31/10/2012

O encontro

__ Alô!
__ Alô.
__ Quem Fala?
__ Você gostaria de falar com quem?
__ Com Dona Rita Menezes da Silva?
__ Não tem ninguém com esse nome aqui, amigo.
__ Não?
__ Não.
__ Que número é esse?
__ Que número você ligou?
__ Liguei no 990000102
__ Pois é, esse é o meu número. Mas não tem nenhuma Rita aqui.
__ Como não? Tem certeza?
__ Claro que tenho.
__ Não é possível. Não tem nenhuma Rita ai ou na vizinhança? Ela me passou exatamente esse número.
__ Não. Este é meu celular e não um fixo? E com certeza você ligou para número errado.
__ Como assim? Liguei no 990000102
__ Amigo, vou desligar. Não tem ninguém com esse nome e bom dia para o senhor.
__ Escuta. Aqui a da Tele Prêmio e preciso entregar um valor para dona Rita Menezes da Silva. O número da inscrição é este número que liguei.
Silêncio.
__ Alô!
__ Oi. Da onde falam?
__ Tele Prêmio. A dona Rita Menezes foi eleita a Miss Simpatia do bairro em nosso concurso. Ela ganhou um prêmio de 10 milhões de reais já descontando o imposto de renda.
Silêncio.
__ Alô!
__ Alô, pois não. É… olha, você pode esperar um minuto?
__ Pois não, espero sim. Sem problemas.
Um minuto depois atende a voz feminina.
__ Alô!!!
__ Rita Menezes?
__ Sim, pois não! Quem fala?
__ Te achei, vagabunda.
tuu tuu tuu tuu

27/10/2012

Mutantes

Me permita a postagem do seu vídeo, amigo, Humberto Mesquita. A indignação aqui é tamanha que resolvi publica-lo por aqui. Este que é meu cantinho de lamúrias, desatenções e relaxamento. Mesmo quando indignado.
Reproduzo também meu desabafo, tal e qual postei no facebook, logo após ter assistido ao seu depoimento para o  Ecovox. E resgatei de uma reportagem publicada na Folha de S.Paulo de hoje sobre o lançamento da biografia de Carlos Marighella, inimigo número um da didatura e ex-companheiro revolucionário e de ideais da hoje, Presidenta da República, Dilma Roussef.
E por pura brincadeira, mesmo com a putisse no coração, reproduzo a ficha de captura da digníssima, ex-revolucionária, Dilma, que já foi um dia, Estela, Luiza, Patrícia e Wanda e hoje alinhada e bem alinhada à nova Nomenklatura. Pelo que se vê a mudança foi muito grande. Mas o brilho de estrela é o mesmo.
"Mandou bem Mesquita. Estou mais do que decepcionado com essa mulher que um dia pegou até em armas para defender seus ideais. Decepcionado com esse partido político que parece ter DNA totalitário, que nasceu de manifestações operárias, tragados de início por sindicalistas espertalhões e intectuais hipócritas da classe média e quando sentaram-se ao trono, saboreando o poder, deram bananas aos que os elegeram. Nos enganam o tempo todo com bolsas isso, bolsas aquilo, como se fôssemos um bando de patetas, mendigos pedindo esmolas. Mentem o tempo todo como seus antecessores sempre fizeram. Lamento mais uma vez na vida a minha inocência. Estou indignado com a indiferença que cometem agora com esses índios. É desumano. O cara nem com a grave doença larga a rapadura.
Realmente lamento. Não foi dessa vez ainda."

Publicação Folha de S.Paulo de 17/10/12
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Trechos da reportagem

O comunista e guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969) é uma figura onipresente na história da esquerda brasileira por quatro décadas --de 1932, quando participou das primeiras agitações estudantis em Salvador à sua morte, em São Paulo, em 1969, quando era considerado o inimigo número um da ditadura, graças às ações de guerrilha da ALN (Aliança Libertadora Nacional).

Após nove anos e meio de pesquisa, Magalhães descobriu que todas as afirmativas acima são falsas.

1) Marighella não estava armado em 4 de novembro de 1969, quando foi alvejado por quatro disparos de policiais comandados pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury;
2) Ele sofreu torturas uma única vez, em 1935;
3) Não sobrou o registro da nota da prova em verso;
4) Gilberto Gil diz que só repetia onomatopeias em "Alfômega".
Mário Magalhães desfez os mitos em torno do guerrilheiro por uma razão aparentemente simples, segundo ele: só escreve o que pode ser provado por documento ou depoimento.
"A vida real de Marighella é muito mais espetacular do que a mitologia criada por aliados ou inimigos", afirma o autor.

É isso, meu caro.

24/10/2012

São Paulo, Brasil.

