30/12/2015

Hábitos dos Infelizes

7 Hábitos de pessoas cronicamente infelizes. Você é uma delas? 
Há pessoas cronicamente infelizes? Elas já não buscam mais a felicidade? 
Do original: 7 Habits of Chronically Unhappy People - Traduzido e adaptado por Vida em Equilíbrio - Via Conti Outra  
Facebook - Climatologia Geográfica
Buscamos a felicidade desde o início de nossa existência, porém estamos cada vez mais desanimados em continuar a procurá-la. Há quem diga até, que ela não exista.
Pode ser que a felicidade se resuma em bons momentos, pode ser que ela seja tão simples que não conseguimos vê-la. De repente, ela está conosco o tempo inteiro, no presente, mas não conseguimos identificá-la, porque estamos pensando no passado ou excessivamente no futuro. 
Existem pesquisas que mostram que muito da dita “felicidade”, depende somente de nós, mas creio que com ou sem pesquisas, esse deve ser o caminho. Entretanto, muitas pessoas, após tanto tempo de tristeza, acabam adquirindo hábitos ruins, logo dificultam cada vez mais a saída da caverna escura, que é a tristeza constante. 
Sem mais delongas, vamos as características de pessoas cronicamente infelizes. 
1- A vida é dura 
Todos nós sabemos que a vida é, de fato, dura em muitos momentos, mas as pessoas cronicamente infelizes, não levam com uma perspectiva de enfrentamento, mas de vitimização, se veem como vítimas da vida e ficam presas no “olha o que aconteceu comigo”, em vez de encontrar um caminho para se livrar do problema. 
2- Ninguém é confiável 
Acreditar no lado bom das pessoas é saudável, te torna mais sociável, mais disposto a conhecer novas pessoas e ter novas experiências, porém pessoas tristes, tendem a não confiar em ninguém, muitas vezes devido à alguma traição. Infelizmente, esse tipo comportamento passa a fechar portas para qualquer conexão fora de um círculo interior, frustrando todas as chances de encontrar novos amigos. 
3- Concentram-se somente no que está errado neste mundo 
Certamente se pararmos para pensar na podridão que existe no mundo, felicidade não será o que vamos sentir em seguida, mas devemos encontrar formas de viver bem nossa vida, mesmo que isso signifique evitar pensar em tudo que há de ruim as vezes.
Bukowski era um infeliz crônico? 
“Há bastante deslealdade, ódio, violência, absurdo no ser humano comum para suprir qualquer exército em qualquer dia. E o melhor no assassinato são aqueles que pregam contra ele. E o melhor no ódio são aqueles que pregam amor, e o melhor na guerra, são aqueles que pregam a paz. Aqueles que pregam Deus precisam de Deus, aqueles que pregam paz não têm paz, aqueles que pregam amor não têm amor. Cuidado com os pregadores, cuidado com os sabedores. Cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros. Cuidado com aqueles que detestam pobreza ou que são orgulhosos dela. Cuidado com aqueles que elogiam fácil, porque eles precisam de elogios de volta. Cuidado com aqueles que censuram fácil, eles têm medo daquilo que não conhecem. Cuidado com aqueles que procuram constantes multidões, eles não são nada sozinhos. Cuidado com o homem comum, com a mulher comum, cuidado com o amor deles. O amor deles é comum, procura o comum, mas há genialidade em seu ódio, há bastante genialidade em seu ódio para matar você, para matar qualquer um. Sem esperar solidão, sem entender solidão eles tentarão destruir qualquer coisa que seja diferente deles mesmos.” – Charles Bukowski
 
4-  Comparam-se aos outros e são invejosas 
As pessoas infelizes acabando acreditando que a sorte de outro alguém rouba a sua própria sorte, acreditam muitas vezes que não há sorte o suficiente para todos. É evidente que isso não é regra para todas pessoas tristes, muitas procuram o isolamento devido à insegurança. 
5- Querem controlar tudo 
Na insistência de controlar tudo, quando as coisas fogem do alcance dessas pessoas, acontece uma tragédia em suas vidas. O acaso é o inferno.A chave aqui é estar  focado e orientado para o gol, mesmo sabendo que o jogo pode ter que mudar. 
“Mas a vida sendo o que é. Ela é série de encontros e cruzamentos fora do controle de todos.”– The Curious Case of Benjamin Button 
6- O futuro = medo 
Pessoas infelizes tendem a imaginar que tudo dará errado, que seus planos nunca vão acontecer.As pessoas felizes assumem uma saudável dose de ilusão e se permitem sonhar com o que elas gostariam de ter na vida. As pessoas infelizes preenchem esse espaço da cabeça com constante preocupação e medo. 
7-  Enchem suas conversas com fofocas e reclamações 
Certamente não dá para levar como regra, porém muitas pessoas infelizes, tendem a gostar de conversar sobre outras pessoas, pois quando a infelicidade vem da inveja, da comparação, elas sentem um alívio ao falar mal. No entanto, há algumas pessoas tristes extremamente isoladas, essas optam sempre pelo silêncio, afinal já não confiam em ninguém. 
“Manter a boca fechada é difícil, mas eficaz. Quando alguém mantém a boca fechada por um longo tempo cria em torno de si uma atmosfera de mistério e inclusive de temor. Se alguma vez pronuncia umas poucas palavras (quanto mais absurdas, melhor), estas serão levadas a sério. O silencio é confundido muitas vezes com inteligência (um sábio que fala demais está perdido).” – Efraim Medina Reyes



