21/12/2016

ANO INDO

Ando indo sorrindo no ano indo.
É gostoso brincar com o som das palavras. 
Tá quase no fim (hoje) este 16. Outro virá na sequência, o 17. Espero que este não me espete e seja melhor pra todo mundo.
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01/12/2016

Pensamento

Está difícil viver neste mundão velho sem porteira, para mim, por aqui quase nada faz sentido.
Destaco o meu país varonil. Ele tem o dom e o domínio da preservação do estado da bagunça eterna, não se acerta nem para as coisas pequenas. 
Claro, preservando as excessões, nem sei mais quem tem razão nisso tudo e muito menos se existe alguma razão aqui, parece que tudo vem do coração. 
Fico perplexo vendo pessoas inteligentes defendendo pessoas, para mim, totalmente do mal ou quase isso. Religiões, classe política, esportes, na música. Fico chateado com a forma de nos comportarmos quando defendemos ideias - com ironias, menosprezo aos outros, rancores, frustrações latentes, (não me excluo) e, naturalmente, nesse cenário complexo, algumas amizades que foram garimpadas com esforço ao longo da vida vão se desfazendo, sem darmos atenção para isso e por conta ficamos mais tristes por não enxergarmos uma saída na prática, sem rodeios.
Acho que vivemos no extremo dos extremos, quase alcançando o início da ponta inversa  e que nos empurra, pela sobrevivência e preservação da alto estima, para um perfil de pessoas bem definidas e absolutamente transparentes. Ou o sujeito é isso ou ele é aquilo e ponto final.
Não sabemos ser bem definidos e nem, muito menos, transparentes,  
Uma ideia me bateu outro dia, a criação de um mundo onde pessoas possam viver em harmonia dividindo opinões diferentes sem se sentirem agredidas pela existência de uma contra-mão de sua lógica universal.
Pensei num nome para este lugar, provisório ainda, mas que me pareceu bem legal, Romeutópolis.  Em homenagem ao meu pai, um sujeito que quando vivo, vivia de bem em todos os lugares ao mesmo tempo, sem se importar em ser mais que os outros. 
Por enquanto deixo os meus abraços para os que insistem em continuar desfrutando do lenga-lenga e do disse-me-disse daqui, que curtem agredirem-se uns aos outros pela se alto afirmação e conforto da alma que o seus deuses lhes deram. 
Contudo, deixo o convite em pé para quem por ventura, decida mudar de ideia e seguir para Romeutópolis.
Até! 

17/11/2016

Tudo a declarar, só que mais para a frente.

Nada de mais importante vem acontecendo por aqui, aparentemente tudo tranquilo. No entanto, sinto que alguma coisa boa, mas boa de mais está por vir.
Sou um eterno otimista, não tem jeito.

06/10/2016

Encontrei Pasárgada. É na oficina.

Aos raros assíduos e aos inúmeros visitantes esporádicos do blog, informo como ando me ocupando desde janeiro último (2016): me divertindo, semi profissionalmente e ganhando alguns tostões, muito necessários, aliás. O trabalho é na minha oficina, isto é, minha e da minha mulher, claro. (mais dela do que minha. 
Em breve postarei fotos com informações das nossas atividades. Se sentir-se curioso, entre em contato, adiantarei algumas coisas. 
Até lá! 

04/09/2016

Pasárgada de Manuel Bandeira

CONTEMPORÂNEO
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.



03/09/2016

Caçar Pokémon não é coisa de viado



Antes eu diria: caçar pokémon é coisa de viadinho.

Hoje, com o patrulhamento ideológico eu não me atreveria a utilizar tal expressão. Reza a cartilha contemporânea que é preciso considerar que nem todo viado, além de sentir prazer em dar o cú, nas horas vagas também caça pokémons e de certo, os viados e os patrulheiros me acusariam de homofóbico doente, de retrógrado, de tosco, de conservador, de coxinha, de Bolsonaro, de Russomano, de Serra, de golpista, no mínimo. Sem contar a possibilidade de sofrer um processo onde me acusariam de discriminador social, racial ou de outro caralho a quatro qualquer.
Amigo, a coisa está preta, ops... está feia. É nego te medindo o tempo todo. (... quis dizer, gente te medindo)

Então eu digo que caçar pokemon é coisa de mi mi mi. Coisa de quem não tem o que fazer na puta da vida. Coisa de idiota, só isso.

Espero que os patrulheiros não me venham em defesa dos mimimentos, ou dos idiotas ou dos quem não têm o que fazer na puta da vida. 
Parece que o mundo era mais livre antes da liberdade de expressão. 

28/08/2016

Tristeza

Tentando expressar o que eu sinto agora. Muito difícil.
Semana triste. Na sexta-feira, 26, meu irmão se foi para sempre. Ele estava muito doente e na calada da noite, por volta das três e meia da manhã, o motor parou. Acho que foi melhor assim, ele vinha sofrendo demais. 
Eu não podia imaginar o quanto seria difícil encarar essa situação. Pensei que estava preparado, vinha pensando nisso diante de seu estado de saúde, mas não estava.Sei que com o tempo me acostumarei com a ideia de não ter mais um irmão, de poder falar com ele bastando ir até sua casa na Vila Alpina, ou dar um telefonema ou até mesmo uma curtida numa postagem do face. Mas como dizem, o tempo passa e o conforto vem.  
Valeu, Alemão! Apesar de nos falamos tão pouco nos últimos anos, coisa que fazíamos escancaradamente pela vida, sem nunca termos brigados, saber que você estava onde pudesse encontrá-lo me deixava tranquilo. Agora, resta a memória.  
Me sinto arrependimento. Devia ter dado mais atenção para você, ser o irmão mais velho que todo mundo precisa ter. Eu fui o mais velho, mas não o suficiente, me desculpe. Estou triste de verdade, meu querido irmão. Pena você não me ouvir agora. 
A gente erra, todo mundo erra, mas neste momento me sinto o cara mais errado do mundo.