Elpídeo sentia-se fraco quando desceu os dois degraus metalizados do trolleybus da linha 106 - Praça da República / Largo São José do Belém, ponto final no antigo bairro operário do Belenzinho, este, logo no início da zona leste da cidade de São Paulo.
Meio atordoado e com o corpo ardendo da cabeça aos pés, julgou que a gripe forte de dias atrás voltara de forma contundente. Gripe que o levou aos 40 graus de febre e que nem mesmo assim o fez perder um dia se quer de serviço. Não olhou para o relógio, mas sabia que não passava das seis e vinte da tarde de um outono já meio frio. Conhecia o trajeto desde os tempos de juventude, quando aos dezenove anos iniciou no ofício do corte alinhado. 
Fechava a porta da alfaiataria que herdara do pai na Rua Barão de Itapetininga, 239, no início do corredor do primeiro andar do Edifício Luxor, pontualmente às cinco e meia, e, em menos de dez minutos, embarcava no ônibus elétrico, cujo ponto não ficava mais que cento e cinquenta metros de sua loja. E este o levava com toda a segurança até bem próximo de sua casa. Todos os dias, por mais de quarenta anos de sua vida ele fez esse caminho.
Depois do Metrô e da reforma da Estação do Norte, a antiga passagem que um dia foi conhecida como As Porteiras do Brás, deixou de ser um funil de trânsito intenso a quem seguisse em direção ao distante bairro da Penha, pensava Elpídeo toda vez que passava por lá.
Invariavelmente encontrava no caminho as mesmas pessoas, que entre milhares, os reconhecidos se contados fossem, não passariam dos setenta. Tão familiares ficaram a ponto de os cumprimentos e acenos com sorrisos discretos entre eles, fossem permitidos. O tempo e a rotina transformam as pessoas em estranhos conhecidos. Sabe-se tudo delas e, ao mesmo tempo, sabe-se nada. 
De alguns guardara os nomes e apelidos, de outros, quais os bairros em que moravam e de alguns poucos, até os times do coração ele sabia. Mas da maioria, não tinha a menor informação, somente impressões e nem sempre eram melhores. Se tornaram conhecidos de bom dia e de até amanhã, bem ao modo paulistano. 
Estranhamente nessa tarde, Elpídeo não se lembrava de ter encontrado os velhos amigos. Não se recordava de percebe-los no percurso. Preocupou-se sim, se os teria ignorados e se, talvez, tivesse deixado passar a péssima impressão de um esquisitão ou de um revelado, psico-antipático. Se remoeu, pois procurou a vida toda vender a imagem de um simpático, de um sujeito acima de qualquer suspeita, a quem se poderia depositar toda a confiança do mundo. 
Lembrou-se que na noite anterior fora recebido em casa com uma festa surpresa, quando suas filhas, genros, netos e esposa, prepararam a comemoração aos seus 64 anos bem vividos. Talvez tivesse bebido demais no dia anterior - três copos de cerveja, durante a semana, era de fato para ele, muita coisa e possivelmente isso tivesse provocado o retorno da gripe. 
O fato é que não se sentia bem naquele momento. Ao mesmo tempo em que os seus passos ficavam cada vez mais pesados na calçada, vinha-lhe uma repentina leveza anti gravitacional. Parecia voar, não sentia o pés no chão. Buscava apoio pelas paredes como um bêbado que nelas recorre em final de madrugada boêmia.
Em nove minutos e com muita dificuldade alcançou o número 17 da Rua Silva Jardim. O portão de ferro em barras torcidas longitudinalmente, formando desenhos simétricos, estava com uma das folhas entre abertas. Seguiu então pelo jardim por onde se via, as ortências, margaridas, espadas de São Jorge e samambaias, todas bem tratadas e notou que a porta de entrada, logo na recepção da residência se encontrava praticamente escancarada. Assim, com cuidado, se sobrepôs aos dois degraus revestidos em mármore branco já envelhecidos pelos anos de uso, e através do portal chegou à sala principal, onde as visitas são normalmente recebidas. 
Percebeu que uma única luz vinda da cozinha é que fazia a iluminação do ambiente. Ela se projetava pelo corredor estreito de dez metros de comprimento com pouco mais de um de largura e refletia no assoalho bem lustrado do corredor que por ele se dava aos dois dormitórios e ao banheiro. Cômodos grandes e de pé direito alto de um lar eminentemente católico. A luz  provocava sombras intensas sobre o chão e nos móveis dispostos da sala. A penumbra, que ao mesmo tempo remetia anseios à alma de Elpídeo o deixava, contraditoriamente, confortável.
O silêncio seria total não fosse os ruídos vindos da rua, mas até estes, aos poucos se dissiparam. Elpídeo surpreendeu-se com o fato de dona Jandira, sua esposa de longos anos, não recebe-lo como de hábito. Também não sentiu o cheiro de comida que nessa hora do dia ficava pronta. Não ouviu os bifes na frigideira sendo fritos e nem o barulho de panelas pelo fogão.  De certo ela lá não estava. Mas onde teria ido? Ela sabe muito bem que ele chega com muita fome e logo quer jantar.
Mais estranho ainda o fato de Tejo não ter latido. O cão percebia a chegada do dono pelo  rangido do portão. A manifestação no quintal se ouvia de longe, com saltos ao vento e latidos ensurdecedores comemorando o passeio noturno que, de certo, depois do jantar, viria. O quintal estava em silêncio - Tejo estaria com gripe também?
O carrilhão em móvel escuro de linha provençal soou sete horas. Embora cansado, Elpídeo mantinha-se em pé, quieto bem no canto da sala. Parecia se esconder de alguém, não queria ser visto, sentia alguma culpa ou remorso e nem sabia o porquê. Nem se dera ao trabalho de tirar o paletó e a gravata. Esperava ansioso pela mulher. Aguardava por ela, queria ela. A angústia o envolvia e se misturava a uma serenidade incompreensível. Elas vinham de dentro do coração, vinham das vísceras, do fígado, dos joelhos estremecidos. Notava-se em levitação. A boca do estômago ardia muito, como uma azia descabida e fora de hora. Tentou apoiar-se em uma cadeira próxima, mas sem muito sucesso, não entendia o que estava acontecendo, sentia-se inseguro, com uma ânsia nunca experimentada. 
Uma hora depois ouviu o som do carrilhão marcando oito da noite. Depois ouviu o som das  nove. Ouviu o das dez. Das, onze. Meia noite. Silêncio absoluto. O vento suave que passava por entre as frestas da grande persiana frontal da casa da Rua Silva Jardim, fazia com que as cortinas estampadas balançassem, desordenadamente, calmas. O frio percorreu-lhe as espinhas, as axilas e os dedos dos pés.
Elpídeo olhava para as paredes, para o chão, para o sofá. Viu alguns documentos espalhados sobre a mesinha de centro que também apoiava um copo quebrado. Os cacos de vidro espalhavam-se por ela. Os olhos afoitos percorriam o ambiente procurando  alguma coisa. Se deu conta que a TV estava desligada e lembrou-se que hoje seria o último capítulo do Direito de Nascer e que sua mulher jamais perderia um final de novela sem um motivo incontestável. Jandira, onde está você? 
Por volta das duas e meia, em plena madrugada, a luz da sala se acendeu num repente. Elpídeo de susto se escondeu por trás das cortinas. A porta que estava bem trancada se abrira nervosamente após duas voltas na fechadura e por ela viu passar uma senhora de sessenta anos, com cabelos grisalhos num coque presos por dois grampos. Ela vestia um conjunto bege e sapatos pretos. Outras duas aparentando serem mais jovens - uma de quarenta anos e outra de trinta e oito, a seguravam com afeto pela cintura. Essas parecidas por demais nas feições e nos gestos. As seguiam, dois homens de meia idade - um bem magro e alto, usando um terno cinza e com cabelos aparados, nitidamente elegante e o outro, um pouco mais baixo e meio gordo. Este com um bigode avantajado e vestindo uma camisa branca amarrotada com as mangas dobradas à meio braço e uma calça de linho verde escuro. E logo atrás também entraram dois meninos - um de quatorze anos e o outro de doze, não pareciam ser irmãos, talvez fossem primos irmãos. Todos eles com os olhos bem lacrimejados e muito perplexos, atônitos. Balbuciavam alguns comentários não compreendidos por Elpídeo. A senhora entregou-se ao sofá e com as mãos no rosto pôs-se a chorar copiosamente. As outras duas ao seu lado tentavam conforta-la, mas sem sucesso, em pouco tempo se renderam aos prantos. Papai, papai.
Souberam eles no final daquela tarde, por volta das seis e vinte, aproximadamente, da notícia trágica que o esposo, o pai, o sogro, o avô querido, o alfaiate de profissão, muito simpático, amigo de todos, sujeito acima de qualquer suspeita, fora baleado mortalmente. Numa tentativa de assalto dentro de um ônibus elétrico quando voltava de mais um dia de árduo de trabalho. O senhor fora brutalmente assassinado com um tiro de calibre 45 que o atingira espetacularmente bem no meio do estômago. De tantas viagens que fizera ao longo da vida, aquela teria sido a sua derradeira. Souberam que os meliantes fugiram logo após o crime, mas na fuga ainda acertaram um outro passageiro, um corajoso policial que estava de folga e que tentara heroicamente o confronto direto e dera-se mal. Ele, pelo destino, sobreviveu. Mas, Elpídeo, não tivera a mesma sorte. 
O garoto mais novo escreveu tempos depois na redação escolar, que soubera da tragédia com o avô pela televisão, logo após ter deixado o video game de lado.
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20/10/2012