29/12/2015

CAVALHADA - Atibaia em Festa

Manhã movimentada na cidade, todo mundo na rua.
Tropeiros atravessam a Praça da Igreja do Rosário para receberem a benção de Nossa Senhora do Rosário
Sábado, 26 aconteceu a 263ª Cavalhada em louvor a Nossa Senhora do Rosário. O evento ocorre sempre na mesma data, um dia após o Natal e consta do calendário oficial de festas da cidade, mesmo não sendo iniciativa da Prefeitura Municipal, ela oferece apoio na realização como fechamentos de ruas, gradil de proteção para público, policiamento, segurança, etc. 
A Cavalhada nada mais é que um passeio à moda antiga pelas ruas da cidade onde os cavaleiros exibem seus animais ornamentados, montados neles ou em charretes decoradas até alcançarem a água benta lançada pelos ramos dos dois padres em frente a Igreja do Rosário. 
O início se deu por volta das 10h no Bairro da Ressaca que fica à margem esquerda da Rodovia D. Pedro I sentido Jacareí. De lá seguiu um percurso de quase dez quilômetros em três horas de caminhadas.  
As pessoas assistiram ao desfile curiosas, lotando as ruas, principalmente na região central da cidade. Moradores e turistas se aglomeravam acompanhando a apresentação. 
Foi uma manhã de festa em Atibaia.
Assista.




28/12/2015

O FOTÓGRAFO FOTOGRAFADO


Imagem - Google
Naquela noite ele sentiu a inspiração remoendo-lhe os miolos. Ergueu-se de súbito do sofá onde descansava esbarrando na mesinha de centro, levando ao chão o vaso que imitava porcelana chinesa. Colocou a câmera e os apetrechos na velha mochila largada há dois dias ao lado da escrivaninha e saiu batendo a porta. 
Tornaram-se frequentes as fotografias noturnas. Faria mais uma sessão para Flagrantes, álbum com registros das reações de pessoas comuns em situações supostamente inéditas. Tudo em plano fechado e sem o artifício da cor.
O gosto por imagens em ambientes ermos ele adquiriu ainda jovem assistindo aos clássicos da RKO. O contraste entre as altas e as baixas luzes o impressionava, para ele o sombrio dava às cenas a dramaticidade que sequestrava a alma de qualquer um.
De início imaginou que concluiria o projeto em poucos meses. Acreditava que até o final de outubro daquele ano ele teria material suficiente para uma exposição, que, de certo, o tornaria muito famoso.
Porém, três outubros se passaram e ele ainda não se sentia satisfeito. Não por falta de material, imagens ele havia produzido aos montes.
O que batia mesmo era o desejo incontrolável por algo ainda mais significativo, uma fotografia espetacular, chocante e essa era a justificativa para que ele continuasse.

Seria hoje a conclusão do portfólio?
A única coisa que aborrecia o fotógrafo nas sessões eram as esquisitices do equipamento. À cada clique um ruído ensurdecedor saia da máquina. Uma espécie de estampido seco, um flash de luz desproporcional e um forte cheiro de enxofre que azedava o ar instantaneamente. A mão era pega de surpresa pelos solavancos.
Os sustos, tamanhos, faziam com que as sessões fossem interrompidas toda santa vez. Um corpo no chão e a fuga seguiam-se aos estrondos inconvenientes, mas o
s registros dos flagrantes ele guardava cuidadosamente na memória.
Contudo, naquela noite o fotógrafo se surpreendeu, a pessoa escolhida para ser clicada não era tão comum assim e quem foi fotografado por uma câmera barulhenta foi ele.
Todo material de arquivo se perdeu com o clique do outro equipamento esquisito. 

A exposição jamais se realizou, mas o fotógrafo, da noite para o dia, tornou-se figura muito conhecida. Um sucesso que rendeu, inclusive, roteiro de filme em Hollywood.

25/12/2015

Fanfarra para o Homem Comum

FANFARE FOR THE COMMON MAN  
A Orquestra Filarmônica de Frankfurt apresenta a música de Aaron Copland de 1942 em versão clássica, mixada com a versão roqueira-progressiva dos anos 70 de Emerson, Lake and Palmer.
Ficou bacana.


