14/01/2012

Anonovo Novoano

 Fim de semana, finalmente! Nem bem o ano começou e eu aqui já ansioso pelo sábado e domingo. O trabalho da semana foi intenso e os compromissos batendo à porta, levaram o clima de festas para o vinagre. Acho que todos tivemos a mesma sensação, salvo aqueles, que ainda gozam de férias.
Choveu bastante nos primeiros dias, mas parece que sem grandes inundações na cidade, chuvas mais parecidas com a dos meses de outono - garoa forte ou um pouco mais intensa. O trânsito tumultuado e já nervoso, praticamente voltou ao normal. Ontem, sexta feira 13, último dia de suspensão do rodízio de veículos na cidade.  


Na Marginal do Tietê presenciei um quase atropelamento no final da tarde desta sexta, quando retornava do trabalho. No desvio dessa via no sentido Ayrton Senna, logo após a sede da Gaviões da Fiel, onde existe um farol para pedestres, bem em frente a um conjunto habitacional, onde antes se via uma favela, uma senhora que devia ter seus sessenta e poucos anos, bem vestida,  arriscou atravessar a pista na faixa branca, mas com o sinal fechado para ela. Essas campanhas da TV e rádio sobre respeito à faixa de pedestres, confudem motoristas e os próprios pedestres. 
Os carros se desgovernando quase se chocaram uns aos outros, freadas abruptas com direito a cantadas de rodas se ouviu. A senhora nitidamente apavorada, arrependida, ameaçava retornar bem no meio do percurso - ia e voltava deixando os motoristas ainda mais confusos. Uns passaram bem rente a ela à sua frente e outros pelas costas. Eu praticamente estanquei meu carro em cima da faixa certo do encontro da Kombi branca que vinha colado à minha traseira. O susto durou alguns segundos e como nada de mais grave aconteceu, a senhora alcançou a calçada e seguiu seu destino, erguendo as mãos reclamando dos motoristas. Estes seguiram também seus destinos, como se nada tivesse acontecido, bem ao estilo de vida em São Paulo. Siga em frente!


Fiz 58 anos na quinta feira e com direito a festinha com sanduíches, empadinhas, bolo e tudo mais. Duas velas sobre o bolo, uma de cinco e outra de oito. Brincando com uma das minhas netas, tirei a de cinco e soprei somente a de oito. Num lapso de tempo voltei a 1962 quando de verdade apaguei uma de oito. A primeira coisa que me veio à mente foi um taxi que meu pai tinha comprado fazia poucos dias - um Nasch 1948, verde. Nesse ano ele resolveu ser motorista de praça. Me lembro que durou pouco meses sua experiência de taxista, logo retornou para a oficina mecânica - sua verdadeira praia.
Me lembro bem que ele reclamava do trânsito no centro da cidade e em algumas avenidas - eram insuportáveis, segundo ele. Disse que vira um quase atropelamento de uma senhora que travessa uma rua  por um caminhão - não existiam faixas de pedestres naquela época. Isso foi implantado aqui no Brasil a partir de 1970. Cinquenta anos depois eu vi a mesma cena. Parece que nada mudou.


Me surpreendi com o número de cumprimentos que recebi pelo Facebook - alguns mais discretos e outros mais efusivos. Acho que foi meu primeiro ano que recebi cumprimentos por rede social. Achei legal e fiz questão de agradecer, respondendo um a um os quase trezentos contatos, entre os abertos e as mensagens diretas. E ainda dezenas de emails. Se escapou algum, que o amigo ou amiga me desculpe, deixo aqui meus sinceros agradecimentos, considerando a minha idade que segue rumo aos sessenta.

O ano pra mim sempre começou um dia após o meu aniversário. Mais velho, portanto, mais maduro. Quando criança ficava meio triste no dia seguinte, pois tinha que esperar mais 365 dias para sentir as emoções de aniversariante. 
Hoje em dia, me sinto melhor. Com o tempo a gente ganha discernimento. O que fica mesmo é a saudade. Saudade do tempo, saudade de pessoas, saudades do meu pai e de seu taxi verde.




De resto, a vida continua. Engolindo sapos ou engolidos por eles.









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