Diário deste sábado

Hoje de folga do trabalho acabei como uma barata tonta dentro de casa. Só faltou sentir a sandália de borracha sobre a minha carcaça. Quis ir pra lá e pra cá e não sai do lugar. O dia praticamente se foi e aqui estou sentindo a segunda feira mais próxima que ontem.
Tudo bem, menos pior, pois se tivesse sobrevivido a um atropelamento de um caminhão de carga, estando num quarto de hospital, engessado até o pescoço, chorando de dor após o efeito da anestesia, a coisa estaria realmente mais difícil. Que alívio!  Pense assim! diria o otimista.
Durante a semana planejo tudo aquilo que não posso fazer ao longo dela - sair, me divertir, pescar, ler, pegar um cineminha, beber, sei lá, fazer um monte de coisa. E nada, nada vezes nada ando fazendo.  Vem me dando uma tremenda preguiça, um cansaço de velho, que acabo deixando pra depois. E o depois chega e deixo novamente pra depois e assim vai. 
Me levanto sempre cedo, também aos sábados e domingos, nunca depois das sete. Isso não é hábito recente, essa mania vem desde os tempos de garoto. Um médico me disse uma vez que está ligado à minha ansiedade. Após o café e o cigarro, me ponho diante do computador e começo a procura do que ler. 
Gosto muito de notícias, seja lá quais forem, elas me atraem. Sigo de política até aos resumos das novelas. Passo umas duas horas lendo um monte de coisa e, claro, ao som da rádio do site - CBN, Estadão-ESPN ou Bandeirantes, não exatamente na mesma ordem, são as que mais ouço. 
Vou lendo e ouvindo os locutores tagarelando, me parece terapêutico. E, de certo, dou uma passadinha no facebook, se tornou hábito, parece que falta alguma coisa quando pulo essa etapa. Aliás hábito que deixarei de lado em breve. Assim como o maledeto do cigarro.
Também aproveito as manhãs de sábado, quando estou em São Paulo, é claro, para comprar alguma coisa. Sempre tem o que comprar. Ração para o Ugo (sem H mesmo), o peixe do aquário, da Lucy In the Sky, minha cachorrinha mais do que querida, algum reparo no carro, incluindo o lava rápido. Jogar na megasena, ultimamente entrou no roteiro, quase que regularmente entro na lotérica pra sonhar um pouco. Uma bobagem a ser cortada o quanto antes.
Depois do almoço, em casa ou em algum restaurante, é hora dos quinze minutos, um breve cochilo meio que estirado no sofá. A TV ligada ajuda o sono quem vem pesado e rápido. Nunca passou de vinte minutos. Um pouco mais tarde alguém nos visita, sempre trazendo alguma novidade. Os assuntos são sempre diferentes aos finais de semana, isso ajuda relaxar.
O fato mesmo é que o cidadão aqui está a quase seis anos sem tirar férias. Viagens curtas de dois ou três dias quando muito aconteceram. Pra quem adora viajar, tanto quanto devorar pizzas e comida japonesa, ando saboreando quase nada, ou nada de uns dois anos pra cá. As férias foram adiadas pela enésima vez. Próxima parada dia 23 de dezembro.
Meu plano - Machu Picchu, Patagônia e Santiago do Chile. Buscarei nesses lugares a inspiração para escrever uma história a qual, um dia, pretendo transformar num filme.
Enquanto isso, fico por aqui matutando e enrolando o tempo. Afinal, não está tão ruim assim. Nem fui atropelado. Estou só um pouco cansado, só isso.

18/10/2012

Soberba na Pocilga

Dor de dente ao doente fica pior com leite quente.
Me dá nojo, sinto ânsia. A repulsa, o asco e depois que passa, 
vem o perdão.
Perdoo e não esqueço. Sem rancor, sem ódio, compreendo.
Vem a poesia dentro da música. 
Música simples e letra também.
De alguém que vive hoje nas estrelas, lá no infinito.
Tímido, calado, sentia repulsa também.
Assim como eu, assim como você.
Vale mesmo é gozar.
Vale brincar e não levar tão a sério.
São somente porcos na pocilga.