22/12/2015

SEM FÉ

Nessa época do ano ficamos mais atentos com nós mesmos, até as convicções mais secretas são visitadas.
Imagem - Google
Qual parte teria a imagem do Pai? 
Sei não, desde que passei a reparar melhor as estrelas, quando fico aflito ainda me pego procurando ajuda dos espíritos. 
A ideia de um Deus no comando deixou de fazer sentido para mim há algum tempo e garanto que não é nada fácil viver sem fé num criador. A convicção, além de intuída precisa ser construída e isso toma tempo. 
Não me tornei um monstro mentecapto depois que perdi a crença e nem tampouco me prestei a caridade exagerada como um padre Teresa de Calcutá. Continuo sendo exatamente a mesma pessoa que sempre fui, um absoluto comum. 
Cresci numa família de imigrantes vindos de uma Europa arruinada pelas guerras constantes e ainda à beira de outras duas que se tornariam mundiais. Chegaram com a perspectiva da oportunidade que o novo mundo oferecia a eles. O chamado Brasile dall'America, non da New York, da San Paolo, os viu desembarcando sujos e famintos, mas dispostos a superar as humilhações que todo imigrante sofre, principalmente quando chega a um novo porto. 
Estes trouxeram histórias, esperanças e muita vontade de ganhar dinheiro (embora sem muito talento para tanto) e conquistar a liberdade para serem felizes por aqui, misturando-se aos nativos sem abrir mão de suas raízes. 
Os imigrantes em geral chegam ansiosos pelos próprios negócios, pelas próprias terras para se estabelecerem nelas construindo pedacinhos de seus países em cada novo canto do mundo. La vita è bella!
Cristãos, tuttavia, non molto, cuja preocupação era mangiare abastança e passar para os filhos, come viver com le cose come sono. A máxima era: as coisas são como são e não adianta chorar, a gente é que tem que se adaptar à vida e não ela à nós. Depois de meia garrafa de vinho e umas tantas berinjelas a filosofia rolava solta.
Não guardar rancor por muito tempo, era outra, deve-se resolver il problema quanto prima e jamais, por nada neste mundo, la madre de Dio, se acovardar. 
Accasciarsi! (mordendo o dedo da mão direita com raiva) 
Mistura difícil para a compreensão de uma criança.
Seguindo a ordem: guardar somente o que é seu, não aceitar presentes sem o consentimento dos pais. Bastava um olhar e pronto, ou recebia-se um sim aprovador ou um não cem por cento ameaçador. 
Respeitar os avós, ainda mais se estes estiverem mortos ou perto disso. Depois de morto todo mundo vira santo.  "Dopo la morte ognuno diventa santa"
Eu entendia que as coisas iam bem quando tínhamos o vinho para beber, o macarrão e um pedaço de carne para comer.  
Nesse cenário ensinavam que todos os homens eram iguais perante a Deus e que todos nós éramos filhos de um mesmo Pai, portanto, éramos todos irmãos.  
Na minha cabeça Adolph Hitler, os nazistas, o bandido da luz vermelha e os batedores de carteira, famosos na época, eram meus irmãos. 
Lembravam que o Natal era para se comemorar o nascimento de Jesus e que este dedicou sua vida para nos salvar a ponto de ser crucificado por pessoas más, (estes seriam meus irmãos também?), deixando o legado da fraternidade, da paz e da esperança aos homens, mas somente aos "de boa vontade". Me perguntava:  e aos demais, o que Jesus deixou? Teria sido este um pequeno deslize do Homem de Nazaré?  Uma segregação camuflada?  Teria sido Ele concebido pelo poder do Espírito Santo com uma mãe virgem e casada? E o marido, no mínimo ele devia ter estranhado o fato da virgindade e da concepção extra conjugal? Pensava eu. Mas segundo a fé, foi assim, pois com Deus tudo pode.
A importância da virgindade na história da civilização remonta sabe-se lá desde quando.  Realmente foi um pouco difícil compreender a obra como um todo, simplesmente para mim as coisas não se encaixavam. 
Então, vinha o "milagre da fé" preenchendo o campo das perguntas sem respostas. Sobravam os afagos à alma depois da fé alcançada. Que alívio!  
Seria esse o motivo da fé, solidão e carência?
Ouvia dos mais velhos para não pensar no assunto, eu tinha que somente acreditar e ponto final. 
__ Deus sabe o que você está pensando moleque e olhe lá o que vai botar nessa cabeça, heim! 
Era desse jeito que Deus chegava até a gente, tinha que se acreditar nele e pronto. Mas teria que ser com fé, com muita fé, pois somente assim se alcançaria o reino de Dele. Acho que é alguma coisa parecida com os homens-bomba, aqueles que se explodem e matam outros por psicopatia e de recompensa ganham sete virgens nos céus. 
Aqui entre nós, abrindo um parênteses e que não nos leiam, pois os fundamentalistas são meio nervosos, penso que eles chegam lá céu após os ataques, estrebuchados, aos pedaços e ficam sem ter como desvirginar as mocinhas inocentes. Acho que deve ser sempre as mesmas sete na barganha de Alá com esses caras.
Retomando, muitas vezes ia dormir pensando na razão de Deus não querer aparecer de verdade, bem na nossa frente, cara-a-cara, ao menos para os que precisam vê-lo para se certificarem de sua existência. Seríamos considerados espiritualmente inferiores? Não teria problema algum pra mim, eu toparia. Tenho certeza que tudo se esclareceria definitivamente e a vida seguiria ainda mais bela com o mistério revelado. 
Por que as coisas não podem ser mais fáceis na vida? Por que acreditar somente pela fé quando a situação é caótica? Por que ter medo de fantasmas? Por que segregamos pessoas pela cor da pele, crenças ou nacionalidades? Por que existem diferenças? Por que uns têm comida e outros não? Uns matam e outros vivem e deixam viver. Uns trabalham, outros não. Uns têm saúde e outros não. Por que, por que e por que? Um monte de porquês sem respostas. Seria essa a razão de existir a fé? Quando não tem saída a fé resolve?
