09/07/2013

QUANDO

Acordei pensando nos filhos. Filhos são para sempre. Desde o primeiro momento em que recebemos a notícia de que os teremos, no instante em que nascem e quando colocamos os olhos neles pela primeira vez, vendo a cor dos olhos, o formato do nariz, da boca, do queixo. Os dedinhos gordinhos, os pés em forma de bolinha. Notamos a surpresa deles quando nos descobrem e demonstram os primeiros afetos. Quando damos conta que estão crescendo se tornando pessoas com pontos de vistas diferentes dos seus. Quando os identificamos como gente, com manias e teimosias. Quando eles te contestam sem mais e sem menos, a petulância deles acreditando que sabem mais da vida do que nós mesmos, te desafiando, colocando em cheque tudo aquilo que você ensinou. Seria essa a evolução da raça? Fazíamos a mesma coisa com os nossos pais? Gostoso demais quando eles te abraçam, te beijam, quando dizem que você é o melhor pai ou melhor mãe do mundo. A dependência deles em relação a nós. Tudo, absolutamente tudo neles é motivo de atenção. Até o agora, até sempre, sem fim, carregaremos uma aflição sem nexo dentro do peito. Um frio na barriga como se algo não desejado estivesse programado para acontecer. Meio sem pé e sem cabeça, sem cabimento. Paranóia ao extremo. A insegurança te toma e fica te azucrinando, dia e noite. O fardo não é leve, mas não imaginamos a vida sem eles.

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