Dia de saco cheio é assim.


Aos porcos, a minha homenagem.

...Você tem visto os porquinhos 
rastejando na lama?
E para todos os porquinhos
a vida está ficando pior.
Sempre tendo a sujeira a rodearem.

Você tem visto os grandes porquinhos
em suas camisas brancas engomadas?
Você irá encontrar os grandes porquinhos
remexendo a sujeira.
Sempre com camisas limpas para brincarem.

Em sua pocilga com todos os seus fundilhos.
Eles não se importam 
com o que está rolando.
Em seus olhos existe algo faltando.
O que eles precisam é de uma boa palmada.

Em todo lugar há muitos porquinhos 
vivendo a vida porca.
Você pode ve-los jantando fora
com suas esposas porquinhas.
Agarrando garfos e facas para
comerem seus bacons...
Piggies - George Harrinson

14/10/2012

Jesus, alegria dos homens.

Para acalmar um coração aflito nada melhor que uma boa música. Se essa ela remeter o ouvinte a um infinito tranquilo, a uma paz interior profunda,  mais eficiente ela foi no seu princípio. 
Se ela sugerir idolatria, esqueça. Se ela te levar para alguma religião também esqueça, melhor nesse caso ser um pagão do que pagar pedágio.
Mas se você ao ouvi-la compreender que nem mesmo a divindade aceitaria tal título, ainda mais porque você sugere aflição ou medo quando recorre a ele e somente percebe-lo como um espírito de luz abundante, a música é boa. É de primeira.


Ouvi, assisti e aqui postei. Não conhecia essa versão de Jesus, alegria dos homens, de Bach. A intérprete, nunca ouvi falar dela. Muito bonita e super afinada. Sissel Kyrkjebø. 

13/10/2012

Cinema




O cinema é uma das mil maneiras esquisitas de um artista se expressar.

O registro da imagem vem desde os tempos das cavernas, quando feitas sob a luz da fogueira que aquecia e iluminava a alma do mais aflito. É provável que tenha nascido quando a consciência deu-se como presente. Quando a simetria do pensamento se estabeleceu como ordem. Quando se deu conta de sua natureza. Quando percebeu que muito além de um corpo ele carregava uma alma e que ela é quem ordenava desordenando. O homem primitivo percebeu que tinha um fogo dentro de si, um carnívoro sensível que nem mesmo conhecia a palavra para o que sentia.

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O impulso do homem das cavernas é simplesmente fantástico, digno de nossa atenção. Em cada desenho nota-se sua intensa angustia, absolutamente reveladora, ansiosa para expressar, rabiscar, registrar, apontar utilizando seus cinco sentidos. 
O frio, a fome e o medo faziam parte desde o princípio. Partes integradas, constantes como são a luz do sol, como o vento, como o fogo, como as matas, como a chuva, como o outro ao seu lado. Em todos os traços percebe-se o quanto esse espírito remoía-se dentro do corpo, corpo ainda curvado e coberto de peles de animais abatidos.
Em pouco mais de cinco mil anos, dos rústicos traços nas paredes, o homem aflito, buscou outras maneiras de gritar. A história registra os fatos e ele chegou ao cinema. Cinema de celulóide ou digital, não importa. A imagem em movimento, organizada fluiu como nunca antes havia fluído qualquer manifestação. Controlou a luz e a reação dela em agentes químicos e o espírito humano encontrou assim mais uma forma de contar as cenas do cotidiano.

Relaciono alguns filmes e diretores dos quais tenho muita admiração. Filmes que tocaram e remoeram a alma deste que escreve. Vejo nesses artistas a mesma alma que ocupavam os corpos dos homens das cavernas, agora em sua provável quingentésima, nonagésima edição. 
Na verdade gostaria de mostrar uma relação muito maior, porém, seria extensa por demais, fico aqui com uma desse tamanho. Não obedecendo ordem de preferência, nem tão pouco de estilo. Afinal, arte é arte, não se deve considerar estilos e nem mesmo as técnicas. Podem ser interessantes para alguns e para outros não significarem nada. Vale mesmo o quanto ela nos toca, daí o registro do artista acerta o alvo.

Laranja Mecânica - Stanley Kubrick


O Fantasma da Liberdade - Luis Buñel


Amarcord - Federico Felini


Durval Discos - Anna Muylaert


Salário do Medo - Henri-Georges Clouzot


O Pagador de Promessas - Anselmo Duarte


Volver - Pedro Almodóvar


Big Fish - Tim Burton


Psicose - Alfred Hitchcock


Ed Wood - Tim Burton


O Balão Vermelho - Albert Lamorisse



Cinema Paradiso - Giuseppe Tornatore


Se pudesse iria ficar aqui relacionando os meus preferidos por muito tempo. Tem tantos outros. Hoje fico com esses.