Comigo o serviço não foi no capricho, não. Além de eu ter avaliado outras possibilidades existenciais ao longo de pouco mais de meio século, percebi que havia chegado a hora da mudança.  
O ato simbólico, a pedra fundamental para o grito de independência foi o de retirar do pescoço a correntinha de ouro com o crucifixo onde se via a imagem de Jesus. A corrente que carreguei por anos a fio, motivo do cacoete das horas de pressão.  Não foi fácil como parecia ser de início, confesso que me senti o próprio Judas Iscariotes, um traidor da pior espécie, um rato de esgoto, uma barata nojenta. Ela representava muito para mim, toda a minha história, meus valores que remetiam aos parentes e amigos amados que se foram. Senti a dor da dúvida e do remorso por dias seguidos, talvez meses. 
Mas, com sacrifício ultrapassei a fase, consegui me libertar da fé, da maledeta que me enfiaram goela abaixo, do Deus que pune e ama ao mesmo tempo, como fazem os sádicos. Até descobrir que nunca acreditei nele de verdade, acho que vomitava a fé que me ensinavam durante o dia, às noites, enquanto eu dormia. 
Esclareço que optei por ser ateu não por mágoa ou por qualquer outro tipo de frustração e não foi num momento específico da vida, num basta nervoso qualquer, num da noite para o dia.  
Não! Foi resultado de um processo maturado, fermentado e curado durante anos. Fui constatando com o tempo que a fé que eu tinha era exatamente a fé de não ter fé. Acho que me faltava coragem para admitir. Me sentia vigiado por milhares de olhos reprovadores, centenas e centenas de dedos em riste que me cobravam, me xingavam de herege, de bruxo e de filho do capeta.
A vida oferece coisas belas e é bom estar vivo e bem vivo. Quase fui, tempos atrás, mas estou ainda por aqui e bem vivinho. 
O planeta onde moramos é simplesmente maravilhoso, jamais poderia ter sido construído em apenas seis dias para que no sétimo alguém pudesse somente contemplá-lo. 
O que conhecemos desse ínfimo corpo celeste esquecido na imensidão do universo é que ele formou-se durante bilhões de anos e de maneira espontânea, assim como tudo, com química interagindo com física na mais perfeita harmonia, assim dando surgimento aos minerais, aos gases, ao oxigênio que abunda a atmosfera possibilitando a vida na terra. Vida marinha, terrestre, botânica e animal. A natureza se manifesta plena e se fosse orgulhosa pleitearia sem sombra de dúvidas a coroa de uma Deusa. Mas não, ela é humilde e nos pede somente a atenção. 
Me parece que nesse contexto não se enquadram os humanos ou parte significativa da espécie. Tem coisa errada nessa existência e não sei dizer exatamente o que.  
A fé nos diz que fomos criados à imagem de Deus. 
Mas enquanto porções consideráveis de homens e mulheres se mostram admiravelmente bondosos, sincronizados com a natureza como partes integrantes dela, outras estão exatamente em posições opostas. Para o contraste de caráter entre as partes da mesma espécie não se encontram explicações coerentes e possivelmente essa característica não seja notada em qualquer outra espécie da vida no planeta, somente entre os humanos, os únicos dotados de inteligência, segundo seus próprios valores. 
Dizem que é coisa do Demo, intervenção do Mal e até possível resultado de experiências mal fadadas de extras-terrestres num passado distante, que após virem o que fizeram nos largaram à própria sorte. A espécie, ávida por sexo se procriou como insetos deflagrando o bem e o mal simultaneamente pelos quatro cantos do planeta. 
Há ainda entre os humanos aqueles que se especializaram em desalojar com golpes de mestre, o Satanás dos corpos dos menos favorecidos. Claro que mediante ao pagamento de uma pequena taxa. Afinal a cobiça é que produz a corrupção e esta só se vê entre os humanos. 
Então pergunto: qual parte da espécie humana seria a imagem do Pai?  
Admito que ainda não está totalmente diluído o sentimento de sem fé em mim. O remorso do crucifixo bate quando penso no aspecto sombrio da vida. Ele se revela mais claramente quando percebo muita satisfação ao saber que bandidos, assassinos, traficantes, pedófilos, corruptos do dinheiro público ou coisas que o valham, foram mortos por pedradas, choques-elétricos ou espancamento em praças públicas, não importa, quanto mais sórdido são as mortes destes, mais saborosas se tornam as vinganças. As vísceras se contorcem iguais quando vejo baratas sendo aniquiladas. A sensação é de segurança e de um prazer sem igual.  Fica parecendo também, coisa do Demo.
Após o lampejo de felicidade a cobrança bate pesado. Olhares indignados surgem do nada à minha volta, me espreitando, me comendo vivo, me provocando. Eu me escondo deles e de mim mesmo. Sinto vergonha e disfarço. Depois de um tempo, passa e a vida volta como se nada tivesse acontecido. A hipocrisia sempre se supera. Coisas da nossa natureza.
Não sou mais o crente que fui, evito pensar no passado, dou mais valor para o hoje e no que poderá acontecer de bom amanhã. Passado, só em livros de história. 
Mas escapam ainda no dia-a-dia ateu os "Graças a Deus” “Ah, meu Deus!”, “Jesus do céu, me ajuda!”, “Minha Nossa!” “Deus me livre!” e outras. 
Não pega bem para um ateu falar dessa maneira, eu sei, vai tudo por água abaixo. Preciso trabalhar esse lado.
Reconheço que ainda encontro alguma dificuldade para complementar com simpatia, frases daquelas do tipo: Amanhã vai dar tudo certo!  
O que dizer com sorriso no rosto sem utilizar o consagrado:  “Se Deus quiser”? 
Vida de ateu de primeira viagem não fácil, mas sigo tentando até quando Deus permitir. (ops!!!)