07/08/2016

De longe assistindo a festa de binóculos paraguaio

A imagem que inspirou o conto foi extraída de postagens do Facebook cujo autor eu desconheço.
Rio de Janeiro, Brasil. Noite de sexta-feira, 05 de agosto de 2116. 
Carmem Miranda, reconhecida como a travesti mais elegante do largo, solidarizou-se com Lindomar Gatilho, um ex presidiário solto semana passada após ter cumprido 25 anos de xilindró por suborno passivo e ativo quando foi diretor da Petrobrás. O latrocínio e o roubo de galinhas praticados anteriormente não foram considerados nos autos.  
Hoje ele é um homem sem família, sem amigos, sem nada. Um verdadeiro Zé Ninguém com os pés na liberdade e dessa forma vendo-se obrigado a esmolar pelas ruas, inclusive ao veado. 
__ Toma dez centavos! 
__ Obrigado, dona. 
Roberto Carlos, o cantor da Churrascaria Carnes dos Deuses, no exato momento cruzava a avenida e emocionou-se com a cena. 
__ Toma vinte e cinco centavos, senhor! 
Obrigado, meu jovem. Espero que se recupere da perna. 
Dercy, Hebe e Lolita, irmãs do convento de São Bento dos Perdões, deram-lhe atenção e sem perceberem iniciaram uma fila que em pouco tempo dobrava o quarteirão. 
Dercy, vendo a bicha crescer deixou escapar um putaqueopariu. Lolita riu.
Hebe, a mais sorridente, pôs-se a conversar com o pobre coitado. Cinco ou seis minutos de calor humano lhe fariam bem. 
__ Olha, fica com essa moeda de um! 
__ Obrigado, irmãs! Em nome de Jesus, agradeço. 
Seguiram, Lutcho Gatica, Bienvenido Granda, Silvio Caldas, Marlene Dietrich, FHC, Serra, Haddad, Nelson Mandela, Adolph Hitler, Oscar Niemayer, o gigante das quadras de basquete, Nelson Ned, Nietzsche. Olivia Newton-George e Jorge Árrison, o sapateiro, ambos abraçadinhos parecendo felizes. Covers das bandas Yes, ELP, Legião e Carpenters. Lindon Johnson, Ted Kennedy, Getulio Vargas, Amado Baptista, François Miterrand, Yoko Ono. Temer, Cunha, Lula, Dilma, Geraldo, minha mãe a tua. Só feras.
E a fila não parava de crescer. 
__ Só tenho cinco centavos!
__ Eu vinte e cinco! 
__ Cinquenta, eu! 
__ Uma nota de dois! 
Aplausos.
Bill deixou uma de cem. (dólares). 
 A platéia veio abaixo. 
__ Uau!!! 
__ Obrigado, gente. Que Deus lhes deem em dobro todo o carinho que me proporcionam neste momento! Estou muito feliz e eternamente grato. 
__ Deus lhes pague! 
Aplausos.   
Pode-se viver a realidade brincando com a fantasia. Estamos diante de uma ilusão bastante real.


31/07/2016

Desconcertante

Desconcertante é saber que parte significativa de sua vida se foi, limitando as expectativas e deixando grande parte dos sonhos para trás. Gostaria de frear o tempo para dar uma respirada, sentado sob a sombra de uma frondosa árvore, observando o dia lindo de sol e ver com muita atenção o álbum da vida, da minha vida.  
Realmente o tempo não pára e se quiser compreender as fotografias deste álbum devo faze-lo com o trem em movimento. Acho que é por isso que acredito num início, num meio e num fim para tudo, o contrário me leva a pensar que estaríamos num caos de lógica.  
O ateísmo se consolidou em mim aos poucos, de crente a descrente foi-se num processo longo para depois se fixar como uma cola instantânea de epox. Aceito espontaneamente que nascemos por consequências biológicas, químicas e físicas, fazemos parte do universo, mesmo na condição de micro-poeiras, mas quando morremos apagamos em definitivo levando a memória junto. O que fizemos de bom ou de ruim fica por aqui para os ainda vivos.  
Não acredito como antes acreditava numa vida após a morte, assim, nem deus, nem diabo e nem santo algum me perturbam mais, estou livre deles.
Não sei quanto tempo de vida ainda me resta, numa boa expectativa uns vinte anos talvez. Se chegar aos oitenta e poucos e se possível com alguma lucidez e sem dores intensas pelo corpo, até que seria bom.
Quando penso em vinte anos olho para trás, faço isso como numa espécie de mecanismo para entender o que significam vinte anos, qual o tamanho de vinte anos. Concluo que é até um tempo razoável e sem dúvida daria pra se fazer algumas coisas. 
Resignação. Sabe quando decidimos pela uma dieta básica para perdermos uns quilinhos e dizemos para nós mesmos que a salada de alface e o filé de frango são as melhores comidas do mundo? Então, é mais ou menos essa a sensação que tenho sobre o tempo que ainda tenho. 
Saber que o melhor já se foi e o que se fez ou deixou de fazer viraram história, deixa a cabeça remoída. É torcer para estarmos errados e acreditarmos que o melhor estar por vir.
Me sinto um idiota nessas horas, a sensação é de ter perdido o melhor da festa por pura bobeira. As oportunidades existiram sem dúvida, afinal, todo mundo as têm, mas se foram rapidamente deixando agora a busca pelo equilíbrio, coisa de quem tem experiência (ou idade), como dizem. Odeio ter experiência e ter que ter o equilíbrio, era melhor quando eu era um cru. 
Depois escrevo o que penso da crueza e do que ela significa, por hoje é só. Paro de reclamar para tentar viver o tempo que ainda me resta.

23/07/2016

100 Anos de Perdão


Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. Deveria ser de prisão (também).
O duro é ver a turma rechaçada chamando os outros de golpistas. Até há pouco faziam parte do mesmo governo, eleitos pela mesma chapa e com os mesmos 52 milhões de votos. Deram moleza, deixaram pistas e a facção meteu a mão. Acabou-se o que era doce. Será mesmo?
Se são golpistas, são tais e quais os passados pra trás.
Demonização da imagem de um dos ex aliados
Estão indignados e nem percebem que a vida continua exatamente a mesma para os que pagam a conta, nem mais e nem menos. Acho que na prática o que está em jogo é o orgulho ferido, a vaidade que carregamos, tipo o seu time ganhou só porque o juiz roubou, o meu sempre será melhor que o seu. Eu estou com a razão e você não passa de um idiota.
Nesse jogo eu não torço pra time algum, permaneço no meu canto obrigado a assisti-lo, pagando um ingresso caro demais.
Um dia isso muda.