12/10/2012

Conto do Grito

Na madrugada de terça para quarta-feira por volta das duas e meia, mais ou menos, portanto já no dia 11 de agosto de 2010, um grito agudo e contínuo se ouviu. Quebrou-se o silêncio absoluto  naquela noite de inverno em São Paulo e pareceu ter vindo de longe, não tão longe, possivelmente da avenida transversal que ficava logo acima. Um grito, limpo, doce e feminino, mas nitidamente, desesperado. 
A casa assobrada de boa aparência, com três quartos, sala, cozinha ampla, toda azulejada e dois banheiros, sendo que um deles acomodado no quarto principal, com, ainda, uma pequena lavandeira contígua à cozinha, também ampla e com gabinetes em fórmica branca, muito funcional e um quartinho aos fundos do quintal que servia de acomodação improvisada e à guarda das tralhas que toda família de classe média baixa tem. Situava na rua estreita em ladeira leve do bairro de Vila Inocência, distrito da Freguesia do Ó e estava com as luzes apagadas para dar à família, como de hábito, a tranquilidade para um sono merecido digno dos homens e mulheres de bem. Rafaela de 19 anos, a filha mais velha, moça morena de cabelos castanhos escuros quando não tingidos e levemente ondulados, acordou assustadíssima. O irmão, Davi, menino travesso de 12 anos que dormia no quarto ao lado, mexeu-se um pouco entre a colcha quente que o acobertava, toda estampada com desenhos coloridos em tons pasteis, resmungou alguma coisa, mas manteve-se em sono profundo de criança que brincou o dia todo. Os pais, Seu Júlio e Dona Miriam, ele com 48 anos aparentando um pouco mais idade e prestes a se aposentar do emprego de mais de trinta anos e ela com 44, senhora educada, bonitona e muito simpática, dada ao varejo, ajudando assim no orçamento familiar, como fez a vida toda, também de súbito acordaram e em pouco tempo os três estavam na sala - pai, mãe e filha, todos atônitos, curiosos e preocupados ao mesmo tempo. Davi continuava dormindo, pouco se incomodou com a luz que se acendeu no corredor entre os quartos dispostos no andar de cima da aconchegante residência. Olhavam-se entre si perguntando-se quase mudos que uivo tétrico seria aquele que ouviram. Alguém estaria sofrendo mazelas da vida mundana naquele momento? Senhor, meu Pai, protegei os fracos e oprimidos, Senhor!Seu Júlio decidiu abrir a porta da sala e seguir com a trava de ferro de reforço da porta, entre as mãos e passo ante passo, com todo o cuidado do mundo, seguiu em direção à frente do sobrado, passando quase espremido entre o muro e o Palio 2006, azul metálico, com motor à álcool que ficava guardado e estacionado na adaptada garagem. Dona Miriam acendeu a luz da frente facilitando o percurso do marido.Este apoiou-se com cautela sobre a grade metálica bem pintada em cinza escuro que se estendia por toda a fachada, esticando o corpo até onde pôde alcançando com os olhos meio remelentos e franzidos do sono interrompido em alta madrugada, que percorreram o asfalto até o ponto mais distante. Rastreou desconfiado de um lado a outro o trecho da rua. Reparou que as casas vizinhas estavam com as luzes apagadas. Procurou alguma coisa, algum movimento diferente, mas nada viu ou ouviu, além de um carro ou outro que seguiam em velocidade alta pela avenida a uns duzentos e cinquenta metros dele. A clarência da iluminação branca do posto de gasolina, fechado aquela hora, que ficava lá na esquina, contrastava com as luzes dos postes, essas de cor âmbar,  a mistura dificultava um pouco a percepção do investigador notívago.Dona Miriam do lado de dentro da casa com a bíblia pressionada ao peito, logo atrás da porta da sala o chamou em voz baixa, pediu ao marido que entrasse, pois o frio intenso da madrugada e o perigo eminente a preocupava e que possivelmente o grito que ouviram, talvez fosse de uma cadela perdida, atacada por uma ratazana sórdida, dessas que andam pelas ruas durante a quietude noturna à procura de restos de alimentos.Assim ele o fez. Retornou e fechou a porta dando duas voltas completas na fechadura, colocou a tranca de ferro em seu lugar  garantindo a segurança da residência e retornaram aos seus aposentos. Davi dormia como um anjo, Seu Júlio teve o cuidado de conferir antes de se recolher. Dona Miriam aproveitou e foi para o xixi da madrugada. Rafaela fez o mesmo, seguiu até o banheiro que ficava entre os quartos dos irmãos e lá sentada ao vaso, em atitude desolada, apoiou a cabeça sobre os pulsos dobrados sustentados pelos cotovelos e estes assentados sobre as coxas grossas de pele macia e amorenada. Os lindos cabelos lisos, levemente ondulados caíram-lhe sobre a face.Vinte minutos depois a família retornara ao sono profundo. É o que parecia. O silêncio se restabelecera por completo naquele lar cristão, abençoado por nosso Senhor, Jesus Cristo. Um ou outro carro, a quem prestasse atenção se ouviria ao longe e certamente passando em alta velocidade, como fazem normalmente os motoristas noturnos nas vias mal policiadas e cheias de faróis para serem desrespeitados dos bairros de periferia.Rafaela, em sua cama, com os olhos cerrados não conseguia dormir. A consciência pesava-lhe a alma, ela estava aflita demais. O medo lhe fervia as vísceras, corroia-lhe as entranhas, disparava o coração, acelerava a corrente sanguínea que aquecia todo o corpo tenro da juventude. Emagrecera em pouquíssimo tempo três quilos e meio. Mal se alimentava e agora conversando pouco com os pais e irmão. Distanciou-se das amigas, dos colegas da faculdade, dos vizinhos da rua. Nunca sentira-se tão mal como nesses tempos. Acreditava ser agora uma mentirosa, uma desonrada que não respeitava os pais e a família cristã e em seu tormento foi se fechando.Quase um mês antes dessa interminável e ruidosa noite fria, logo dois dias após seu décimo nono aniversário, comemorado com festinha familiar, com docinhos, salgadinhos e bolo caseiro, um fato inesperado, imprevisto, não pretendido, embora às vezes desejado, lhe acontecera - perdera a virgindade num final de tarde, quase início de noite de forma rápida, fisicamente indolor e surpreendente. Por volta das seis e quarenta cinco o rapaz bastante falador de vinte e cinco anos chamado, Renato, namorado de Rafaela a quase um ano e três meses, aproveitara a oportunidade de estar sozinho com a garota, fato raro, na própria casa dela tirara-lhe a pureza. Os pais e o irmão estavam na igreja em pura corrente de fé, ele, o namorado atrevido, ao acaso (seria ao acaso?) chegando um pouco mais cedo para pegar a namorada para um cineminha e depois uma lanchonete - em noite de sábado isso era permitido. Ela não esperava e nem queria o assédio repentino. Ele todo meloso insistia nos carinhos. Ela penteava os cabelos após vestir-se como sempre de forma sublime, ele ainda nas carícias e com promessas de eterno amor. Ela dificultando, mas não o suficiente, embora aquilo tudo ficando  cada vez mais excitante, ele queria porque queria. E foi ali mesmo, na casa dela, no quarto dela, na cama dela, no seio de um lar abençoado, a flora, em tão pouco tempo, fora consumada. Deflorada, tinha sido deflorada! Meu Deus!  Isso por um rápido prazer e instantâneo arrependimento, seguidos de noites insones intercaladas por sonos breves, pesadelos intensos que levavam a gritos agudos e abruptos disparados em caladas noites frias. Choros contidos, por parte dela. E dele, Renato, o namorado atrevido, ficou o orgulho de um homem que marcou definitivamente seu território, mesmo que pagando o preço de ficar sem o terreno, isso tempos depois.