28/11/2015

A palavra da semana

"O Lobo enjaulado"- Foto do Blogueiro Intrépido.
A palavra ganhadora do prêmio Independência ou Morte da semana é "escárnio".  
O contexto em que se resgatou tão prosaica expressão é que a colocou em destaque. Cinismo, também selecionada, ficou em segundo lugar. 
Escárnio, no dicionário é aquilo que se diz ou se faz para caçoar alguém ou alguma coisa; zombaria; zoação. Comportamento que demonstra desdém por algo ou alguém; menosprezo. 
Após a prisão esta semana do senador Delcídio Amaral, então líder do governo no Senado Federal, fato histórico, considerando que foi a primeira vez na história do Brasil em que um senador da república é preso em pleno exercício do mandato, o discurso da ministra do STF, Cármen Lúcia, que bem poderia se transformar em letra de samba-enredo no Carnaval 2016, retratou da melhor forma o momento político brasileiro.
"Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes e as juízas do Brasil. Não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro, porque a decepção não pode estancar a vontade de acertar no espaço público. Não passarão sobre a Constituição do Brasil” 
(Ação Penal 470 é o processo do mensalão)
A esperança que havia vencido o medo retratou em tom de escárnio que poderíamos ter renascidos das cinzas, porém, constatamos depois que não tinha sido desta vez ainda. 
Em tempo: a frase "O crime não vencerá a justiça", me pareceu mais significativa que a famosa de Pedro I, clamada às margens do Ipiranga e sob forte influência de uma diarréia: "Independência ou Morte". Talvez ela se torne o novo nome para o nosso prêmio.
  

22/11/2015

Sobre a Harmonia

Me permiti a transcrição para o blog da matéria que li hoje no site www.naoacredito.com.br  sobre um homem e sua determinação diante do chamado da natureza. 
Enquanto uns, nem de longe entendiam a importância do reflorestamento na região onde viviam, ele se manteve firme no propósito da reconstrução ambiental e vejam o resultado alcançado.
Penso que esse é o caminho mais curto para encontrarmos a paz tão desejada por nós, necessária para a preservação da espécie - harmonia com a natureza. Afinal, também somos natureza. 
Jadav Molai Payeng 
Em 1979, ele começou a cavar e ainda segue cavando! Seu feito é impressionante! 
Ele se chama Jadav Molai Payeng e mora em Majuli, uma ilha no nordeste da Índia.  
Sua impressionate epopéia começa em 1979, quando uma inundação arrasta um grande número de cobras para um banco de areia. Quando Payeng - então com apenas 16 anos - as encontra, todas já tinham morrido. O motivo era claro: excesso de calor gerado pela ausência de vegetação na área. O desmatamento era tão gigantesco que fotos de satélite mostravam claramente a área afetada. 
Google Earth
Sem conseguir esquecer aquela trágica imagem, Jadav decide procurar as autoridades e pedir que reflorestem a região. Balançando suas cabeças, os homens dizem que isso não é possível porque nada voltará a crescer naquele local devastado.   