16/07/2016

Ficamos na mão


Imagem - do blogueiro - Abril 2015 em Brotas/SP
Um pardal procurando migalhas pelo chão.
E eu, tão pobre quanto ele, nem comia pão. Mal e mal, disfarçava a fome olhando em vão.
Pobre pássaro, ficou na mão. 

14/07/2016

Como fazer uma Porta

Deixo aqui uma singela homenagem aos corruptos e golpistas, também corruptos, deste país e de países medíocres como o nosso, como manifestação de profundo desejo que sigam sem retorno até o centro do inferno, bem lá no meio, inclusive, os crentes fanáticos que apoiam os imbecis, de ambos os lados. VÃO SE LASCAR, IDIOTAS!

11/07/2016

As vítimas perplexas e os ganhadores estupefatos

Perderam e numa espécie de estratégia passam-se por vítimas. Insistem, insistem como idiotas que não distinguem o canto dos pássaros de flatulências ruidosas.
Deve ser difícil constatar que seus heróis na verdade não passam de bandidos, tais ou mais que os bandidos que desde o início vêm saqueando o país.

10/07/2016

Doce Vida Cotidiana

Aos amargurados, lembro que o fim pode estar próximo, portanto, aproveitem a festa!
 Haverá sempre tempo para promovermos mudanças, pelo menos enquanto estivermos nesse tempo. Se a rotina está pentelha, despentelhe-se dela.

04/06/2016

Mundial Interclubes 1951

Em uma das eras mais vitoriosas da história alviverde, o Palmeiras encerrou a década de 40 e iniciou os anos 50 com uma sequência de cinco títulos consecutivos, sendo que o último e mais importante deles foi o Mundial Interclubes de 1951. Em dois jogos, o Verdão sagrou-se vitorioso após uma vitória e um empate diante da Juventus de Turim. Com o aval da FIFA, a competição foi organizada pela CBD (atual CBF) e contou com as participações do Estrela Vermelha (da antiga Iugoslávia, atualmente Sérvia), do Áustria Viena (da Áustria), do Nacional (do Uruguai), do Nice (da França), do Sporting (de Portugal) e do Vasco, campeão carioca de 1950, além dos finalistas Palmeiras e Juventus.

O clube já demonstrava sua qualidade uma década antes desta internacional conquista, polarizando o futebol paulista. Rivalizando primeiramente com o tradicional adversário Corinthians e depois com o novato São Paulo, foram raras as temporadas que a torcida palestrina não comemorou algum feito. Em uma época que não existiam torneios de abrangência nacional, o time de Parque Antártica faturou quatro Campeonatos Paulistas (1942, 1944, 1947 e 1950), dois Torneios Início do Campeonato Paulista (1942 e 1946) e três Taças Cidade de São Paulo (1945, 1946 e 1950).

A vitória frente os italianos da Juventus, na tarde do dia 22 de julho de 1951, literalmente coroou uma geração de atletas palmeirenses que, além das conquistas dos anos 40, faturaram os quatro últimos torneios que antecederam a disputa do Mundial, rendendo o honorífico título de Campeão das Cinco Coroas – foram elas a Taça Cidade de São Paulo (1950), o Campeonato Paulista (1950), o Torneio Rio-São Paulo (1951), a Taça Cidade de São Paulo (1951) e o Mundial Interclubes (1951).

Atualmente, a conquista frequentemente é questionada por torcedores rivais, porém tanto a Confederação Brasileira de Desportos quanto a entidade máxima do futebol consideraram à época o embate continental como um verdadeiro encontro entre os mais qualificados times do planeta. O então presidente da FIFA, o francês Jules Rimet, idealizador da primeira Copa do Mundo, nomeou oficialmente o italiano Ottorino Barassi para o comitê organizador da Copa Rio de 51– também conhecida assim, pois foi patrocinada pela prefeitura carioca. Barassi tinha vasta experiência na organização de competições de grande porte, pois já havia atuado nos bastidores da Copa do Mundo de 1934 e de 1950 e, anos mais tarde, seria um dos fundadores da UEFA (União das Associações Europeias de Futebol), além de participar efetivamente da criação de outra célebre e contemporânea competição: a Champions League.

O torneio ocorreu entre os dias 30 de junho e 22 de julho, com jogos em São Paulo, no Estádio do Pacaembu, e no Rio de Janeiro, no Estádio do Maracanã. Na primeira fase, as oito agremiações foram dispostas em duas chaves de quatro equipes, uma sediada na capital paulista (formada por Estrela Vermelha, Juventus, Nice e Palmeiras) e outra na carioca (composta por Áustria Viena, Nacional, Sporting e Vasco). Os times enfrentaram-se em turno único dentro de seus respectivos grupos, sendo que os dois mais bem colocados avançaram às semifinais, que, assim como as finais, foram disputadas em dois jogos.

Os Campeonatos Paulista e Carioca foram paralisados e, assim, tantos palmeirenses quanto vascaínos puderam focar todas as suas atenções no certame continental. A estreia do Palmeiras foi diante do Olympique Nice, campeão francês da temporada de 1950/51. O nervosismo é normal em estreias de campeonatos importantes, e contra os franceses não foi diferente – naquele 30 de junho de 1951, o árbitro austríaco Franz Grill encerrou o primeiro tempo com um persistente 0 a 0 no marcador do Pacaembu. Porém, logo no início da etapa derradeira, o atacante Aquiles converteu pênalti e deu tranquilidade para seus companheiros, tanto que, logo em seguida, Ponce de León ampliou. Para selar de vez a primeira vitória dos comandados de Ventura Cambon, Richard matou o jogo faltando 15 minutos para o término do embate.

