22/11/2011

A casa e a caverna

Em casa a gente se sente bem, não é?  Eu pelo menos me sinto em casa na minha casa. Não poderia ser diferente.
Acho que é meio que correr pro colo da mãe quando criança nos momentos de aflição. Alguma coisa assim.

Depois de um dia duro seja lá o que fizemos nele a sensação de voltar para seu canto é um alento. É relaxante.
No carro, no ônibus, no metrô, na bicicleta ou mesmo a pé, quando voltamos para casa a sensação de conforto invade a alma e a gente nem se dá conta da importância deste momento no dia.

Quem teve a oportunidade de ficar fora de casa durante muito tempo, um mês pelo menos, em viagem a trabalho ou mesmo em descanso, de férias, sente a mesma coisa quando retorna ao quarto do hotel. A casa temporária o recebe bem.

Que coisa é essa que sentimos e não sabemos de onde vem? O fato é que queremos sempre retornar. Podem argumentar: 

__ Claro, meu caro! É na sua casa que você toma o seu banho, se alimenta, se acomoda para o sono, conversar com os seus.

Mas não é só isso. Penso que é muito mais. 

Voltar pra casa hoje é equivalente a voltar para as cavernas como faziam os primatas. 
A gente traz no DNA alguma informação nessa direção. Refugiar-se no seu canto, sentir o local seguro, livre de ataques dos animais ou de outras bestas, sentir-se livre e planejar a caça do dia seguinte.
Nas cavernas surgiram os primeiros sonhadores, eles manifestavam-se riscando as paredes.

Em grupos os primatas com medo do escuro, da lua e das estrelas, amontovam-se rodeando a fogueira que os aquecia dentro das cavernas. 
Nelas eles dividiam amistosamente a carne do mamute abatido no dia, obedecendo a intuição que vinha de um plano de caça sonhado na noite anterior. Ali descobriram o fogo, o reservatório de água, a pedra entalhada que servia de faca e posteriormente serviram de armas.


E nas cavernas procriaram, às pencas em primatas fornicações.

Portanto, meu caro amigo ou amiga que me dá a honra de sua atenção, toda vez que estiver retornando para casa, fique atento. Ao chegar pare em frente a ela, observe-a, faz tempo que você não faz isso, não é? Acomode-se na calçada, só um pouco. Olhe para ela e lhe dê atenção por alguns segundos. Você vai descobrir coisas novas. 
Em seguida entre e contemple as pessoas que nela estão. Os familiares - esposa, marido, filhos e filhas, pais, mães, tios, tias, avós, amigos e seu animal de estimação. É muito gostoso encontra-los. Eles também vieram de caçadas e pode ter certeza, não foram nada fáceis.

Se você mora sozinho, ou está sozinho, encontre uma forma de materializar essa sensação, use a criatividade. Todos temos.

Sempre juntos, sempre.














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