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10/10/2012

Charges

Pronto, lá vem o segundo o turno. Em São Paulo, Haddad em primeiro nas intenções de voto com 47% e Serra, bem atrás, com 37%. Brancos e nulos somam 8% e os indecisos mais 8%. Muita gente indecisa, meio na ressaca do domingo passado, mas muitos dos que votaram no terceiro do primeiro turno, Russomano e no quarto, Chalita já migraram para o primeiro e o segundo de agora. Confuso isso, não é?

Um amigo do coração hoje pela manhã me escreveu defendendo com unhas e dentes o seu candidato. Disse que confia nele plenamente. Confiança de fé, percebi pelas palavras. Achei bonita a atitude dele, mas senti o impulso de contesta-lo - provoquei. A resposta de veio de pronto. Bobagem minha, não devia ter feito isso. Da mesma forma que tenho minha opinião ele tem a dele. Ambos, ele e eu estaremos sob o mesmo guarda chuva em primeiro de janeiro próximo. Com o velho Partidão ou com o novo Partidão.

Acho demais o trabalho dos chargistas. Eles captam detalhes da expressão de uma pessoa e dão a ela uma personalidade paralela que muitas vezes superam em grandeza a do personagem retratado.


Pesquisa foi feita pelo DATAFOLHA nos dias 09 e 10 - ontem e hoje.

09/10/2012

Concreto Titânico

Miséria é miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes.
Índio, mulato, preto, branco. Miséria em qualquer canto. 
Riquezas são diferentes.
Filhos, amigos, amantes, parentes. Riquezas são diferentes.
Ninguém sabe falar esperanto. Miséria é miséria em qualquer canto.
Todos sabem usar os dentes, riquezas são diferentes.
Miséria é  miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes.
Fracos, doentes, aflitos, carentes. Riquezas são diferentes.
O sol não causa mais espanto, miséria é miséria em qualquer canto.
Cores, raças, castas, crenças. Riquezas são diferentes.
A morte não causa mais espanto, o sol não causa mais espanto. 
Miséria é miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes.
Cores, raças, castas, crenças. Riquezas são diferentes.
Índio, mulato, preto, branco. Filhos, amigos, amantes, parentes.
Fracos, doentes, aflitos, carentes.
Cores, raças, castas, crenças.
Em qualquer canto miséria.
Riquezas são misérias.
Em qualquer canto miséria.

Õ  BLÉSQ  BLOM

08/10/2012

Moçambique

E se foi o primeiro turno. Em São Paulo, ainda minha cidade, definiu-se os dois candidatos que irão para o dia 28 de outubro, o derradeiro turno - Serra e Haddad já estão em posição de guerra. Um do Partidão e o outro do Neo Partidão. 
O Russomano ficou a ver navios. Deu a coletiva para a imprensa no final do dia com cara de pastel de feira. Disse com retórica cansada que estava muito feliz e agradecido pelos votos recebidos - mais de um milhão. (isso é perigoso). O Chalita com cara de bonzinho, também agradeceu.
Entre ontem e o próximo dia 28 veremos quais serão as novas coligações. Os derrotados carregam eleitores e os preferidos detém a maioria. Lembrando que nós somos a moeda de troca, nós somos o lastro. Neste momento valemos ouro.

Dor de cabeça a nossa, não é? Que dúvida! Qual a melhor escolha? Leio e ouço opiniões argumentando ou ironizando sobre esse ou aquele candidato. Jornalistas, políticos, intelectuais e pessoas comuns. Gostaria de ter a fé que eles têm. Fé pela fé e sem interesses e sem rancores. Mas não tenho. Quem dera me fosse dada a crença, mas não creio.
Em Moçambique a cura para a enxaqueca é na base da fé, na base da crença.


Assisti esse vídeo e resolvi postar aqui no meu blog. Representativo pra mim. Me sinto o enfermo do filme, um idiota fedólatra submetido aos prazeres alucinados de quem acha que sabe de tudo.

A tradução seria: 
__ vota em mim… vota em mim… vota em mim...

Tive que anular meu voto e me senti muito mal.

Benedito Calixto

Para ter seu nome em praça aqui em São Paulo, Benedito Calixto nasceu em 14 de oututro de 1853 na cidade litorânea de Itanhaém, SP e principalmente, chegou ao mundo como um artista de talento nato.
A praça fica no bairro de Pinheiros e é conhecida por abrigar aos sábados, uma feira muito interessante de artesanatos diversos, objetos antigos para colecionadores, móveis e tantas outras coisas mais que curiosas, local onde se encontram também artistas - desconhecidos, mas artistas. 

Benetido Calixto praticamente foi um auto didata, um talento nato. Começou pintando paredes, muros até ser convidado pelo irmão para morar em Brotas, cidade distante cerca de 250 km da capital paulista. Foi morar com o irmão que cuidava do acervo de uma igreja. Lá conseguiu o emprego na restauração das peças e nas horas vagas, já com o material de pintura nas mãos, começou a pintar paisagens da cidade. Logo foi convidado por fazendeiros para que pintasse paisagens em suas fazendas. E assim foi.
Benedito, depois de alguns anos e algumas exposições mal sucedidas, foi finalmente reconhecido como um artista.
Após realizar trabalhos de entalhe e pintura na parte interna do Teatro Guarany, em Santos, conseguiu uma bolsa de estudos para se aprimorar em Paris e foi custeada pelo Visconde de Vergueiro.
De volta ao Brasil quase dois anos depois, trouxe entre tantos materiais de pintura, equipamentos de fotografia e com ele tornou-se o primeiro pintor a fazer suas obras a partir de fotografias. 
De fato um artista com espírito prático.