30/06/1951
Mundial Interclubes de 1951 – Fase de grupos (1ª rodada)

Palmeiras 3x0 Nice-FRA
Estádio do Pacaembu. São Paulo-SP
Juiz: Franz Grill (Áustria)
Palmeiras: Oberdan; Salvador e Juvenal; Waldemar Fiúme, Luiz Villa e Dema; Lima, Aquiles (Richard), Ponce de León, Jair Rosa Pinto (Rodrigues) e Canhotinho. Técnico: Ventura Cambon.
Nice-FRA: Robert Germani; Serge Pedin e Mohamed Firoud; Jean Belver, Cesar Gonzalez e Rossi Leon; Bonifaci Antoine, Bengtsson Per, Yeso Amalfi, Désir Carre e Hjalmars Ake.
Gols: Aquiles (8’ do 2ºT), Ponce de León (11’ do 2ºT) e Richard (30’ do 2ºT)

O confronto seguinte do Verdão foi diante do Estrela Vermelha, campeão da Copa da Iugoslávia de 1950 e que possuía sete atletas na Seleção de seu país (equipe que, inclusive, deu trabalho para o Brasil na primeira fase da Copa do Mundo de 1950). Qualidade comprovada com o título nacional do Estrela, vencedor do Campeonato Iugoslavo de 1951, meses após o término da Copa Rio. Porém, antes de enfrentá-los, os palmeirenses assistiram às vitórias da Juventus frente aos próprios iugoslavos e diante do Nice, ambos por 3 a 2.
Pressionados após os dois triunfos dos rivais italianos, os palmeirenses levaram seu primeiro susto no torneio – Tihomir Ognjanov, atleta da Seleção Iugoslava e que também marcou durante a Copa de 1950, abriu o placar. Ainda na primeira etapa, o veloz Aquiles tranquilizou novamente a torcida palestrina, igualando o marcador. Faltando 15 minutos para o apito final, quando tudo levava a crer que o empate se concretizaria, o atacante Liminha explodiu os palmeirenses presentes no Pacaembu. O Verdão chegou para enfrentar a Vecchia Signora com 100% de aproveitamento.

05/07/1951
Mundial Interclubes de 1951 – Fase de grupos (2ª rodada)

Palmeiras 2x1 Estrela Vermelha-IUG
Estádio do Pacaembu. São Paulo-SP
Juiz: Gabriel Tordjan (França)
Palmeiras: Oberdan; Salvador e Juvenal; Waldemar Fiúme, Luiz Villa e Dema; Lima, Aquiles, Liminha, Jair Rosa Pinto (Canhotinho) e Rodrigues. Técnico: Ventura Cambon.
Estrela Vermelha: Krivokuca Srboljuc; Tadic e Stankovi Branko; Palfi Bena, Duratinec e M. Disuic; Ognjanov, Mitic Raiko, Tomasevic Kosta, Djajic Predrag e Vukosavljevic Bane. Técnico: Lubisa Brocci.
Gols: Ongjanov (8’ do 1ºT), Aquiles (30’ do 1ºT) e Liminha (35’ do 2ºT)

Juventus e Palmeiras duelaram na tarde de 8 de julho, sendo que um empate bastava para o Verdão garantir-se em primeiro no grupo. O adversário, porém, contava com Giampiero Boniperti em dia inspirado – o futuro artilheiro desta edição da Copa Rio marcou duas vezes antes de o cronômetro atingir a casa dos 20 minutos. O Alviverde não teve forças para se recuperar e assistiu aos dinamarqueses Karl Hansen e Praest ampliarem, totalizando um inesperado 4 a 0. Apesar da derrota, o time se classificou em segundo lugar e enfrentou o adversário mais difícil nas semifinais. Mas a principal sequela daquela partida foi a saída do histórico goleiro Oberdan do time titular – o experiente arqueiro acabou culpado pelos gols sofridos e Fábio Crippa assumiu a titularidade no restante da campanha.

08/07/1951
Mundial Interclubes de 1951 – Fase de grupos (3ª rodada)

Palmeiras 0x4 Juventus-ITA
Estádio do Pacaembu. São Paulo-SP
Juiz: Edward Graigh (Inglaterra)
Palmeiras: Oberdan; Sarno e Juvenal; Waldemar Fiúme, Túlio e Dema; Lima, Aquiles, (Ponce de León), Liminha, Canhotinho (Jair Rosa Pinto) e Rodrigues. Técnico: Ventura Cambon.
Juventus: Viola; Bertucceli e Manente; Mari, Parola e Piccinini; Muccinelli, Karl Hansen, Boniperti, Johan Hansen (Vivole) e Praest. Técnico: Jesse Carver.
Gols: Boniperti (10’ do 1ºT), Boniperti (18’ do 1ºT), Karl Hansen (3’ do 2ºT) e Praest (35’ do 2ºT)

Na chave sediada no Rio de Janeiro, o Vasco da Gama varreu seus adversários com três vitórias, sendo duas por goleada – 5 a 1 no Sporting, 5 a 1 no Áustria Viena e 2 a 1 no Nacional. Apesar da derrota frente aos cariocas, os austríacos venceram seus outros dois jogos e também avançaram.

Empolgados pela ótima fase inicial, os vascaínos receberam os palmeirenses em um Maracanã lotado. A partida ficou marcada pela contusão de Aquiles, que fraturou a perna em dividida com o goleiro Barbosa, ficando sete meses sem poder atuar. O atacante virou uma espécie de mártir do elenco, que, após o acidente, prometeu conquistar o título de qualquer forma. A primeira vítima foi justamente o Vasco, que saiu derrotado por 2 a 1, com gols de Richard e Liminha; Maneca descontou. Quatro dias depois, os valentes atletas do Palmeiras seguram a base da Seleção Brasileira de 50 e empataram em 0 a 0, classificando-se para a grande final.

