21/04/2012

Diário do Dia - Edição de 21 de abril

Não sei aí, mas aqui em Piracaia o dia amanheceu com chuva fina neste sábado, 21 de abril. Chove pouco mas o suficiente pra molhar tudo, deixando a sensação de friozinho na pele. A cidade em silêncio, parece calma. Tem muita gente dormindo ainda e o perfume que vem das árvores relaxa a alma. O ruído de alguns caminhões ao longe se mistura com o canto dos passarinhos que parecem gostar da garoa. Do galinheiro ouço o galo reclamando dos chamados dos outros galos da região, mesmo os mais distantes são ouvidos. Parece que se comunicam, um daqui, outro dali e outros de mais distantes.

É feriado no Brasil colonial do século 21. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mártir da independência é homenageado como herói. Liderou um movimento que buscava a independência das garras lusitanas, embora tivesse ficado para a história como Inconfidência Mineira, o levante teve caráter nacional. Foi dedurado, preso e enforcado em 1792. Espalharam pedaços do seu corpo pelo caminho de Vila Rica como mostra de que levantes contra o reino português não seriam tolerados. Era questão de tempo, o filho do rei fez o serviço trinta anos depois, num brado retunbante berrando o Independencia ou Morte. As duas profecias se instalaram ao mesmo tempo no País e a bagunça de instaurou. Salve o Imperador e salve Piracaia.


Um tal de Carlos Cachoeira foi descoberto pelos brasileiros do Brasil. Brasileiros de Brasília que fica dentro de Goiás já o conheciam, mais ainda os brasileiros do Congresso Nacional, aqueles que nós mesmos botamos lá em troca de dentaduras e camisetas, dentro da hipócrita democracia que brigamos tanto no passado. O sistema é poderoso no mundo e reina entre as pessoas do bem.
O homem pagava muito dinheiro a senadores, deputados federais,  ao governador de Goiás e sabe-se lá a quantos mais nacionalistas verde-amarelos. Exercia total influência aos desígnios do País. Não tenho certeza quanto ao tempo dos verbos - pagar e exercer, empregados aqui. Só sei que o cara é mais Corleone que o próprio criado por Mario Puzo. Na prisão tem direito a TV e visitas íntimas. Vai ser bom assim em Marte, senhor empresário bicheiro.
Demóstenes Torres, senador da república, o santo desmistificado, careca e muito feio é a bola da vez em ano de eleição no Brasil brasileiro. Depois dele outros virão. Tem até CPI com Collor de Melo à frente. Nem Dias Gomes teria tanta criatividade surrealista. O Brasil é uma piada e a construtora Delta faz a festa nos estádios da Copa do Mundo de 2014.
Só não atiro uma pedra na TV quando assisto as propagandas dos partidos políticos porque o prejuízo seria maior ainda. Uns caras de pau invadem minha casa bravejando indignações e prometendo mundos e fundos como se fossem santos. Lêem textos redigidos com requintes publicitários pelos teleprompters das câmeras de produtoras de vídeo que ganham uma nota preta em ano de eleições. Deslavadas, as mentiras dos partidos políticos de A a Z fazem efeito cascata a La Cachoeira bem no meio do Jornal Nacional. Chegam a ser piores que os bispos e missionários que pedem dinheiro em troca de um pedacinho do céu.
Se partido político fosse bom deveria se chamar inteiro político. Inteiro mesmo é o nosso estado de estupidez que não esquarteja a tamanha safadeza cada vez mais imunda.


Corinthians e Santos, a meu ver, são dois fortes candidatos a levarem a Libertadores da América neste ano. Embora palmeirense por educação e opção e nunca deixando esmorecer a esperança de vencer de forma imponente, como diz o hino, os times de futebol em preto e branco da capital paulista e da cidade praiana, se apresentam como fortes candidatos, estão melhores que os demais.
O Corinthians deu de seis a zero num time da Venezuela, aquele país onde o futebol não é o esporte nacional, cujo presidente é o hilário e também careca, Hugo Chavez, amigo do Lula, lembram?



Viva o Brasil que foi descoberto por navegadores incautos. Explorado nos séculos por saqueadores de fala estrangeira, enquanto dormia em berço esplêndido, que assistiu índios serem cateczados para um estúpido fervor religioso, que viu navios negreiros aportarem em seu extenso litoral trazendo mão de obra escrava que geraria também os mulatos (o nome vem de mula) e cujo povo elege corruptos se prostituindo em troca de dentaduras, esperando a Libertadores chegar. Só poderia estar onde está,  na ponta de quem o pariu.

Jogar a toalha, nem pensar.  Para aqueles que acham que fugir da raia seria a única solução, garanto que não é bem assim. Por mais difícil que a situação se apresente há de se ter lucidez para conduzi-la a um melhor caminho. Oxigenar a mente é saudável, no mínimo, inteligente, e, afinal, ninguém é de ferro. Falar é fácil,  praticar é que são elas.   Derrotismo - só para os derrotados, trata-se disso quando não se tenta. É preciso buscar o foco sempre, ter o sucesso em mente o tempo todo - deixar claro a você mesmo onde e como quer chegar.

Acho que escreveram parágrafos como esses aos montes, duvido que nos livros de alto ajuda que, aliás, não os considero como os de minha preferência, não tenham divagado extensivamente sobre o assunto.
É natural sentir-se cansado, ainda mais se você vem de longa caminhada. Perceber que o corpo não responde como antes e que o raciocínio está mais lento é indicação de que é o momento do intervalo, do respiro, da água gelada.  Mesmo momentaneamente parado,  não permita perder-se  do objetivo. Os boxeadores recebem cuidados nos intervalos e reavaliam sua estratégia e retornam à luta. Sigamos em frente, então. 

Viva Tiradentes que não se rendeu ao Cachoeira de sua época.  Perdeu a cabeça, mas não a dignidade. Em Piracaia é assim.

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