15/02/2015

Carnaval na TV

Imagem - Google
Por mais que as emissoras de TV se esforcem na cobertura do Carnaval pelo Brasil, elas não conseguem levar ao telespectador a mesma emoção de quem assiste esses eventos nos próprios locais onde eles acontecem. O som, as cores e a alegria presentes, por si, encantam muito mais. Até mesmo aos menos atentos como eu.
Digo isso de carteirinha, pois, pela minha profissão, participei e participo ainda, eventualmente, dessas transmissões e da mesma forma pude presencia-los, nos raros momentos de folga, "in loco".
Evidente que, por maior que seja o esforço, não se espera que se obtenha a mesma qualidade de emoção entre os dois modos. Óbvio: uma coisa é estar presente e outra é assistir de longe. Mas a diferença de sensação entre elas é muito grande e a TV está perdendo feio. E pior, não se nota nada de melhora no modelo de transmissão, todo ano é sempre a mesma coisa.
Difícil acreditar em quem suporta ficar diante da TV assistindo aos desfiles e trios elétricos, por exemplo, por mais de meia hora. O sono ou o impulso de pegar o controle remoto vem na mesma proporção de querer desligar a TV para ir dormir ou navegar na Internet. Aliás, notamos que os portais são mais despojados das fórmulas "consagradas". Estão na frente atraindo mais e mais público a cada ano.
Indiscutíveis são os requintes de tecnologia aplicados pelas emissoras nas transmissões. São fantásticos e muitas vezes, "seguram" o espetáculo pelo visual, apesar do conteúdo.
Mas o conjunto não acompanha o detalhe: uma hora é áudio abafado ou entrecortado, outra ele está saturado e indefinido. Nem sempre a sequência das imagens facilita o raciocínio e acompanhamento do telespectador e algumas vezes elas são incoerentes das falas dos comentaristas. 
São difíceis de engolir, salvo raras excessões, as lamentáveis participações de apresentadores, repórteres e convidados que encabeçam o que seria "O Grande  Show". Engraçadinhos, inseguros por estarem fora de seus habitats, são pinçados nessas oportunidades à condição de supra íntimos dos eventos que apresentam. Tentam passar a imagem para o público como se fossem profundos conhecedores e entusiastas do tema, sendo que qualquer um nota a tremenda dificuldade e enrascada em que se encontram. Chega a dar dó.
A TV aberta precisa se reformular para voltar a ser atraente. A concorrência é cada vez maior e não é porque ela é grátis e disponível no AR que não poderá um dia virar poeira. 



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