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06/10/2012

Quadrilha - Parte 1

Segue pesquisa de intenção de voto feita nesta sexta e sábado, 05 e 06/10 em São Paulo. O primeiro, o segundo e o terceiro candidato estão em situação de empate técnico. O quarto ficou um pouco atrás, mas nem tanto.
Curiosamente os índices de rejeições entre os candidatos se configuram na mesma ordem - Serra em primeiro, Russomano em segundo e Haddad em terceiro. Parece que nada faz sentido. O eleitor de modo geral não tem preferência ideológica fundamentada, me parece mais questão de resgate de sua história na cidade ou por simpatia ou não por este ou aquele candidato.
Se prestarmos um pouquinho mais de atenção perceberemos que na verdade não há tantas diferenças nos discursos deste ou daquele candidato. Todos vêm de partidos políticos e coligações, todos se comprometeram com tantas coisas e mostraram-se profundos conhecedores dos problemas da cidade. Todos apertaram as mãos e beijaram pessoas desconhecidas nas ruas, criancinhas, vovós, vovôs e até gostosas. E tantas coisas ruins disseram um ao outro que se, somente a metade das acusações mútuas for verdade, puta que pariu a mãe deles. É um balaio de gato só. 
O palmeirense que fala do corinthiano, que fala do são paulino, que fala do santista, que fala da lusa, que fala do ponte, que fala do vasco e por aí vai.
A Maria que fala da Luiza, que fala da Bete, que fala da Sonia, que fala da Rosa que fala da Neide que fala das mães de todas elas.



Ao 07 de outubro de 2012 - dia da cidadania.
É duro somente ter vagabundos como escolha de voto. Votar assim é como querer pagar as contas de safados e ainda sair de banca com cara de quem tem consciência do dever cumprido. É uma mentira deslavada.

03/10/2012

Dicas para longevidade

Registro aqui um achado no facebook que me chamou atenção. Estudos afirmam que estilo de vida saudável contribui para a longevidade. Vida longa é bom, mas claro que com saúde é melhor.
Peco e feio no ítem 8 da relação, mas vou me esforçar e perder o hábito. O ítem 9 pra mim é relativo. Ela existe, porém, desmedida. Os demais ítens faço uma ou outra observação, mas na média até que sigo bem.
Portanto, muita coisa boa pela frente ainda. Vamos nessa? Convido também os desafetos e quem sabe mais pra frente a gente se entenda. Claro que sim.

Imagem The History Chanel

1. *CASE-SE*. Segundo estudo publicado no Health Psychology Journal, dos Estados Unidos, as pessoas que se mantêm em longas e bem-sucedidas uniões têm uma expectativa de vida maior em comparação àquelas que se casam novamente ou terminam a vida divorciadas. (mas, por favor, ficar com a pessoa errada causa mais problemas de saúde ainda... façam boas escolhas..)

2. *EXPRESSE SUAS EMOÇÕES*. Journal of Clinical Psychology, da Inglaterra, aqueles que manifestam suas emoções por meio de alguma atividade artística, como cantar, escrever e pintar, são mais saudáveis do que as pessoas que não o fazem.

3. *TENHA HORÁRIOS*. Evite a prática de exercícios entre as 11 da manhã e a 1 da tarde. É quando a produção de adrenalina atinge seu pico. O sangue fica mais grosso do que o normal, a pressão arterial sobe e o batimento cardíaco se eleva. Durante essas duas horas, é maior a probabilidade de uma placa de gordura se romperem um vaso, o que pode provocar derrame cerebral ou infarto no coração.

4. *SEJA SOLIDÁRIO*. Segundo estudo publicado na revista Psychology Science, dar apoio físico ou emocional a outras pessoas reduz em até 60% o risco de morte prematura no idoso.

5. *PREFIRA AS COMÉDIAS*. O riso espontâneo promove a dilatação dos vasos e melhora o fluxo sanguíneo. Também reduz os níveis de adrenalina e cortisol no sangue e aumenta a liberação de endorfinas, hormônios ligados às sensações de bem-estar e prazer. Quer mais? Ainda emagrece. Estudos da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, concluíram que dar boas risadas por um período de dez a quinze minutos faz uma pessoa queimar, em média, 50 calorias.

6. *USE O FIO DENTAL* (o dental). De acordo com pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, a inflamação bacteriana da gengiva, causada pelo acúmulo de resíduos alimentares entre os dentes, aumenta em 72% o risco de doença cardiovascular.

7.* IMITE OS BRITÂNICOS*. Ser pontual é bom, mas beber chá é ainda melhor. De acordo com o jornal Phytotherapy Research, o hábito cultivado pelos ingleses pode ajudar no combate à doença de Alzheimer. Estudos indicam também que o consumo de chá reduz os riscos de câncer. O chá verde é o que promete maiores benefícios.

8. *LARGUE O CIGARRO*. Fumantes regulares vivem, em média, dez anos menos do que um não-fumante. Cerca de 90% dos casos de câncer nos pulmões, a neoplasia que mais mata no Brasil, estão relacionados ao tabagismo.

9. *TENHA FÉ*. Segundo o International Journal of Psychiatry and Medicine, ter uma crença forte em algo ajuda a combater o stress e problemas emocionais.

10. *BEBA COM MODERAÇÃO*. Estudos mostram que o consumo diário de até duas taças de vinho deve fazer parte da receita para uma vida longa. Até a cerveja, quando consumida moderadamente, pode trazer benefícios à saúde, apontam pesquisas recentes.

11. *COMA MENOS*. Nos Estados Unidos, um estudo comparou cinqüentões que viviam de dieta com outros que consumiam, em média, 2 000 calorias por dia. A conclusão foi que o primeiro grupo teve uma expectativa de vida cerca de 30% maior, além de aparentar ser mais jovem do que os congêneres da mesma idade.

12. *MORE PERTO DE UM PARQUE*. Um estudo realizado por pesquisadores japoneses concluiu que a expectativa de vida dos idosos que moram próximo a áreas verdes é maior do que a daqueles que vivem cercados de arranha-céus.

