28/07/2013

Amanhã vou estar melhor

Sabe quando você tem que voltar mas o coração implora de joelhos para que você fique onde está?  
Sabe quando você quer parar o tempo bruscamente, pôr o pé fundo nos freios, em algum momento, em algum lugar, em algumas horas ou dias, mas ele se mantém, atrevidamente arredio à sua vontade, de nariz empinado, olhando o vazio pela frente, sem mesmo notar você implorando para que ele pare só um pouquinho? 
Sabe quando você gostaria que a vida fosse somente da forma como você sonha quando acordado e ao sentir os pés pelo chão frio compreende que as coisas não são bem assim, aliás, muito diferentes. 
Sabe quando você é tomado por um vazio repentino, incompreensível, como num vento forte que sopra sem direção, levantando os cabelos, fazendo os olhos arderem, deixando eles prontos para um banho de água salgada? 
Pois é. Esses sentimentos vêm e vão do nada, de boca calada, sem pé e sem cabeça, mas que cutucam a alma. Mudos, esses pequenos demônios atormentam tanto que alteram até as cores do arco-iris. 
É exatamente nesses momentos que a gente precisa acreditar num abstrato, no metafísico, em alguma coisa que não se pode tocar, somente sentir. Dá algum conforto ao coração. 
Acreditar é impreciso, viver que é preciso. 

Amanhã vou estar melhor.

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