de apenas algumas horas, uma vez por semana. Como nunca cozinharam para si mesmos, saíam todos os dias para almoçar e/ou jantar. Com tempo de sobra, devoraram o calendário cultural da cidade: shows, peças de teatro, cinema e ópera quase diariamente. Também viajaram um pouco pela Espanha e a Europa. E tudo isso, muitas vezes, na companhia de filhos, genro, nora e amigos, a quem proporcionaram incontáveis jantares regados a vinhos.
Com o passar de alguns meses, meus pais fizeram uma constatação que beirava o inacreditável: estavam gastando muito menos mensalmente para viver aqui do que gastavam no Brasil. Sendo que em São Paulo saíam para comer fora ou para algum programa cultural só de vez em quando (por causa do trânsito, dos problemas de segurança, etc), moravam em apartamento próprio e quase nunca viajavam.
Milagre? Não. O que acontece é que, ao contrário do que fazem a maioria dos pais, eles resolveram experimentar o modelo de vida dos filhos em benefício próprio. “Quero uma vida mais simples como a sua”, me disse um dia a minha mãe. Isso, nesse caso, significou deixar de lado o altíssimo padrão de vida de classe média alta paulistana para adotar, como “estagiários”, o padrão de vida – mais austero e justo – da classe média europeia, da qual eu e meu irmão fazemos parte hoje em dia (eu há dez anos e ele, quatro). O dinheiro que “sobrou” aplicaram em coisas prazerosas e gratificantes.
Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média europeia não está acostumada com a moleza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. É o preço que se paga por conviver com algo totalmente desconhecido no nosso país: a ausência do absurdo abismo social e, portanto, da mão de obra barata e disponível para qualquer necessidade do dia a dia.
Traduzindo essa teoria na experiência vivida por meus pais, eles reaprenderam (uma vez que nenhum deles vem de família rica, muito pelo contrário) a dar uma limpada na casa nos intervalos do dia da faxina, a usar o transporte público e as próprias pernas, a lavar a própria roupa, a não ter carro (e manobrista, e garagem, e seguro), enfim, a levar uma vida mais “sustentável”. Não doeu nada.
Uma vez de volta ao Brasil, eles simplificaram a estrutura que os cercava, cortaram uma lista enorme de itens supérfluos, reduziram assim os custos fixos e, mais leves,  tornaram-se mais portáteis (este ano, por exemplo, passaram mais três meses por aqui, num apê ainda mais simples).
Por que estou contando isso a vocês? Porque o resultado desse experimento quase científico feito pelos pais é a prova concreta de uma teoria que defendo em muitas conversas com amigos brasileiros: o nababesco padrão de vida almejado por parte da classe média alta brasileira (que um europeu relutaria em adotar até por uma questão de princípios) acaba gerando stress, amarras e muita complicação como efeitos colaterais. E isso sem falar na questão moral e social da coisa.
Babás, empregadas, carro extra em São Paulo para o dia do rodízio (essa é de lascar!), casa na praia, móveis caríssimos e roupas de marca podem ser o sonho de qualquer um, claro (não é o meu, mas quem sou eu para discutir?). Só que, mesmo em quem se delicia com essas coisas, a obrigação auto-imposta de manter tudo isso – e administrar essa estrutura que acaba se tornando cada vez maior e complexa – acaba fazendo com que o conforto se transforme em escravidão sem que a “vítima” se dê conta disso. E tem muita gente que aceita qualquer contingência num emprego malfadado, apenas para não perder as mordomias da vida.
Alguns amigos paulistanos não se conformam com a quantidade de viagens que faço por ano (no último ano foram quatro meses – graças também, é claro, à minha vida de freelancer). “Você está milionária?”, me perguntam eles, que têm sofás (em L, óbvio) comprados na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, TV LED último modelo e o carro do ano (enquanto mal têm tempo de usufruir tudo isso, de tanto que ralam para manter o padrão).
É muito mais simples do que parece. Limpo o meu próprio banheiro, não estou nem aí para roupas de marca e tenho algumas manchas no meu sofá baratex. Antes isso do que a escravidão de um padrão de vida que não traz felicidade. Ou, pelo menos, não a minha. Essa foi a maior lição que aprendi com os europeus — que viajam mais do que ninguém, são mestres na arte dosavoir vivre e sabem muito bem como pilotar um fogão e uma vassoura.
PS: Não estou pregando a morte das empregadas domésticas – que precisam do emprego no Brasil –, a queima dos sofás em L e nem achando que o “modelo frugal europeu” funciona para todo mundo como receita de felicidade. Antes que alguém me acuse de tomar o comportamento de uma parcela da classe média alta paulistana como uma generalização sobre a sociedade brasileira, digo logo que, sim, esse texto se aplica ao pé da letra para um público bem específico. Também entendo perfeitamente que a vida não é tão “boa” para todos no Brasil, e que o “problema” que levanto aqui pode até soar ridículo para alguns – por ser menor. Minha intenção, com esse texto, é apenas tentar mostrar que a vida sempre pode ser menos complicada e mais racional do que imaginam as elites mal-acostumadas no Brasil.

