27/09/2012

Joana Fiel

Joana com seus vinte e poucos anos era casada. Não tinha filhos e tão pouco pretendia te-los, embora o marido insistisse para uma prole. Ela argumentava a quatro cantos que era jovem demais para pensar em ser mãe, não queria compromissos com fraudas de espécie alguma. Talvez no futuro - quem sabe.

Conheceu Leandro que hoje é seu marido de 28 anos de idade, três anos atrás e por ele se encantou. Ambos se apaixonaram logo num primeiro momento. Leandro não era de São Paulo, nasceu e morou em Santo Antonio do Horizonte e estava por aqui fazendo um curso de mecânica de aviões e num intervalo de aulas saiu para o almoço quando conheceu aquela que seria sua amada esposa. Cruzaram os olhares numa travessia de pedestres da Avenida Paulista esquina com a Brigadeiro Luis Antonio e ambos voltarem-se de imediato um para o outro esboçando sorrisos incontroláveis. Ela de branco num vestido curtíssimo e decote arrojado e ele de jeans claro, tênis um pouco surrado e uma camiseta azul ligeiramente amarrotada. O dia ensolarado com uma leve briza vinda da região de Higienópolis, faziam com que os cabelos loiros, lisos e longos de Joana esvoaçassem pelos seus ombros descobertos que mostravam a pele bronzeada de praia recente. E os levemente ondulados e acastanhados de Leandro, totalmente desalinhados, precisando de um bom corte, lhe davam o charme de um garoto de interior - tímido e potente ao mesmo tempo.
Um ano e meio depois estavam casados e vivendo em São José dos Campos. Leandro conseguiu um bom emprego na Embraer, seu sonho de menino. Passou no concurso em primeiro lugar e prá lá mudou-se com sua Joana.
Ela, além de simpática e  articulada, sempre foi dona de uma sensualidade inigualável. Não haveria aquele que não torcesse o pescoço pela charmosa garota. Sim, Joana era do tipo que quando se vê os olhos  ficam mais vivos e desobedientes que percorrem toda a escultura feminina descaradamente. Há quem diga até que Joana lembrava uma periguete. Um pouco mais discreta, talvez, mas que lembrava, lembrava sim.
Leandro sentia ciúmes e não entendia bem o motivo de Joana vestir-se daquele jeito, mas confiava nela. De temperamento forte ninguém controlava aquela loira de lábios de mel. Nem mesmo o pobre Leandro.
Na rua onde moravam a fama de biscate ela ganhou rapidamente. Do açougueiro ao quitandeiro, passando pelas maricotas que toda vizinha tem, todos comentavam. E o coitado do moço, mal falado também ficou na história. Inevitável isso.

Imagem Google
Pouco tempo depois Leandro foi promovido e teve um bom aumento de salário que beirou os 47% e mais um bônus, uma espécie de prêmio de relevância, equivalente a cinco salários seus. Uma bela grana que iria direto para a poupança do casal.
Seu chefe, um engenheiro de carreira e antigo funcionário da empresa, conhecido como Dr Luiz ou simplesmente, Luizão, e para os mais íntimos ainda, na brincadeira chamado de tripé, um senhor de 53 anos, negro forte de 1.95m de altura que esbanjava saúde pelos cabelos bem aparados, reconheceu em Leandro um jovem promissor na área de construção de aviões e a ele ofereceu o cargo de supervisor na linha de projetos de motores propulsores. Era sem dúvida um salto financeiro na vida de Leandro e Joana.
O turno de trabalho a partir de então passou para as madrugadas. O marido saía de casa por volta das oito da noite e retornava somente lá pelas sete e meia da manhã, bastante cansado.
Foi difícil para Leandro e Joana adaptarem-se ao novo horário, mas ela sempre forte deu todo apoio ao marido - um vencedor, dizia ela.

Três anos se passaram e a vida seguia normal. Leandro trabalhando muito, dedicando-se às tarefas na empresa e Joana em casa, toda feliz, linda e sempre atraindo a atenção dos homens pela sensualidade natural, mas servindo ao marido como atenta dona do lar. Leandro ainda um pouco incomodado, porém cada vez mais convicto da fidelidade da esposa.
Até quando ela anunciou a gravidez numa manhã, logo quando Leandro chegou do trabalho. Um filho dele ela teria finalmente. Leandro comemorou, brincou, bebeu e rolou no chão com tanta cachaça. Ele não era dado a bebidas, mas a ocasião exigia a comemoração. Agora sim poderia dizer que Leandro era um homem completamente feliz. Daria Joana a ele um filho que sempre sonhou ter. Seria um menino, talvez o primeiro de uma série deles. 

Nove meses depois num hospital bem aparelhado e cercado de toda uma estrutura médica, um menino robusto, gordo, muito forte nasceu. Marcava a balança quando nela foi posto, quase cinco quilos. Pele clara, alva, de cabelos escuros, encaracolados, nariz achatado, lábios grossos, olhos muito negros, diferentes dos azuis da mãe e castanhos claros do pai. Teria puxado do avô materno que Leandro não conhecera disse Joana ao pai embasbacado de alegria. E, ufa! o bebê veio ao mundo com um membro espetacularmente enorme e já enrijecido.
O pai todo orgulhoso em meio a euforia soltou a pérola - olha querida, isso ele não puxou de mim não. Deve ser do avô também!

Dois meses depois o Dr Luis com a esposa foram convidados para serem os padrinhos de batismo do pequeno e musculoso garoto e de tão agradecido pela oportunidade na carreira, em homenagem ao chefe, Leandro ainda deu o nome de Luis ao filho tão esperado. E claro, com todo apoio de sua amada e fiel esposa, Joana. 

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