Decepcionado, o menino de 16 anos decide então se dirigir ao anciãos de sua aldeia para pedir ajuda. Os idosos também negam seu pedido, mas lhe dão nas mãos 20 mudas de bambu. Este gesto simples teria consequências que nem o mais sábio dentre os ancião teria jamais imaginado. 
You Tube
Ignorando a descrença de todos, Jadav planta os bambus que ganhou de presente. E isso no meio de um deserto de areia! Nas semanas, meses, anos e décadas seguintes, ele retorna todos os dias sozinho a enorme região desmatada, sempre trazendo consigo diversas espécies de plantas.  
Sem desistir, ele segue com sua missão até que suas poucas mudas se transformam em uma luxuriante floresta! Ao longo de 35 anos de intenso trabalho, este homem reflorestou sozinho o equivalente a 100 campos de futebol! São 6 quilômetros quadrados de puro verde!  
E não apenas o verde está de volta, mas também os bichos. Ao recuperar a floresta, Jadav deu a diversas espécies uma nova casa. Pássaros, rinocerontes, elefantes, e até mesmo tigres vivem hoje naquela área, que se tornou um verdadeiro santuário animal. 
Quando os elefantes voltaram a passar por aquelas bandas, eles também começaram acidentalmente a pisar em plantações de arroz. Os agricultores ficaram com raiva e queriam destruir a floresta. Mas Jadav os convenceu de que aquela área verde era importante para todos. Com o tempo, as pessoas entenderam que ter uma floresta saudável por perto era muito melhor do que ser vizinhos de uma região seca e morta. "Se for para atacar alguém, que seja eu, e não minhas árvores!" diz Jadav.  
Hoje em dia, Jadav Payeng é um verdadeiro herói na Índia. Seus compatriotas o chamam de o "guardião da floresta" e ele se orgulha muito deste título. Jadav se considera uma das pessoas mais felizes do mundo. E como poderia ser diferente? Sua floresta representa uma lembrança cotidiana de sua conquista e de sua alegria. Se fosse por ele, muitos outros deveriam seguir seu exemplo e colocar a mão na massa para resgatar nosso belo planeta.   
Jadav "Molai" Payeng é a prova viva de que uma única pessoa pode sim fazer uma enorme diferença! Usando suas próprias mãos, ele recriou um paraíso natural que é hoje vital tanto para animais, quanto para seres humanos. Compartilhe com todos a maravilhosa história deste homem que não desistiu de seus sonhos! Todos nós podemos fazer algo por um mundo melhor! 
 
 
 
Fotos capturadas do site

21/11/2015

A Trama

Um rápido desabafo, coisa minha, relaxe. Garanto que a raiva aqui exposta não vem de você. Eu é que não aguento mais o que esses caras fazem com a gente. Tô de saco cheio! 
Me esforcei, tentei, experimentei. Busquei forças em todos os cantos. Dentro do coração, na alma, galguei a tolerância, a compreensão e pindaíba nenhuma. 
Deixei para amanhã, para o dia seguinte, para a outra semana. Não quis me precipitar, pois sei que o impulso já me ferrou de outras vezes. 
Procurei ajuda médica, fui temente a Deus por meses seguidos, frequentei a missa dos domingos, me tornei um fiel no Templo de Salomão, doei dízimos dezenas de vezes. No Centro eu cachimbei e ofertei a pinga e a farofa na esquina. Afinal eu tinha uma causa e talvez a conexão espiritual me levasse até ela.
Considerei também eventuais interferências extra-terrestres, daquelas nefastas, de seres meio transparentes e levemente azulados, os que lançam raios ultra-derretedores de cérebros, quem sabe, por ventura, tivessem subjugado as mentes dos "em questão". 
Triste e decepcionado voltei pra casa, mais uma vez deu no nada-vezes-nada, não encontrei nenhuma explicação racional para me confortar.
Enfim, acho que tentei de tudo, juro por todos os santos e demônios que povoam este planeta. 
A dúvida persiste: saber se há diferenças de caráter em cada um dos políticos do meu país, naqueles que se colocam à direita, à esquerda ou ao centro de algo que não sei bem o que é. Acho que nem mesmo eles saibam.
Sozinhos, eles se mostram íntegros, mas unidos, fedem mais que enxôfre! Coisa do Demo. 
"Políticos...unidos... jamais serão vencidos…” é o que reza em meu país. 
Para mim eles são como gosma escarrada, amontoada no piso dos palácios, dificultando a vida dos comuns. 
Todos (ou muitos) têm nojo, mas ninguém (ou poucos) está afim de limpar a sujeira. “Melhor é desviar” é o que também reza em meu país. 
A estratégia é confundir o eleitor. Este é o idiota no enredo, é o que crê, o que paga a conta e não vê. Sabe que estão mentindo, lá no fundo intui isso, mas, mesmo assim acredita. Afinal, incutiram nele o dever da fé.
E ainda acredita no "direito de escolha” no "voto livre" e em Cubra Libre... kkk 
Democracia é o baralho. É o ú da mãe deles. Seria se fosse de baixo para cima, mas o esquema foi montado exatamente na posição inversa. Então, vão tomar naquele lugar!
Ufa, desabafei. 
Em tempo: penso que por lá chegam pessoas bem intencionadas, mas, infelizmente, com o tempo e com as oportunidades de ouro que o sistema oferece ocorrem as metamorfoses, daí, meu chapa, já era.