Mulheres pelo Mundo |Todo sábado, uma convidada do Mulher 7x7 escreve na seção.

07/12/2011

Dias atuais

Com um telefone na mão e uma ideia na cabeça seguimos para qualquer lugar.
No carro, dirigindo, em meio ao trânsito, as ideias vêm e a gente acaba esquecendo de tudo. Aumentamos e diminuímos o volume do rádio. Eu, busco uma estação aqui ou outra ali, as preferidas ficam na memória e sigo no automático, nem me dou conta da direção. 
Os olhos, ultimamente, voltam-se ao velocímetro e o resto para os carros vizinhos que insistem em me espremer entre as faixas quase apagadas da avenida. 
O que foi branco um dia dessas faixas, hoje tem uma cor indefinível. Beiram o escuro, sem cor. Vale mesmo a indicação - trafegue por aqui e não encha o saco. O que importa a cor numa hora dessas, o trânsito está à minha volta. 
Parecemos todos conduzindo carros presos a  guias com alguém intensificando a carga elétrica num controle de mão para impulsioná-los. De vez em quando algum sai dos trilhos e o acidente acontece, lembra os carrinhos de autorama na pista de plástico voando aos capotes.

Depois de tantas multas a habilitação está suspensa. Em casa costumam transferí-las, distribui-las para outros condutores, para eu não ficar com tantos pontos na carteira, evitando a proibição na condução. Mas dessa vez escapou. Explodiu e a suspensão chegou pelo correio.
Quase cem por cento das minhas infrações referem-se a tráfego em dias e horários não permitidos - o tal de rodízio.

Uma delas foi com o celular no ouvido. Não pode, mas quem me chamou não imaginava minha condição momentânea de condutor. Atendi e o guarda ou a câmera registrou e lavrou a infração. Dias depois a ira monitora me alcançou pela correspondência - recebi uma carta num padrão impresso que continha, data e hora do flagrante. Coisa de primeiro mundo - muito eficiente.

Mas o telefone foi o culpado. Ele, com seu pisca-pisca vermelho alucinado, anunciando um email ou um sms ou mesmo um simples chamado.
Essa multa foi a derradeira no acúmulo permitido. Dancei como deveria dançar. E pior, o chamado vinha de um Televendas, um maldito Tele Vendas que perguntava do meu interesse sobre  assinatura de um jornal. Em promoção.


Quando garoto li 1984 onde, George Orwell profetizou em seu romance um futuro inimaginável, todo controlado. Uma tirania institucionalizada que inibia tudo e a todos. Nesse mundo as pessoas eram vigiadas e controladas por câmeras, de tal forma posicionadas, que nada escapava aos olhos de um Estado absolutamente controlador. De tempo em tempo o Grande Irmão, uma espécie de líder magnânimo, mais temido do que amado, anunciava novas leis, sempre severas, ressaltando a todo momento a importância do cumprimento. Solicitava aumento na produtividade aos operários que trajavam  uniformes escuros, sem cor, sem perfume, sem nada. 
Alardeava os mal feitores, os traidores do Estado, insurgentes não cumpridores da lei e, principalmente, as penas, as severas penas que, quando não de morte, vinham mais leves com restrições na alimentação ou coisas assim.
Orweel, em 1948 ironizou a época em que vivia. Do pós guerra e de início da guerra fria, enxergou, como através de uma bola de cristal, trinta e seis anos à sua frente. Imaginou um mundo após guerras atômicas. A guerra nuclear era eminente com o mundo dividido em dois - ocidente e oriente.

Passados setenta e três anos da profecia, nos damos conta que os celulares munidos com pacotes de dados oferecidos pelas operadoras afoitas, são tão ou mais terríveis  que as ameaças nucleares. 
Câmeras nos vigiando a cada cem metros se incorporaram ao cotidiano. Nem nos damos conta dela - os bandidos identificados por elas que os digam. 
Grandes Irmãos, temos aos montes - políticos, religiosos e moralistas se apresentam pelos quatro cantos do mundo. Nos policiam dizendo o que podemos e o que não podemos fazer. Tudo isso faz parte de nossas vidas, se integraram ao cotidiano.

O difícil é tentar se rebelar a isso tudo. Ser independente, se livrar do mecanismo de fibras óticas e satélites. Não dá, não deixam, está fora de questão. Perdemos a batalha. Confesso que me sinto um derrotado quando penso sério sobre o assunto.

O celular - inimaginável em 1948 e em 1984, agora é o nosso Grande Irmão. Presente e atento. Nos localiza e nos identifica onde quer que estejamos. Ele faz as multas chegarem em nossas casas pelo correio. Meio singelo e antiquado, só para nos remeter aos bons e velhos tempos, aqueles, lembram? Quando não existiam emails e nem celulares. 

Isso parece sacanagem.