11/07/1951
Mundial Interclubes de 1951 – Semifinal (primeiro jogo)

Palmeiras 2x1 Vasco
Estádio do Maracanã. Rio de Janeiro-RJ
Juiz: Edward Graigh (Inglaterra)
Palmeiras: Fábio Crippa; Salvador e Juvenal; Waldemar Fiúme (Túlio), Luiz Villa e Dema; Liminha, Aquiles (Ponce de León), Richard, Jair Rosa Pinto e Rodrigues. Técnico: Ventura Cambon.
Vasco: Barbosa; Augusto e Clarel; Eli, Danilo e Alfredo; Tesourinha, Ipojucan (Vasconcelos), Friaça, Maneca e Djair. Técnico: Oto Glória.
Gols: Richard (24’ do 1ºT), Maneca (1’ do 2ºT) e Liminha (37’ do 2ºT)

15/07/1951
Mundial Interclubes de 1951 – Semifinal (segundo jogo)

Palmeiras 0x0 Vasco
Estádio do Maracanã. Rio de Janeiro-RJ
Juiz: Franz Grill (Áustria)
Palmeiras: Fábio Crippa; Salvador e Juvenal; Túlio, Luiz Villa e Dema; Liminha, Ponce de León, Richard (Lima), Jair Rosa Pinto e Rodrigues. Técnico: Ventura Cambon.
Vasco: Barbosa; Augusto e Clarel; Eli, Danilo e Alfredo; Tesourinha, Vasconcelos, Friaça, Maneca e Djair. Técnico: Oto Glória.

Nas finais, o Verdão encarou novamente o ótimo ataque da Juventus, que, além dos dez gols da fase inicial, marcou outros seis nos dois jogos diante do Áustria Viena – 3 a 3 e 3 a 1. Mas após eliminar os vascaínos favoritos ao título, o espírito do time Alviverde era outro – apoiados por uma legião de palmeirenses que invadiram a capital carioca, o atacante Rodrigues garantiu a vitória por 1 a 0 no primeiro embate da finalíssima. O time estava a um empate de conquistar o mundo.

Aos gritos de “Brasil, Brasil”, a tarde do dia 22 de julho entrou para a história do futebol brasileiro, pois, mesmo após os italianos ficarem duas vezes à frente do placar, Liminha decidiu a partida. O dinamarquês Praest abriu o placar logo no início, causando um clima de total apreensão no estádio, quebrado somente quando Rodrigues deixou tudo igual. Mas a comemoração verde durou pouco – Karl Hansen empatou o jogo na etapa final. Quando a derrota parecia iminente, Liminha resolveu chamar a responsabilidade e, em jogada individual, driblou dois marcadores e o goleiro Viola, estufando as redes italianas. O Palmeiras tornava-se, assim, o primeiro campeão do mundo na história do futebol.

18/07/1951
Mundial Interclubes de 1951 – Final (primeiro jogo)

Palmeiras 1x0 Juventus
Estádio do Maracanã. Rio de Janeiro-RJ
Juiz: Franz Grill (Áustria)
Palmeiras: Fábio Crippa; Salvador e Juvenal; Túlio, Luiz Villa e Dema; Lima, Ponce de León, Liminha, Jair Rosa Pinto e Rodrigues. Técnico: Ventura Cambon.
Juventus: Viola; Bertucceli e Manente; Mari, Parola e Piccinini; Muccinelli, Karl Hansen, Boniperti, Vivole e Praest. Técnico: Jesse Carver
Gols: Rodrigues (20’ do 1ºT)

22/07/1951
Mundial Interclubes de 1951 – Final (segundo jogo)

Palmeiras 2x2 Juventus
Estádio do Maracanã. Rio de Janeiro-RJ
Juiz: Gabriel Tordjan (França)
Palmeiras: Fábio Crippa; Salvador e Juvenal; Túlio, Luiz Villa e Dema; Lima, Ponce de León (Canhotinho), Liminha, Jair Rosa Pinto e Rodrigues. Técnico: Ventura Cambon
Juventus: Viola; Bertucceli e Manente; Mari, Parola e Bizzoto; Muccinelli, Karl Hansen, Boniperti, Johan Hansen e Praest. Técnico: Jasse Carver
Gols: Praest (18’ do 1ºT), Rodrigues (2’ do 2ºT), Karl Hansen (18’ do 2ºT) e Liminha (32’ do 2ºT)

Depois do apito final, foi arquitetada uma grande festa para a equipe, que desfilou em carro aberto pela cidade carioca. Na chegada a São Paulo, a delegação foi recebida na Estação Roosevelt de trem por uma multidão de aproximadamente 1 milhão de pessoas, que acompanhou os campeões até o Estádio Palestra Itália.


A conquista foi histórica não só para a Sociedade Esportiva Palmeiras, mas para toda a nação brasileira, que ainda estava machucada e desiludida com o futebol por causa na inesperada derrota da Seleção na final da Copa do Mundo de 1950, em pleno Maracanã, para o Uruguai. Foi o Palmeiras o responsável por devolver o sorriso ao rosto do torcedor brasileiro e contrapor o “complexo de vira-latas” criado por Nelson Rodrigues um ano antes.