15/11/2015

Ursos Latinos

Urso de Óculos é o nome da espécie que está em cativeiro no Parque Ecológico Municipal de São Carlos.
Tremarctus Ornatus, nome chique para o urso da América do Sul. Aliás, eu não sabia que em nosso continente também vivem animais da espécie. Encontram-se pelos lados da Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
A maior parte de sua dieta é vegetariana, somente 4% é de origem animal, chique mesmo o nosso urso. Consome frutos da época, bromélias, cactos e brotos de bambu. Come ainda milho, raizes e insetos. Com esta dieta o macho alcança até 200Kg e a fêmea 120kg. 
A gestação dura de 6 a 7 meses, nascendo no máximo 3 filhotes, pesando cerca de 320g. Somente após 3 meses é que eles começam a caminhar e aos 6 acompanhar a mãe. A mamãe urso de óculos é bastante apegada ao filhote até 1 ano. Depois, segue a vida.
Veja como são bonitos os ursos latinos.  
Fotos do blogueiro e eterno fotógrafo aprendiz. Para ver melhor, clique nelas.


















Un Toast à Nous!

Imagem - Google
O primeiro impulso é: bateu, levou! 
Mas, espera: e se for uma desforra? 
Pegou no fígado? Doeu? O meu também doeu. 
 __ Sim, foi. 
__ Não, não foi.  
__ Foi.  
__ Não foi e ponto final. Ele começou primeiro.  
 __ Não importa, não vai sobrar um para contar a história. Eu sou a autoridade e todos os microfones me procuram. Aguardam o meu pronunciamento, ele é decisivo, definitivo. A imprensa, as redes sociais, o leque hoje parece não ter fim. 
__ Eu sou o mandatário e tenho que me posicionar. Tenho, tenho e tenho. Saiam da frente! 
Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre. Quem traz no corpo a marca Marie, mistura a dor e a joie. 
Não demonstre fraqueza, nem ao amigo e nem tampouco ao inimigo, eles estão atentos e como sabemos, ambos são traiçoeiros. 
Bom, que percebam o meu abalo, o quanto estou transtornado, indignado e que minha paciência alcançou o extremo, o ápice, o máximo, o limite e que agora não tem jeito - ou vai ou racha. Um gigante pode chorar, mas nunca deve cair. 
Tolerância zero para anular a intolerância com cheiro de pólvora. 
Explosivos, AK44 e lâminas afiadas fizeram sangue e pedaços de carne voar pelas paredes e pelas ranhuras do chão, mas ninguém sabe de onde veio e como veio e creio que nunca saberão. 

Parece coisa de um mundo virtual interagindo com nosso mundo real ou de dimensões distintas que se canalizaram ao acaso por fendas temporais. Sei lá, parece tudo menos vida inteligente.
O pior é pensar quando virão os outros. Parece certo que outros virão. 
O ocidente reluzente mostra as mazelas de modo fluente e acaba fomentando ódios nos seus, que por sua vez alimentam outros ódios nos odiados dos seus e estes, por conta do ódio somado, fomenta ódios ainda mais intensos em outros que têm ódios por tantos outros odiados. É um mar de ódios sem fim.
E assim, meu caro amigo, segue a vida dos humanos na terra, em paz, na paz e pela paz, até que nos entupamos de tanta paz e nos esganemos nas profundezas do fionfó do Judas.
Parece que somos felizes dessa maneira, nos multiplicamos exponencialmente. É como nós somos.
Então, um brinde a nós. Un toast à nous!

07/11/2015

O problema de Dona Ema

Dona Ema, Dona Ema, cada um com seu problema.








A liberdade de Dona Ema é garantida pela cerca que a cerca.
Fotos do blogueiro feitas no Parque Ecológico de São Carlos/SP 

18/10/2015

Ululatus ulula vingança

ULULAR/PALABRIA - blogspot.com
Depois de uma certa idade a gente dá mais atenção para coisas que antes nem se importava. Na maturidade o semblante é sereno, mas por dentro as ideias se misturam como se fossem massa de pão e as lembranças vêm e vão tão rapidamente quanto a luz de uma lâmpada que acende e apaga na ação de um interruptor nervoso. 
A música mexe com a gente e quanto mais o tempo passa, mais ainda ela agita a memória. Basta um assovio distante, quase inaudível (a idade diminui a audição) e você viaja trinta anos no passado revivendo cada emoção. 
As fragrâncias são fundamentais nessa experiência. 
Ultimamente venho observando as palavras com mais atenção. Elas são fascinantes e escondem dentro de si boas e más intenções, assim como fazem os homens e exatamente por isso é que elas me intrigam. Principalmente aquelas não comuns, as pouco utilizadas, as que ficam trancadas nos dicionários desde sempre e de tempo em tempo dão sinais de vida.
Algumas nos chegam por associação inconsciente e simplesmente ficam cutucando a razão até que busquemos informações sobre elas. 
A palavra que me pegou hoje foi ULULAR. Busquei rapidamente nos sites, dicio.com.br e no significados.com.br e a revelei:
Gritar como aves noturnas.
Gritar aflitivamente; emitir som plangente.Bradar em tom soturno; proferir berrando, vociferar: o povo nas ruas ululava vingança. 
Ulular é sinônimo de: berrar, bradar, chiar, clamar, conclamar, cuincar, ganir, gritar, uivar, vociferar e vozear
Ululante popularizou-se através do escritor Nelson Rodrigues, que escreveu um livro chamado óbvio ululante, no ano de 1950. Ululante foi integrado à expressão “óbvio ululante”, que significa uma coisa tão clara e óbvia, que está “na cara” e as pessoas não enxergam. 
Ululante é mais utilizado no sentido figurado, que é o sentido que o escritor deu, uma situação ou algo que dispensa explicações. Quando uma coisa é óbvia, já evidente, agora óbvio ululante é mais ainda, e de acordo com o sentido original, é algo que está “gritando” para ser percebido" 
O QUE É ULULANTE: 
Ululante é algo que ulula, é gritar, berrar, como aves, gritar de forma aflita. Ulular vem do latim ululatus, que é o uivo, o som emitido por cães, um ganido prolongado para ameaçar alguém, ou chamar atenção.
Feito isso me acalmei e segui a vida com minhas ranzisses. (Ôpa! Será que essa existe?)

