31/01/2013

Salve, Jorge!

Em janeiro de 1998 ele perdeu tudo que tinha. Imóveis de toda natureza, a lancha de 30 metros, os apartamentos em Nova York, Paris, Londres e Amsterdã. Quatro fazendas de criação de gado em Goiás e Mato Grosso. O jatinho, o helicóptero, a empresa farmacêutica que construíra em apenas duas décadas, o prestígio da sociedade e o reconhecimento de todos ficaram para trás. Os amigos, a esposa e os três filhos o esqueceram. 
Aos 44 anos de idade, engenheiro químico de formação e um negociante de mão cheia, diante de uma dessas fatalidades da vida foi parar na sarjeta. O álcool  em excesso, somado aos devaneios da soberba, haviam consumido toda sua energia e seus bens e nas ruas ele  foi parar, onde encontrou abrigo na companhia de outros tantos infelizes.
De tempo em tempo, quando reconhecido por ex amigos, ao o verem sujo e maltrapilho perambulando, esmolando ou dormindo pelas calçadas, fingiam não o reconhecer. Esses desviavam o olhar deixando somente o rabo de olho para certificarem-se da miserabilidade em que se metera aquele que fora um dia um grande homem. 
Em janeiro de 2006 recuperou tudo o que perdera e muito mais. Os bens materiais se multiplicaram, o respeito dos amigos e principalmente o amor da esposa e dos filhos ele reconquistou. Em tão pouco tempo a auto estima tornou-se evidente em sua alma. Ele voltara a ser o grande homem. Agora desvinculado por completo do maldito vício.
Jorge de Souza recebeu a ajuda de um bom homem e com os trocados fez a aposta certa na loteria. A sequência de números apontadas no cartão que recebeu do caixa, coincidiu com a sequência de números sorteados na TV. Ficou rico do dia para a noite.
Hoje ele entrega mensalmente dez por centro de sua mais que significativa renda à igreja que o acolhera nos tempos difíceis. A esposa, os filhos, antigos e novos amigos agora o cercam da boa convivência. Tudo voltou como era antes graças à graça superior, mas definitivamente longe dos vícios mundanos.
É isso mesmo. Assisti ontem num dos canais de tv que exibem horários religiosos. Um sujeito dando o testemunho de fé incondicional dando-se bem como recompensa. Esta foi a mensagem. Salve, Jorge! 

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