25/05/2016

NÃO HÁ MOTIVOS PARA PRENDER LULA

Embora tentando não perder tempo com essas coisas, não consigo ainda deixar de me envolver. Não dá para não postar alguma coisa a respeito da bandidagem que é a política no Brasil. No caso aqui, o assunto é Lula.
Texto atribuido a Hélio Bicudo 
"Prender Lula só porque lavou dinheiro ocultando duas propriedades?Só porque ganhou imóveis e reformas de empreiteiras às quais tinha favorecido?Só porque recebeu propina fingindo que fez palestras que nunca deu?Só porque fez o BNDES emprestar 8 bilhões para Odebrecht fazer obras sem concorrência em países bolivarianos?Só porque comandou uma organização criminosa que quebrou a Petrobrás?Só porque contratou sondas superfaturadas da Schahim para receber comissões e dinheiro sujo para a campanha?Só porque mandou acobertar o assassinato do prefeito Celso Daniel pagando com dinheiro da comissão das sondas?Só porque fez a Petrobras fornecer nafta à Braskem abaixo do valor de mercado por vários anos, causando prejuízo superior a 5 bilhões segundo o TCU?Só porque saqueou os palácios ao ir embora, levando não só presentes de Estado como até a prataria da casa?Só porque escolheu e elegeu uma presidente incompetente, despreparada, desequilibrada e burra, propositadamente, esperando com isso sucedê-la 4 anos depois?Só porque a elegeu tapeando o povo numa campanha criminosamente mentirosa, irrigada com dinheiro roubado da Petrobras?Só porque permitiu que sua quadrilha saqueasse os fundos de pensão de quase todas as Estatais, prejudicando as aposentadorias de centenas de milhares de petroleiros, carteiros, bancários?Só porque permitiu que a Bancoop lesasse milhares de bancários para favorecer a OAS e ganhar um triplex no Guarujá?Só porque deu aval político e dinheiro para que organizações criminosas como o MST invadissem e depredassem impunemente fazendas, centros de pesquisa e prédios públicos?Só porque sistematicamente comprou apoio político através do Mensalão e Petrolão?Só porque colocou um cupincha no Sesi Nacional, que transformou a instituição num cabide de empregos para os companheiros e parentes vagabundos?Só porque ajudou o enriquecimento ilícito de seus filhos em troca do favorecimento de empresas de telefonia e outras?Só porque vendeu medidas provisórias isentando montadoras de impostos em troca de comissões?Só porque inchou o governo e as estatais com centenas de milhares de funcionários supérfluos, quebrando o Estado e provocando déficit público Record?Só porque loteou mais de 30 mil cargos de confiança com seus apaniguados, dando o comando das estatais e autarquias para petistas incompetentes que mal sabem administrar suas vidas?Só porque elegeu outro poste como prefeito da maior cidade do país, também com dinheiro roubado das estatais?Só porque comprou milhões de votos com programas de esmola como o Bolsa Família?Só porque criou o Bolsa Pescador, e deixou 3 milhões de falsos pescadores se inscreverem para receber a sua esmola compradora de votos?Só porque criou o MONOPÓLIO DAS INDÚSTRIAS PETROQUÍMICAS no país?Só porque aumentou nossa carga tributária de 33 para 40% do PIB?Só porque aumentou nossa dívida pública para quase três trilhões de reais, tornando-a impagável?Só porque favoreceu o sistema financeiro com taxas exorbitantes de juros, transferindo renda dos pobres para os ricos?Só porque conseguiu fazer o Brasil torrar toda a bonança da maior onda de alta das comodities na década passada?Só porque loteou todas as agências reguladoras fazendo-as inúteis na proteção dos cidadãos?Só porque tentou aparelhar até o STF nomeando ministros comprometidos com a proteção à sua ORCRIM?Só porque deixou a Bolívia expropriar a refinaria da Petrobras sem fazer nada?Só porque humilhou nossas Forças Armadas nomeando ministros da Defesa comunistas e incompetentes?Só porque favoreceu comercialmente ditaduras como as de Angola, Venezuela e outras?Só porque esfriou relações e esnobou as maiores economias do mundo, direcionando nossas relações exteriores para países inexpressivos comercialmente, apenas no afã de ganhar prestígio e votos na ONU?Só porque humilhou o Itamaraty orientando a política externa através de consiglieri mafiosos como Marco Aurélio Garcia?Só porque nos envergonhou deixando nossas embaixadas e consulados sem dinheiro para pagar aluguéis?Só porque comprou um aerolula da Airbus pelo triplo do que poderia ter comprado um Embraer e promovido nossa indústria aeronáutica?Só porque descuidou dos programas de saúde pública através de ministros incompententes e desvio de verbas, permitindo a volta de doenças como a dengue e o zika?Só porque aparelhou todas as universidades federais com reitores de esquerda, obtusos e incompetentes?Só porque fez o Brasil ser motivo de chacota no mundo inteiro?Só porque nos tirou o orgulho de sermos brasileiros?Só por estes motivos?" 
ORA. NÃO É JUSTO .


22/04/2016

Me divertindo agora

Reencontrando um prazer antigo. Iniciando uma nova etapa. Dando gás para novas e surpreendentes experiências. Acho que vale a pena. Está bom demais!