12/10/2015

Sobre o conflito na Síria

Achei o vídeo bem legal. Ele explica o conflito que rola na Síria e no Oriente Médio de forma objetiva. A gente acompanha e se impressiona com o drama dos refugiados sírios sem entendermos direito o que acontece por aquelas bandas.
É claro que para nos aprofundarmos sobre um tema tão complexo seria preciso uma abordagem infinitamente maior. A discussão é intensa em todos os sentidos e naturalmente exigiria do interessado algum conhecimento da história do que chamamos Oriente Médio. História antiga e recente e isso tudo resvalaria em interpretações das mais variadas e provavelmente bem acaloradas. 
A mensagem do vídeo afirma que para tentarmos compreender o presente é preciso conhecer o passado. 
Também que é fundamental considerarmos a manipulação das grandes potências do mundo nessa região. Aliás, intervenção que vem de há muito. Os citados são os de sempre: Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Russia e até a China. E eles ainda levam no pacote os seus aliados.
O interesse é econômico, óbvio. E mais claramente o que pretende cada potência é o controle da produção e distribuição do petróleo que na região ainda é abundante.
Culpa-se o fóssil por tudo de mal que existe no planeta. O mineral que aqui quase explodiu a Petrobrás e agora implode o sonho de um partido na permanência sem fim no poder, na base do custe o que custar, esconde mesmo é uma característica triste da natureza humana, uma que diante da perspectiva de dominação deforma aquilo que seria indeformável, o caráter.
Resolvi postar o video no blog. Dê um clique e assista, pois no mínimo é bom para pensarmos sobre o assunto e na nossa própria vida.

10/10/2015

Água em Marte, Deus e as Boias

Alguns acreditam em Deus e se sentem seguros assim. Outros apelam para a crença na vida além da terra, vislumbram o contato imediato do 3˚ grau como a chegada do Messias.
Cena final do filme "Contatos Imediatos do 3˚ Grau" de 1978
A Nasa anunciou a descoberta de água em Marte e com isso considerou a possibilidade de vida no planeta vermelho ou, ao menos, ter existido vida um dia por lá.
Claro que seria vida microscóspica, mas vida é vida e cá pra nós, quem nunca imaginou seres de outros planetas nem por um instantezinho quando criança.
Vida de qualquer tipo, modelo, raça ou cor. Micro cósmicas, sólidas, líquidas ou gasosas. Inteligentes, sábias, de corpos gigantes e prateados, de olhos acinzentados ou até pequenos e desengonçados como são os das crianças da Terra.
Vida que prega a paz ou que difunde guerras intergaláticas, gente sisuda desembarcando de estranhas naves com o propósito de nos aniquilar para roubar toda água dos oceanos ou de seres prateados de braços longos e pernas esguias como bambús verdes, dispostos a explicar a nossa origem, esclarecer o que é o tempo, o espaço e o motivo pelo qual alguns filiam-se a partidos políticos e pior, uns tantos até se transformam nos próprios políticos.
Existiria vida além dos nossos rincões?  Seriam elas inteligentes, seriam organizadas socialmente, se dividiriam em castas, obedeceriam organogramas e teriam religiões?
Afinal, tudo indica que o universo não esbarre num fim e que ele não esteja cercado por muros iguais aos de Berlin. O que se enxerga no universo, flutua num enorme vazio. Parece que tudo está dentro de um nada que dá a forma a um grande todo. Sem começo, sem meio e sem fim.
E nós aqui estaríamos sozinhos no universo abduzidos pela fé? 
Com o tempo eu fui moldando um jeitinho pra me proteger dos aborrecimentos terrenos. Toda vez que me encontro insatisfeito, chateado, agoniado, penso nas estrelas, no firmamento e logo digo baixinho pra ouvir a minha voz: caracas, não sou nada diante dessa coisa toda, mas estou aqui. Flutuo no espaço mesmo preso à gravidade e diante desse todo vejo que não passo de um ninguém e quem se importaria com a minha "ninguemnetude" ?  
Solidão urbana é isso mesmo, com ou sem água.
A gente busca segurança desde quando nascemos. Acho que é por isso que acreditamos em um Deus, uma espécie de boia pequena para náufragos terem alguma chance em oceanos agitados.
Cada um tem seu Deus, acho que até mesmo os ateus têm os deles.