31/12/2012

Feliz Ano Novo

As flores aceitam felizes a água da chuva da mesma forma como recebem a luz do sol
A mudança de ano é uma etapa no calendário, nada mais que isso. Para o universo não significa nada a ordem que damos ao tempo. Esta foi a forma mais segura encontrada para organizarmos nossa história no planeta e também estabelecermos as regras para o futuro. 
Assim compreendo, de forma fria e aparentemente sem graça alguma. O tempo como conhecemos só existe nas lembranças dos homens e das mulheres da terra, ele reserva também aspirações futuras, geralmente positivas. As outras formas de vida daqui não acompanham a mesma cronologia, elas se deixam levar pelo tempo natural.
Para a criação do calendário observou-se o giro constante que o planeta faz em torno de seu próprio eixo, definindo em dias quando uma de suas faces está voltada para o astro que o magnetiza, o Sol. Posteriormente os dias foram divididos em horas e depois, mais precisamente, em minutos e segundos, uma vez que o planeta também foi faccionado em meridianos setentrionais. 
Considerou-se o percurso que o planeta faz em torno do Sol, contornando-o numa órbita elíptica, estabelecendo em 365 dias e seis horas cada ciclo de voltas ao seu redor, completando-se assim o ano na terra. As estrelas do firmamento e os planetas alinhados ao grupo estelar, também magnetizados pela estrela de quinta grandeza, serviram de referência para o cálculo. A esse conjunto de astros foi dado o nome de Constelação.
Nessa constelação, pela ordem o primeiro dos nove planetas é Mercúrio. Depois vêm Vênus, Terra, Marte, Saturno, Júpiter, Urano, Netuno e Plutão.
Quase todos têm dias e noites com durações maiores ou menores, com exceção de Mercúrio. O pequeno planeta avermelhado visto no céu tem um dos lados sempre voltado ao Sol e por consequência o outro para a escuridão do infinito. Assim como a Lua, o satélite natural da Terra que mantém uma das faces oculta de nós.
Percebeu-se também que a constelação onde a Terra se situava era somente uma minúscula aglomeração entre tantas bilhões de constelações que compunham a massa cósmica brilhante e logo a chamaram de de Via Láctea a que seria a nossa galáxia e ela constatada como apenas uma entre as infinitas dispostas pelo universo sem fim.
Mas a criação do calendário tal qual a que se chegou foi necessária para a convivência entre os humanos e não humanos e para as vidas de qualquer forma de expressão. 
Ainda não conhecemos outras maneiras de consagrar o tempo e nem mesmo temos a certeza de que é necessária esta consagração, esperava-se uma ordem serena. Precisamos dele para darmos noção do antes, do agora e do depois. Devemos mante-lo, ao menos até descobrirmos um outro jeito mais adequado ao conjunto. Mante-lo sem perdermos a consciência de que somos realmente importantes para o tudo. Todos, sem exceção, organizados e não travados por ele, de forma comum, considerando com afeto uns aos outros.
Diante da grandeza do universo o calendário da terra não é nada. Ele serve apenas para trivial. Ele não traduz o eterno sem ciclos, não releva o constante e o mutante do mesmo agora, não pondera a existência pela simples existência. Pensar na eternidade considerando datas pode-se crer num fim.
A folhinha que ganhei não tem alma, é fria demais. Parece mais com uma planilha de excel cuja fórmula diz exaustivamente: Feliz Ano Novo.
Aos amigos, aos não amigos e a mim mesmo, prefiro desejar que sejamos todos felizes, muito felizes, seja lá onde estivermos, todo o tempo, felizes.

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