10/04/2016

A Indignação de Pina

A BREVE E CONTUNDENTE HISTÓRIA DE UM HOMEM QUE NÃO SE CURVOU PARA AS ARTIMANHAS DO EGO, NÃO TRAIU OS PRINCÍPIOS HERDADOS DO PAI E DO AVÔ E AINDA PRESERVOU IMACULADO O NOME DA MÃE.
O relato foi baseado em observações estupefatas de um delírio coletivo crescente que se estabeleceu há pouco num povo exótico de um país cujo nome prefiro não mencionar. Posso dizer, no entanto, que esta nação está localizada abaixo da linha do equador, tem dimensões continentais e seu nome começa com a letra B e um detalhe curioso: os nascidos nessa terra afirmam com galhardia que Deus também nasceu por lá, mais ainda após a chegada do Papa argentino. Eles são muito brincalhões.
Imagem - Google
Giuseppe Di Salvio Pina. Carinhosamente chamado, Pina. 
Um brasileiro de 63 anos que tem estatura média, está um pouco acima do peso, tem de cabelos levemente ondulados e grisalhos, nasceu e foi criado na pequena São Roque dos Pinhais, cidade situada no centro do estado do Rio Grande do Sul. 
Dono do Empório Pina, uma vendinha herdada do pai e do avô. Um entreposto bastante conhecido na região onde ainda se compra e vende o feijão e o pão com a cadernetinha na mão. O pagamento da conta é no final do mês. Fiado, sem caderneta, lá não pode.
Pina é casado há 35 anos com Dona Maria de Lourdes Fortes Pina, uma brasileira de 57 anos com quem teve quatro filhos, todos doutores - Pietro, Francisco, Miguel e Paolo. O primeiro é médico de clínica geral, o segundo, veterinário especializado em inseminação artificial em vacas, um engenheiro químico e por último um advogado tributarista. 
Os avós de Pina chegaram ao Brasil como a maioria dos imigrantes, isto é, com uma mão na frente e outra atrás. Vieram de Salerno, mais precisamente de Monte San Giacomo, um povoado que fica ao sul de Nápoles, Itália, isso por volta do final do século XIX. Chegaram com determinação de fazer fortuna no novo mundo.
Pina, após os anos no varejo de onde tirou o sustento da família e com sacrifício o estudo dos meninos, surpreendeu à todos enveredando-se para a política.  
Fez isso não por gosto de família que se manteve arredia à ideia, pois para eles era mais que descabido ver o patriarca metido com politicagem, foi mesmo pela pressão dos amigos, do pessoal do partido e de boa parte da freguesia. Pina se filiou ao partido que o sondava há muito para candidatar-se a uma das cadeiras na Câmara Municipal. Se eleito vereador em São Roque dos Pinhais, mesmo não compreendendo bem o que isso significava, é que lhe venderam a ideia como sendo muito apropriada diante de sua popularidade.  
Pina acreditou que poderia ajudar um pouco mais a cidade que no passado distante acolheu seus avós de braços abertos, lugar onde nasceram seus pais, irmãos, esposa, filhos e ele próprio e com isso poderia melhorar a vida de seus moradores, afinal, pensou ele, estava mais do que na hora de recompensá-los. Além de tudo o pai e o avô iriam se orgulhar dele caso fossem vivos.
Uma coisa Pina pôs na cabeça desde o início das conversações com o pessoal do partido, se isso se concretizasse um dia, dele se tornar um vereador por vontade do povo, jamais iria se dobrar para qualquer tipo de falcatrua, tanto do partido, como da política em geral ou de quem quer que fosse. Por menor que pudesse parecer a tramoia, ele a rechaçaria com todas as forças do mundo, pois com ele o uso indevido do dinheiro público não teria vez, seria pau na cabeça do salafrário, doesse a quem doesse. Reforçou a convicção com a retórica devida na cerimônia de assinatura de filiação.  
Sim, claro, todos concordaram e aplaudiram efusivamente.
No calor da campanha e feliz pela recepção positivíssima das pessoas, Pina foi alimentando sem se dar conta, um doce deleite de um dia, quem sabe, talvez, pudesse se tornar o prefeito de São Roque dos Pinhais. Sim, ele mesmo, Pina, o primogênito de Genaro Di Salvio Pina e neto de Giacomo Di Salvio Pina, alcançando a prefeitura da cidade! Quem diria, heim, Pina, prefeito!
Imaginou-se na cadeira suprema da cidade dando ordens ao delegado, ao pastor, ao padre, ao dono do posto de gasolina, aos vereadores para que iniciem a construção da estrada asfaltada que leve os são-roquenses-pinhalenses,  de forma segura e rápida à capital do Estado e também ao mar. Que construam escolas de tempo integral para a criançada, universidade municipal comparada a qualquer federal, hospitais públicos com médicos e medicamentos em abundância, praças limpas, ruas arborizadas e muito mais.  
Mas isso seria uma coisa para se pensar mais à frente, não agora. Por enquanto nada de revelar pretenções aos familiares, correligionários e muito menos adversários, embora muitos amigos já se manifestam espontaneamente com slogans do tipo: Pina, Prefeito! Pina, Lá! Pina, Já! Pina, no Topo!
Carismático e reconhecidamente de coração mole, até mesmo com os caloteiros do empório, Pina foi eleito com uma quantidade assustadora de votos, número que representou o dobro da soma dos votos de todos os candidatos juntos.  
Pina, um homem forte. Pina, um homem limpo. Pina, um homem sério. Pina é tudo que se poderia desejar de bom para São Roque dos Pinhais, para o Rio Grande do Sul e para o Brasil. 
Pina transformou-se da noite para o dia num ídolo, uma espécie de brazilian idol, um messias, um salvador da pátria, não somente para os de São Roque dos Pinhais, mas também na região. Deixou até a barba crescer.
Pina emanava honestidade e competência. Aliás, esta foi sua plataforma de campanha nas eleições - Ficha Limpa e Competência só Pina tem. 
Porém, mal assentou cadeira e o sonho se desfez num vapt e vupt. Como diria o outro: The Dream is Over! 
Pina de repente viu-se em completa desarmonia psicológica. Concatenou a depressão, agoniou-se, aquietou-se e pode-se dizer, apavorou-se. 
Questionou-se sobre a real possibilidade de manter-se convicto nas promessas de campanha. Entendeu que diante do quadro seria impossível, foi iludido e acabou iludindo a todos, portanto, o estupro seria inevitável e não adiantaria relaxar, pois o parafuso iria alargar a porca sem dó, até o talo.
O ambiente pernóstico da Câmara Municipal e tudo que a envolvia aborreceu Pina profundamente, não somente pelas coisas naturais da política, ou pelas safadezas dos políticos ou por tantas outras mentiras, o que o deixou de fato preocupado foi ver seu santo nome em vão muitas e muitas vezes, diariamente, citado nos noticiários da imprensa nacional e até da internacional, associando o nome Pina às delações da Lava Jato, afirmando que Pina estava atrás do gigantesco desvio de dinheiro público, pelos não sei quantos pagamentos das chamadas pro Pinas. Tudo era pro Pina. Fulano recebeu pro Pina, Beltrano pagou pro Pina sem que ele nunca tivesse recebido um centavo sequer de ninguém, nem mesmo do pintor que há anos deu uma caiada na fachada do empório.
A freguesia, os familiares, os amigos, todos olhavam torto para ele. Sentiu-se envergonhado, mesmo sabendo que não tinha feito nada de errado. 
Melhor mesmo era cair fora dessa bagunça antes da porca torcer o rabo de vez, passar o cargo ao suplente que é do ramo e voltar para o lado certo do balcão onde as coisas são menos assustadoras. 
Concluiu que política não era para ele, pelo menos da forma como viu. Mais limpo seria o empório, lá sim é um lugar pro Pina ter abundância e viver feliz. Aliás, como sempre foi.