13. *VÁ DE VERDES*. Vegetais verde-escuros, como espinafre, rúcula e brócolis, são ricos em ácido fólico, uma substância que ajuda a manter a integridade do DNA.

14.* MANTENHA A MENTE ATIVA*. Pesquisas mostram que a doença de Alzheimer tem maior incidência entre as pessoas com baixo nível de instrução. Estudo publicado no New England Journal of Medicine relaciona a leitura, os jogos de cartas e de tabuleiro e as palavras cruzadas com a redução do risco de demência em pessoas com mais de 75 anos.

15. *TOME VITAMINAS*. Cápsulas de vitamina C são as mais indicadas. Seu consumo ajuda a prevenir a degeneração macular, que afeta 3 milhões de brasileiros e é a maior causa de cegueira em pessoas com mais de 50 anos. Consulte seu médico sobre a dosagem.

16. *CURTA O CHOCOLATE*. Em pequenas quantidades, ele pode ser benéfico à saúde. Segundo estudo do King's College, de Londres, a quantidade de flavonóides encontrada em 50 gramas de chocolate é equivalente à de seis maçãs, duas taças de vinho ou sete cebolas. Os flavonóides têm sido apontados como importantes armas no combate aos radicais livres.

17. *DÊ PREFERÊNCIA AOS PESCADOS*. Peixes de água profunda, como salmão e anchova, são ricos em ômega 3. Esse poderoso antioxidante, segundo o jornal da Associação Médica Americana, pode reduzir em até 81% o risco de morte súbita no homem.

18.* FAÇA SEXO*.A atividade sexual traz sensações de prazer e bem-estar, combate o stress, aumenta a auto-estima e ainda queima calorias. Estudos mostram que as pessoas sexualmente ativas são mais saudáveis. Segundo a OMS, o sexo é um dos quatro pilares da qualidade de vida, ao lado do prazer no trabalho, da harmonia familiar e do lazer.

19. *SEJA OTIMISTA*. Após dez anos estudando como a personalidade de uma pessoa pode influir no aumento ou na diminuição da expectativa de vida, pesquisadores holandeses concluíram que ter uma atitude positiva pode diminuir em até 55% o risco de morte prematura.

20. *NÃO PULE O CAFÉ-DA-MANHÃ*. Pesquisa do Instituto de Gerontologia da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, averiguou que os centenários não costumam dispensar a primeira refeição do dia.

21. *TENHA UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO*. O conselho foi seguido por operadores da bolsa de valores de Nova York, avaliados em um estudo. Foi tão eficaz no combate ao stress que metade deles suspendeu o uso de medicamentos contra a hipertensão. Quem tem um bichinho em casa vai ao médico com menor freqüência, afirmam pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

22. *REDUZA O SAL*. Essa medida é importante no tratamento e na prevenção da hipertensão arterial, um dos fatores de risco para doença cardiovascular. Evite mais de 6 gramas por dia, o equivalente a uma colher de chá.


23. *INVISTA EM CULTURA*. Depois de acompanhar 12 000 pessoas por nove anos, esquisadores suecos observaram que, em média, as chances de uma pessoa alcançar a longevidade foram 36% maiores naquelas que cultivavam o hábito de realizar programas culturais, como visitar galerias de arte, assistir a peças de teatro e freqüentar concertos musicais.

24. *SINTA-SE EM CAPRI*. Está provado que uma dieta mediterrânea, rica em vegetais, peixes e azeite de oliva, pode afastar doenças como hipertensão, diabetes e obesidade, capazes de encurtar a vida em até dez anos. A pesquisa foi feita com 1 507 homens e 832 mulheres, entre 70 e 90 anos, em onze países europeus.

25. *ABUSE DO MOLHO DE TOMATE*. (não industrializado) Pesquisas conduzidas pelo médico americano Michael Roizen, autor do livro Idade Verdadeira e fundador do Real Age Institute, dos mais respeitados centros de estudo da saúde e do metabolismo humano, mostram que dez colheres de molho de tomate ingeridas semanalmente podem reduzir pela metade o risco de ocorrência de onze tipos de câncer. O tomate é rico em licopeno, um antioxidante encontrado nos vegetais vermelhos.


26. *DURMA BEM*. Estudos sugerem que a falta de sono crônica pode ter um impacto negativo nas funções metabólicas e endócrinas. Quando se dorme menos de cinco horas, há um desequilíbrio no metabolismo.

27. *CONTE ATÉ CINCO*. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, esse é o número mínimo de porções de frutas e vegetais que uma pessoa deve comer por dia. A OMS defende que uma alimentação balanceada e rica em vitaminas, fibras e minerais pode reduzir em até 40% o risco de câncer.

28. *VÁ AO OFTALMOLOGISTA*. Depois dos 50 anos, a chamada vista cansada se torna ainda mais comum. Com a idade, também aumentam os riscos de glaucoma e catarata. Além disso, alterações de fundo de olho podem indicar a presença de diabetes e hipertensão.

29. *MODERAÇÃO COM A CARNE VERMELHA*. Pesquisa sobre hábitos alimentares em dez países europeus concluiu que oconsumo diário de carne vermelha aumenta o risco de câncer de intestino em até 35%. Mas não a evite. Proteínas são essenciais para quem faz atividade física regularmente, não só porque dão resistência mas também porque ajudam a tornear os músculos.


30. *MOVA-SE*. De acordo com a Associação Americana do Coração, o sedentarismo, por si só, aumenta o risco de doença coronariana em, pelo menos, uma vez e meia. Exercícios diários moderados ajudam a aumentar o tempo de vida em até seis anos.
Fontes: Revista Psychology Science, Journal of Clinical Psychology, Universidade Vanderbilt, Universidade Harvard, Associação Médica Americana, International Journal of Psychiatry, Phytotherapy Research, New England Journal of Medicine, Journal of the American Medical Association, King?s College, Universidade de Cambridge, Federação Mundial de Cardiologia e Organização Mundial de Saúde, RealAge Institute, Universidade da Geórgia e Universidade de Loma.