Nota do autor: 
Sr. Giuseppe Di Salvio Pina, a gente tem de ser honesto até mesmo dentro de casa, inclusive, até mesmo com pequenas coisas do dia-a-dia. Nem precisamos listar por aqui que coisas são essas, pois todo mundo sabe muito bem do que falamos.
Deixo aqui também o registro de minha admiração por você por ter se recusado em participar de falcatruas, parabéns, a maioria não faz o que você fez.


03/04/2016

Comunistas são vocês!

A DESORDEM INTELECTUAL DO MORTADELISMO NACIONAL.  
 
Tudo o que foi dito do PT até agora, envolvimentos com o petrolão, mensalão, propinão, pedalão e o diabo a quatro, não passa de mentiras deslavadas, uma gigantesca e maquiavélica trama com o único propósito de derrubar um governo que só se preocupa em fazer o bem aos pobres do país. 
Nunca se viu na história do Brasil, tantos avanços sociais como os que ocorreram de 2003 para cá, saímos do mapa da pobreza extrema, inclusive. O Brasil mudou e mudou muito.  
Pode-se dizer que o PT é um baluarte da competência, da virtude, da solicitude, dos bons costumes e do caralho a quatro. Uma espécie de Robin Wood dos tempos atuais que tira dos ricos para ficar rico também.
Os resultados de sua administração são ótimos, não há inflação, recessão e nem tampouco desemprego, a ordem e o progresso finalmente foram alcançados. A economia vai muito bem, obrigado e quem disser o contrário estará desestabilizando a nação, assim como faz a Polícia Federal com essa tal de Lava-Jato, uma conspiração nitidamente mentirosa, golpista, a serviço dos abastados e porque não do imperialismo norte-americano. 
Não há ninguém mais honesto neste país que o nosso querido ex-presidente, Luis Ignacio Lula da Silva. Pode ter igual, mais honesto que ele não! Nem mesmo os da sua própria família.
Lula é um homem da caatinga, um humilde que quando criança se alimentava de calangos, pois a carne de verdade era somente para coronéis. 
Lula, um operário que se indignou com a exploração dos pobres pelos mais ricos, uma riqueza que estava nas mãos de poucos à custa do trabalho de muitos - trabalhava-se mais do que valia-se. 
Lula, um homem que conquistou legitimamente a presidência da república para ser reeleito quatro anos depois e ainda eleger, mais à frente, uma desconhecidíssima no comando da nação, mas sob sua égide e que ainda, por força de seu nome imaculado, fez reelege-la para mais outros quatro anos, preparando, então, o terreno para um retorno triunfal. 
Vida longa e próspera aos vulcanos de Brasília!
Nunca, nunca que um homem deste nível poderia ser preso e nem, sequer, convidado para prestar esclarecimentos sobre um mísero triplex no Guarujá que nem em seu nome está, assim como sobre uma chacrinha de nada, numa cidadezinha do interior que também está em nome de amigos para uso-e-fruto seu e de sua família.
Ele merece o descanso, ele trabalha por nós, ele se dedica a nós. Deixem o homem em paz! 
Comunistas são vocês, coxinhas da classe média, vocês que batem panelões como idiotas e sabem muito bem onde devem enfiá-los, não é? Dona Marisa deu a lição.
Parem de nos ofender, não sei de onde vem tanto ódio. 
Viva Fidel, o inspirador! Viva Lula, o exterminador! 
Viva a revolução vigarista!   

Notas do autor: 
1 - O PT é tão ruim que até para sair fará estrago, deixará um rastro fedorento no caminho: Temer, seu aliado até então, no governo com uma composição franksteniana. A fedentina continuará por muito tempo com ou sem impeachment.
2 - Tolerância com ladrões do dinheiro público, jamais, mesmo que eleito legitimamente. Impeachment e cassações na Câmara, no Senado e onde mais for necessário, pois a limpeza deve ser total e irrestrita. Somente assim teremos alguma chance de fazermos do Brasil um país de verdade.

29/03/2016

Nem exorcisando

COMO É CHATO SABER QUE PESSOAS QUERIDAS TENHAM OPINIÕES TÃO DIFERENTES DAS NOSSAS. QUE RAIVA QUE DÁ!
 
A convivência entre os confinados nesse mundinho sem porteira está cada vez mais difícil. 
Será que sempre foi assim e sempre será? Não sei, atualmente a disputa pelo lugar ao sol está demais, me incluo na obsessão em acreditar de estar do lado certo nessa história.
No cretino a gente tem vontade de dar porrada, de bater, esmurrar, enfiar a faca na goela abaixo. Que por pensar diferente da gente, ele se transformou num ser abissal, num coxinha, num mortadela ou qualquer coisa assim. 
Xingar, ofender a mãe, cuspir na cara, ironizar, até ele se ajoelhar aos seus pés, completamente humilhado e admitir em voz alta pra todo mundo ouvir, que você sempre esteve com a razão e somente um idiota como ele não teria percebido isso antes. 
A vingança aferida, o fogo do ódio se apaga instantaneamente, assim como a chama da vela num bolo de aniversário sob os sopros afoitos das crianças ao redor da mesa. O monstro das sete cabeças que amigo havia se transformado pelos desígnios do demo, pulveriza-se rapidamente e as migalhas fedorentas que por ventura restarem, seguem para as profundezas do inferno e a imagem do amigo volta a ser como a que foi guardada na memória, debaixo das sete chaves e dentro do coração.
Que alívio, obrigado meu Deus, meu Pai! Pois Sua Luz recuperou mais uma mente que havia se perdido.
Agora podemos ser amigos novamente e deixarmos nossas diferenças de lado pra tomarmos um chopinho no bar da esquina e bater aquele papo, bem do jeito dos velhos tempos.  Afinal, que tem demais eu ser palmeiras e ele ser um mísero corinthiano?
E sob o efeito do chopinho e seguindo a linha da convivência, diremos aos contrários para eles se danarem! Mordam-se de raiva, de inveja, bruxos satânicos, filhos do capeta, do coisa feia, do ziquizira, pois sabemos que estamos do lado certo e vocês no errado e se bobear pegaremos todos na porra um dia. Ignorantes! 
Não tem jeito, somos todos iguais, pra não dizer outra coisa.